sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Aprender sem complexos

Repito o que sempre disse: estamos sempre a aprender, em qualquer lado e em qualquer momento; em Ranholas ou em Paris, com o analfabeto ou com o letrado.

O que hoje me dificulta a aprendizagem não é a vontade, mas o índice de mortalidade de umas pequenas células que teimam em não se renovar. Enquanto me sobrarem algumas, não deixarei de tomar posições consentâneas com este modo de estar na vida, evitando apelidar maldosamente de intelectual qualquer pessoa que para se expressar use palavras que não conheço, disserte sobre temas qestudando para cavaloue não domino e até mesmo compreendendo aqueles que usam moderadamente citações célebres para engalanar a prosa.

Foi por pensar assim, que reagindo automaticamente à indicação de um sítio onde havia um armazém de citações em latim logo me pus a caminho. Verificando que ali havia muito material, que para além de me poder ser útil para realçar uma ideia, me ajudaria a compreender as ideias dos outros, fiquei naturalmente reconhecido pela sugestão.

Logo à partida, numa visita muito breve, encontrei explicação para o termo fulambó usado no filme Pátio das Cantigas (creio eu) quando de arco e balão os marchantes cantam:

Toca o fungágá
Toca o solidó
Nesta marcha p’ra dançar o Fulambó.

Marche aux flambeaux – marcha das tochas, parece explicar o galicismo.
Como não fiquei por aqui, numa outra página do mesmo sítio encontrei “vozes de animais e barulhos ou ruídos de coisas”. Claro que o sítio é brasileiro, e no que respeita à fauna os ruídos são extensíssimos, podendo desprezar as vozes do caburé, da capivara ou do guará, ficamos a saber, contudo, que a mosca para além de zoar ou zumbir, também zonzoneia, sussura e azoina.

Maravilha!

Que o burro zurra ou relincha? Toda a gente sabe. Mas que também orneia, zorna e rebusna é que poucos saberão!

Outra coisa que aprendi hoje, num outro local, foi a importância do multiculturismo no etnocentrismo Europeu, ou seja, o extraordinário impulso que pode ser dado ao entendimento entre as diversas etnias através do desenvolvimento não só dos bíceps, mas também dos gémeos, dos peitorais, do externocleidomastóideo e mesmo do grande glúteo.

Obrigado por informação tão preciosa, para quem gosta de aprender e usar o que aprende sem receio que lhe chamem nomes.

A.M.

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