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Bastava-me ter embarcado num “super constelation” para as Américas e logo ao poisar o pé em solo ameríndio passaria a ficar bem alimentado segundo a escola Macdonaldoidana, bem-educado, abstémio, asseado, hábil, modesto, moderado e… por aí fora.
O erro foi-me induzido, embora involuntariamente, pelo Pranto. O Pranto era um vizinho que trabalhou nos EUA no tempo em que os índios ainda criavam alguns problemas aos colonizadores. Já velho, regressou a Portugal e vivia modestamente dos rendimentos. Contava inverosímeis estórias de Cowboys que deliciavam a criançada. Falava das dólares com muita frequência como se fosse o elo de ligação com o seu passado de aventura, e não largava por nada o típico chapéu à Gary Cooper. A gente pagava-lhe em géneros. Lia-lhe as notícias do jornal diário pois era analfabeto. Com ele aprendemos a dizer camone, charape, teicarisi e gudenaite, absolutamente suficientes para representar os diálogos nas nossas brincadeiras do farueste, à tardinha, depois das aulas.
Não fosse ter tirado as medidas ao Novo Mundo pela bitola do Pranto e talvez eu não fosse a besta que sou hoje.
O Destino marca a hora!
Onde é que eu já ouvi isto?
Ah, pois, canta Tony de Matos!
A.M.
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