domingo, 15 de dezembro de 2013

Menos Estado


A história já é velha! O que se propõe é “menos estado”. O que se oferece aos cidadãos é a promessa de menos impostos em troca de “menos estado”.
Claro que o cidadão comum de dois, de fome e de frio, está tramado: já não pagava impostos e perderá algum do apoio social que o Estado, liberto da função de se meter onde não é chamado ainda lhe prestaria.
Alguns apaniguados dos mentores desta proposta, que, sem rosto, manobram em sombrias catacumbas engendrando processos e sistemas que mantenham o seu “status quo”, quando não melhorá-lo, circulam por aí, e os seus textos e as suas vozes matraqueiam o nosso cérebro, de tal modo e com tanta insistência, que muitos cidadãos “comprarão bilhete para viajar neste comboio”.

Se por acaso ainda acreditarem que “menos estado” significa menos ministérios, menos secretarias de estado, menos assessorias, menos secretarias, desiludam-se! Essa é a parte do estado, que corresponde à parte do corpo onde a gordura se acumula com mais facilidade – na barriga.

Onde é que o Estado precisa de emagrecer? Nas despesas com a saúde (não com a sua), nas despesas com a educação, nas verbas que despende para os desempregados, nos salários e nas pensões.

Um dia destes o Chefe de Estado acorda e não há Estado!
Ou então, o Estado está reduzido a um Ministério de Interior que engordará substancialmente em pessoal e equipamento que garanta a paz social para a para sossego e o sono desta cambada de parasitas.

Mas porque razão acabaram com o DDT?!!

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

La bandera*


La Bandera

História que ouvi contar a um marinheiro da armada brasileira que atracou no porto de Luanda em 1965, se a memória não me atraiçoa.

Café Filho, presidente brasileiro, visitou Portugal em 1955 e foi recebido apoteoticamente, desfilando pela Rua Augusta em carro aberto perante uma chuva de serpentinas e papelinhos coloridos. Já não me recordo, mas creio que também foi agraciado com a “honoris causa”.
Café Filho governou despercebido durante cerca de ano e meio e segundo alguns historiadores, foi convidado por Salazar apenas para procurar apoio para a sua política colonial.

A história:

Quando regressou ao Brasil uma multidão imensa no cais onde estava atracado o navio que o transportaria, ouviu palavras de gratidão pela visita e ficou muito impressionado com uma frase do presidente português em que se referia à bandeira portuguesa: (…) e a nossa bandeira com a sua cor verde, que significa a esperança e o vermelho que significa o sangue derramado pelos heróis (…). Ficou-lhe no goto.

Daí que chegado ao Brasil, barco atracado, e a habitual multidão que se junta para receber os presidentes, entendeu que devia discursar.
Depois das trivialidades costumeiras lembrou-se da referência à bandeira portuguesa e não hesitou: (… e a nossa bandeira com a sua cor verde que significa a esperança e a sua cor amarela que significa… que significa...  e não lhe ocorrendo nada, resmungou:
- Mas que merda de cor foram pôr na bandeira!

Como é evidente não me ocorre contar esta história/anedota assim sem mais nem menos, quando tenho algumas preocupações que até me tiram o sono. Foi o facto de um outro presidente ter sugerido que se tirassem o vermelho da bandeira portuguesa o problema económico e financeiro do país automaticamente se resolveria. Então este gajo queria deitar o sangue derramado pelos heróis para a sargeta? Guilhotina com ele, já! Ou mesmo empalado na Praça da Figueira com bancadas à volta, repletas de público a aplaudir de pé pelo merecido castigo.

Eu acho que a cor que devia ser retirada da nossa bandeira era o verde. Creio que para muita gente, onde me incluo, o verde já não representa esperança nenhuma, quando muito justificar-se-ia uma cor de um indefinido pardacento.

Triste sina a nossa!

* Em homenagem a Pierre Mac Orlan autor do livro com este nome, que na minha juventude contribuiu para a minha formação como homem.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Mais-valiaX3

Sei perfeitamente que o exemplo que vou dar e nos condena a ser um país subalterno, sem hipótese alguma de convergir com os países da UE industrialmente mais fortes, provocará argumentação, que por caminhos ínvios, diligenciará desvalorizar ou mesmo desmenti-lo.

Se eu comprar um ferro elétrico sei que não me vai durar toda a vida e estimo, por exemplo, que me pode durar 10 anos. Será aconselhável dividir o seu preço por dez e cativar todos os anos essa quantia (possivelmente com ajustamento da inflação) para ter dinheiro para comprar outro ferro elétrico e enviar o velho para o lixo.

Mas isto é o que deve fazer uma pessoa organizada e, principalmente, com capacidade para fazer algumas poupanças, pois caso contrário ficará surpreendido com a avaria súbita do ferro elétrico e, desprevenido, passará a vestir as camisas enrugadas ou, se tiver crédito, pedir dinheiro emprestado ao banco ou a algum usurário prestamista (não existe grande diferença) para substituir o traste avariado.

Suponhamos agora que sou o Helmut Gauff e resolvo entrar no negócio de penicos, depois de, como é óbvio, fazer uma prospeção de mercado que justifique o investimento. Vou, ou mando alguém ao Registo de Patentes para saber qual a máquina mais moderna que existe para fabricar os ditos penicos. Faço as contas: operador + eletricidade + água + instalacões  +impostos, etc., e também (era aqui que eu queria chegar), a amortização da máquina escalonada por sete ou oito anos para poder substitui-la, não só por estar avariada, mas porque perante uma nova geração de máquinas de penicos se impõe comprar uma, para manter ao mais alto nível a aquilo a que se chama competitividade.
Assim, ao fim de sete ou oito anos o Helmut fica a pensar que melhor do que fazer o que eu fazia com o ferro elétrico, antes de ser o Helmut, era usá-la num sítio qualquer onde as taxas e impostos fossem mais baixos, a eletricidade mais barata, as instalações cedidas gratuitamente por uma autarquia, que perante o desemprego procura minorá-lo e, principalmente, porque a mão-de-obra é mais barata

Descoberto o local, lá vai a velha máquina cumprir a missão te trabalhar mais sete anos, voltando o seu preço inicial a ser introduzido no custo dos penicos e garantindo a mais-valia gerada, igual ou superior à dos seus primeiros sete anos de existência.
Sete anos de pastor Jacob serviu
Labão pai de Raquel, serrana bela…


Informado de que em Taiwan os salários ainda eram mais baixos do que na Grécia ou em Portugal, fez as contas e verificou que a velha máquina mesmo debitando apenas seis penicos por minuto, quando as máquinas da nova geração já “chocavam” 14 no mesmo tempo, ainda lhe permitia ter o mesmo lucro, embalou-a carinhosamente, meteu-a num contentor e lá seguiu, mar fora, para dar trabalho aos desempregados taiwaneses, que agradecidos fazem vénias até baterem com a cabeça no chão.

Helmut ( ou seja eu) sou chamado ao palácio presidencial onde sou homenageado e condecorado por Lee Teng-hui, como grande amigo da Grande Ilha e do seu povo.
Agradecido e entendendo que era preciso demonstrar alguma comoção, espremo-me um pouco e consigo soltar duas lágrimas.

* Mais-valia é o termo famosamente empregado por Karl Marx à diferença entre o valor final da mercadoria produzida e a soma do valor dos meios de produção e do valor do trabalho, que seria a base do lucro no sistema capitalista

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Doris Lessing

    Morreu Doris Lessing. Escritora inglesa, 94 anos de idade.
    Talvez pelo facto de frequentar as reuniões do Left Book Club, que o governo da Rodésia vigiava atentamente, mas também por ao longo dos anos se revelar intelectualmente de esquerda, só veio a receber o Prémio Nobel em 2007, aos 88 anos de idade.
     Li apenas dois romances seus, há muitos anos, quando havia uma sintonia entre o estilo da sua escrita e os meus próprios sentimentos. Infelizmente tenho em meu poder o livro “A revoltada” com uma dedicatória à minha mãe no dia 5 de Maio de 1953 – Dia da Mãe.
     Neste romance, que creio ser autobiográfico, dado que a personagem Martha Quest, tal como ela vivia em África, é uma jovem romântica e idealista como Doris Lessing era na sua adolescência.
     Antecedendo o primeiro capítulo, Doris colocou uma citação de Olive Schreiner, escritora sul-africana que faleceu em 1920, foi uma feminista, pacifista e ativista política lutando pelos direitos humanos:...
 
        Estou tão cansada disto e igualmente
        do futuro antes mesmo dele chegar.

Que descanse em paz.

domingo, 3 de novembro de 2013

John Kerry varre o lixo para debaixo do tapete.

     Temos que admitir que é uma operação muito difícil para este almeida.
    Só alguns papalvos, amigos de Kerry, que gostam de ser bafejados pelos ocidentais ventos, podem tentar engolir desculpas tão esfarrapadas.
    O Nuno Melo, por exemplo, vai mais longe, pois acha que todos os países beneficiam com o miserável ato de invadir a vida privada de toda a gente, pelo que em vez de criticarmos, devíamos agradecer. Caramba! O Nuno entende que ainda não recebeu uma carta cheia de esporos do antraz, porque os americanos velam por ele e por nós todos.  
    Afinal a culpa é do piloto automático. O piloto pilota alguma coisa: um barco, um avião, um automóvel, a que, pela mesma ordem, corresponde um marinheiro, um aviador e um automobilista. 
    Seguindo o raciocínio, a este piloto corresponde um espião que, por ser automático, iliba os seus criadores de qualquer tipo de responsabilidade. Deste modo o espião automático, programado apenas com genes de paparazzi, resolveu por sua alta recriação espiar pessoas que não estavam na lista. Por este andar, este autêntico cyborg, qualquer dia dá em voyeurista e desata a espiar a Merkel na intimidade da sua casa de banho.
    E eu que sempre julguei que o chico espertismo era produto genuinamente português!?

 
 

sábado, 19 de outubro de 2013

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Deixem-me rir senão é pior!

As imagens das campanhas autárquicas transmitidas nos diversos canais de televisão provocam sentimentos contraditórios: se a pessoa... está num dia bom dá-lhe para rir, se a vida não lhe corre bem derrete-se em lágrimas. Há ainda, creio, desempregados, enganados, roubados e talvez despejados de suas casas, que riem e choram ao mesmo tempo. Mas é só nervoso… a qualquer momento podem tornar-se violentos agarrar num atiçador e escavacar o aparelho que ainda está a pagar a prestações. No dia em que estiver mais calmo descarrega o atiçador noutro lado.
 
O Seara anda desgostosíssimo depois de saber que vai ter menos de metade dos votos que António Costa e sugere, como desculpa, não ter havido debates. Costa, por sua vez, apela para uma maioria, classificando os opositores na Câmara de sectarismo, que o impedem de tornar Lisboa mais bela e confortável. O sorriso vitorioso de Pedro Pinto, candidato a Sintra, olhando embevecido o seu líder supremo enquanto este debita o costumado paleio… foi-se-lhe pela goela abaixo, quando soube das sondagens. Se calhar o Hernâni Carvalho, candidato da mesma lista à Assembleia Municipal, também não vai ser eleito, o que particularmente me incomoda, pois terei de continuar a ouvir as suas sábias opiniões sobre todos os crimes relatados no Correio da Manhã, juntamente com a voz guinchante da nossa querida Júlia.
 
Uns prometem mais túneis, outros, mais escolas, mais equipamento desportivo, mais polícias na rua e vejam lá que até prometem mais emprego nas suas autarquias. E eu a julgar que a crise económica era de caráter mundial, ou quando muito das políticas deste Adamastor de boca negra e dentes amarelos que nos (se) governa. Afinal as equipas autárquicas têm a solução para o desemprego, grandes malandros. Paulinho que frequenta as feiras, passa ao lado da barraquinha onde o preço de um casaco é mais barato do que os botões do seu casaco Saldanha, e vem dar uma ajudinha na campanha, falando de imaginários indicadores de melhoria da economia.
Enfim, cada um sabe de si, Nosso Senhor sabe de todos, e o governo sabe da poda e deixa sempre um gomo ou dois para rebentar.
 
Rebenta a bexiga ó Zé… ó Zé… ó Zé!

Viúvas


A Interpol anda à caça de uma viúva- branca inglesa que rebenta bombas por tudo que é sítio ceifando vidas a torto e a direito e que se suspeita viver na Somália a engendrar mais alguns planos destruidores.

Eu não sei se é permitido caçar viúvas-brancas durante todo o ano ou se por acaso existe uma época venatória, mas aconselho Assunção Cristas a reforçar a equipa de guardas florestais não vá a viúva-branca esconder-se nas matas do Gerês que ainda não arderam.

A viúva-negra tem mais sorte. Dado o facto de possuir um veneno 15 vezes mais forte do que o da cascavel devemos ter muito cuidado pois o facto de vir a ser (como se diz e vê) uma espécie protegida, pode aparecer, por exemplo, num repolho ou debaixo do tapete de entrada. Cuidado com ela. É oriunda da Alemanha, mas tem-se dado muito bem noutros países da Europa.

Quem vos avisa, vosso amigo é!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O filme continua


Angela Merkel, como toda agente já calculava, mantem-se como chanceler do Império económico otomano influenciando o resto das economias da Europa, das quais, as mais fracas divergiram mais do que estavam quando da sua integração europeia que nos acenava com a bandeira da convergência.
Pelo que vimos e ouvimos nos diversos canais de televisão, que diligentemente cobriram as eleições alemãs, ficámos esclarecidos - a austeridade é para continuar.
Mais austeridade nos países pobres, apesar da convergência prometida, adivinha-se que agravará a pobreza declarada e também a envergonhada do nosso país.

Merkel, falando para os cidadãos alemães, e por tabela ouvida nos países subjugados, disse que apesar dos sacrifícios já feitos e pelos anunciados, a democracia não está em perigo. E como exemplo contou que apesar de contestada e vaiada nas suas visitas à Grécia e a Portugal, ninguém foi preso por isso.

Foi, nesta altura, que eu cheguei à conclusão que Passos Coelho não foi o aluno tão pouco brilhante como se apregoa. Aprendeu bem a lição nos seus encontros com a chanceler e antecipou-se-lhe.
Quem não aprendeu a lição foi o Zé Povinho, que está mesmo convencido que a democracia é apenas o direito de patear, protestar ou vaiar os causadores do caos em que vivem.

Todavia estejam atentos e não ultrapassem os limites dos protestos, pois perderão, por fim, o último direito que ainda possuem.

sábado, 14 de setembro de 2013

Mas qual crise?


Segundo indicações de diversas origens “música de intervenção” pertence a uma categoria de canções de música popular de protesto com o fim de chamar a atenção dos ouvintes para problemas de origem social ou política que afetam a sociedade.
Este pensamento surge-me quando aparece um gajo (porra, já sei que gajo é linguagem informal) a cantar a “Maria Tcha Tcha Tcha. Ainda eu estava a pensar em que categoria havia de enquadrar este tipo de música, quando outro manguelas de chapéu e casaco amarelos entra com “O canário já chegou”.

Não meus senhores, o protesto uníssono dos autores contra a classificação de música pimba, tem a mais relevante justificação. Não gostam do pimba, pronto! E de pumba? Seria preferível?
Agora, classifico eu, e não respondo a protestos a não ser com uma ação judicial no lombo!

Passo a chamar-lhe música interventiva. Que, podendo ser encomendada e certamente apoiada, intervém nos media para alhear os cidadãos das negras nuvens que pairam sobre as suas cabeças (mesmo das carecas como a minha) e que anunciadas pelo boletim “passoano” ameaçam encharcar-nos os ossos até à medula.
Levem-me lá a merda dos 10% de pensão mas não me torturem mais com esta porcaria de música. As miúdas de saia curta e pernas gorduchas que saltitam e se bamboleiam no palco, essas, podem ficar… sempre distraem os velhinhos babados.
Nota: Que me desculpem os irmãos brasileiros, mas a “Maria Tcha Tcha Tcha” é obra vossa.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Vou morrer envergonhado?


A coisa é assim:

Alguns acham que a Constituição está muito bem como está e não é por causa dela que não conseguimos sacudir a crise que se nos agarrou às canelas como um “rottweiler” enraivecido.

Outros entendem que ela é a responsável pelos nossos males, que devia voltar a ser revista, quanto mais não fosse para acabar com aquela coisa da “saúde tendencialmente gratuita”, medida necessária para que o país, embandeirado em arco, navegue em mar sereno a caminho da fecundidade universal.

A maioria não percebe nada de política, ouviu falar vagamente na Constituição mas nunca a leu. Estes, dividem-se em dois grupos: os que alinham pelo “master voice” e os que se estão marimbando para o comandante e respetiva marinhagem, porque continuam enfiados no porão a comer rações cada vez mais minguadas.

Na primeira Assembleia Nacional, eleita em 1934 por sufrágio direto dos cidadãos maiores de 21 anos ou emancipados, estavam excluídos os analfabetos que pagassem impostos inferiores a 100 escudos. As mulheres com instrução primária não tinham direito de voto, porque esse direito só era adquirido com curso secundário ou superior.

Logo após a candidatura de Humberto Delgado, temendo o perigo de poder ser eleito um PR que não respeitasse as decisões do governo, foi feita uma revisão constitucional que permitiu a formação de um Colégio Eleitoral composto por personalidades bitoladas pelo “Dinossauro Excelentíssimo”.

Ao ouvir o modo como PM ataca o tribunal constitucional, acusando os seus membros de impedirem o governo de levar adiante a reforma do Estado tal como a entendem fazer, suspeito que estes aliados da troika, prefeririam uma espécie de União Nacional, que reunida em Assembleia Constituinte elaborasse uma Constituição à medida dos seus interesses.

Cá para mim a coisa apresenta-se assim:

Se eu fosse candidato ao clube recreativo lá da minha terra, a primeira coisa que fazia era ler o estatuto. Se contivesse artigos que me impedissem de implementar o meu programa tinha duas soluções. Não me candidatava ou, fazendo-o, procuraria numa assembleia geral alterar os estatutos.

Sugiro, portanto que se faça um referendo nacional sobre a Constituição.

Quem tem medo?  

Nota: Ela pode ser “Short” ou “XXL”, mas o conteúdo é o mesmo.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A Mascarada!



Morsi estudou nos EUA, onde foi professor auxiliar e onde nasceram 2 dos seus 5 filhos. Voltou ao Egito para dirigir o departamento de ciências dos materiais na Universidade  de Zagazig.

Morsi foi escolhido pela irmandade muçulmana para ser o líder do Partido da Liberdade e da Justiça, entretanto criado. Mais tarde, numa segunda volta, acabou por ser eleito por 51, 73% dos votos, contra 48,27% do candidato independente Ahmed Shafiq.

Todavia, os militares sentindo que o poder político ameaçava o poder militar trataram de depô-lo em julho de 2013.

Depois, bem, depois é o que se lê, vê e ouve nos meios de comunicação: mortos e feridos aos milhares numa autêntica guerra religiosa, apesar de Morsi ter declarado querer se o presidente de todos os egípcios incluindo a minoria cristã.

Algum país, que nós saibamos, se indignou de forma clara pelo facto de o resultado de um ato eleitoral não ter sido respeitado?

Silêncio! E os EUA só agora, cinicamente, aparecem ameaçando bloquear o apoio dado em formação e armamento com que, ao longo dos tempos, têm fornecido ao exército egípcio.

Mas afinal, pergunto eu: Os amaricanos querem governos eleitos democraticamente ou governos fantoches que servem os seus interesses?

Vigaristas!

Nota: Que saudades que eu tenho daqueles luso amaricanos que gratos pelo pratinho de sopa, nos insultavam no “Blogues do Leitor” de triste memória…!

 

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

E se os mandatássemos todos para um quarto escuro?


A lei de limitação de mandatos é um aborto disforme parido não se sabe onde nem por quem! A mãe só pode ser uma mas creio que deve ter um número enorme de pais!
Uma lei que origina sentenças diferentes ditadas por diversos tribunais de norte a sul do país, adaptando-se aos interesses partidários instalados, devia ser rasgada, queimada ou, dada a crise, cortada aos quadrados e pendurada em todas as divisões do país com 2, 5 metros quadrados, ao lado do vaso sanitário.

Não acredito no céu como um limite porque sei a razão da sua cor, não acredito em almas nem deste mundo nem do outro porque não são coloridas, tão pouco em espíritos santos. A não ser que sejam de orelha, como está bem de ver.
Todavia, sabendo que na jurisprudência se diz existir um espírito em cada lei, que deve ser considerado para a interpretação correta da mesma e no caso em análise não aparece ninguém a procurá-lo (ao espírito), começo a acreditar que é tudo uma grande balela.

Se o “de” (indeterminado) e o “da” (determinante) justificam a pequena dúvida sobre se me posso candidatar aqui ou em Marte depois de três mandatos na Cochinchina, convinha esclarecer a situação e procurar junto dos “feitores” o tal espírito de que se fala.

A não ser que a lei tenha caído do céu aos trambolhões...!
Nota: E como se pode verificar pelos recursos e mais recursos que chegam aos tribunais, há cidadãos ansiosos por serem úteis ao seu país, servirem a comunidade, mesmo que para isso tenham que sacrificar a sua vida pessoal e familiar. 
Esta lei, que limita os mandatos, é infamante! 
 

sábado, 10 de agosto de 2013

E A LUTA CONTINUA...


      
 
        
E A LUTA CONTINUA…
    A espada de Rolando foi buscar,
      Já velha e embotada a apodrecer,
Sem préstimo até para brincar,
       Muito menos sequer pra combater,
 
O cavaleiro empenha-se a lutar
 Num combate feroz até morrer.,
      Só que a espada está a atrapalhar
      Já não corta, está-se mesmo a ver.
 
    E o Dom Quixote fora de cenário,
     Montando um piolhoso Rocinante,
          Combate, assim, galinhas de aviário.
 
                Valha-te Santo Ambrósio neste instante:
    Calça as pantufas e lê o breviário
     E trata de enterrar o tal montante.
 
                                                             Tiomanezé
Nota: Aqui coloco o soneto sem nenhum azedume. Percebo perfeitamente a piada.
Faço apenas uma observação: Aquilo que aqui escrevo desde 2008 são apenas desabafos, nem todos de caráter político, como poderás verificar. Um abraço.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

FLACHES



Flache 1
A Caixa Geral de Depósitos paga reformas aos presidentes de três bancos rivais: Santander Totta, Montepio Geral e Bic Portugal.
Justificação: são práticas que já vêm de há muito tempo. Justificam algumas dúvidas, mas não de legalidade.
Se quem tem poder para fazer leis, despachos e portarias para cortar subsídios legais, pensões legais, ordenados legais, pergunta-se: porque não ilegalizam a prática referida… já que suscita dúvidas?

 Flache 2

Sílvio Berlusconi acusa a magistratura de persegui-lo há 20 anos para correr com ele da política. “Sou inocente, não me rendo!”
Surpresa: Julguei que isto só acontecia no nosso país!
 
Flache 3
 
Depois da crise política, que os portugueses entendem ser da responsabilidade (por esta ordem) de Portas, Passos e Cavaco, tenho assistido através das imagens televisivas a uma mudança de comportamento dos dois líderes da coligação.
Para além de aparecerem mais vezes juntos, estão sempre sorridentes e cheios de salamaleques um com o outro
Perturbação: Estás a rir-te para mim ou estás a rir-te de mim – dizia o amigo desconfiado.
O que será que lhes causa tanta alegria e tão boa disposição, quando já há cidadãos a passar fome ou a viver na rua por terem sido despejados?
 
Flache 4

As necessidades financeiras do estado vão baixar para metade em 2014 porque a Segurança Social vai comprar quatro mil milhões de euros em títulos da dívida.
Pergunta: Se o fundo de 10 mil milhões de euros tinha sido criado para fazer face a uma eventual rutura no sistema de segurança social, o que vai acontecer no próximo mês? Ainda receberei a pensão? Os doentes terão médico e os desempregados o seu subsídio?
Pensamento muito íntimo: Será isto que lhes dá tanta vontade de rir?

Flache 5

Hora de almoço! A rapariga salta e rebola-se na praia cantando.
O refrão: “O meu coração faz pum um”
Surpresa: E quem faz os verdadeiros puns?

 
Flache 6

David Justino, o espião de Cavaco, nas reuniões tripartidas para a União Nacional, deu uma entrevista em que afirma: “Falta sentido de futuro ao sistema de ensino português”. Di-lo na qualidade de presidente do Conselho Nacional de Educação, órgão consultivo da A.R. e devidamente escorado na sua prática como ministro da educação do governo de Durão Barroso, “O Fugitivo”. Sim, sim, o seu currículo é estupendo: entrou no PSD pela mão de Isaltino, “O Presidiário”, tendo desempenhado a função de vereador da Habitação Social na Câmara Municipal de Oeiras entre 1994 e 2001.
Até hoje ainda não entendi como foi possível um entendimento entre um militante do MRPP, Durão Barroso) e um trotskista, David Justino, a não ser o facto de darem os dois algumas cambalhotas para o mesmo lado.
Mau, mau, parece que me perdi.

Concluindo: Quando derem, se alguma vez derem, sentido de futuro ao sistema de ensino português, eu já não vou estar cá para ver.
Na última hora, se a carola ainda possuir alguns neurónios a funcionar, eu vou sussurrar: Caramba! Tratem primeiro do sentido presente do sistema de ensino.

 Nota: Estudar o que fazer amanhã sem procurar resolver o que fazer hoje será uma doença?
Será um vírus? Será que foi o Cavaco com as suas reuniões conselheirais para o pós troica, que o contaminou?

terça-feira, 30 de julho de 2013

Baralha e dá outra vez!

O concelho de Vila de Rei faz fronteira a sul com o concelho de Abrantes e o marco geodésico que assinala o centro de Portuga está ali implantado. Temos pois, que Passos Coelho, talvez com o intuito de fazer chegar a sua voz a todo o país, ...escolheu aquela terra para debitar mais alguns pensamentos ou “tiradas” (como vos aprouver).
Para mim, que já tenho alguma dificuldade em resolver charadas e a jogar às damas só consigo prever até à terceira jogada, fico assarapantado com as explicações dadas pelo nosso PM à nossa misera situação.
Quando, correspondendo a um apelo feito há alguns meses para pouparmos, eu julgava estar a contribuir para o equilíbrio das finanças públicas, eis que ele me diz que o mal é termos poupado em demasia.
 
Contrafeito e violando a moral da fábula de “O velho, o rapaz e o burro” acreditei que tinha de passar a gastar mais. Imediatamente reformulei o meu orçamento familiar e já agendei uma festa de arromba no S. Martinho, uma passeata no Douro e também já marquei lugar para o fim do ano no Copacabana Palace do Rio de Janeiro, esperando, confiante, que desta vez Relvas esteja nos antípodas a fotografar os dragões de Comoro.
 
O meu vizinho do fim da rua não tem o meu problema. É um sortudo! Desempregado há mais de um ano não conseguiu poupar nada e agora está impedido de ajudar a salvar o país porque também não pode gastar mais.
 
Sugiro que aproveitem um fim-de-semana e vão visitar o centro de Portugal. Passos Coelho já regressou a casa e os chouriços de Vila de Rei são famosos.

domingo, 28 de julho de 2013

LIBERTEM AS BORBOLETAS

 
LIBERTEM AS BORBOLETAS!
 
“Novo Almourol” diz então:
Em Constância, (custa a crer),
Fizeram uma prisão,
Prás borboletas meter.
 
Para não ferir a mente,
Num gesto discricionário,
Deram-lhe um nome eminente,
Que nem está no dicionário.
 
Seja o nome lá que for,
É sempre uma coisa feia.
Para mim causa horror
Ver insectos na cadeia.
 
Constância é meu percalço,
Faz-me sempre confusão:
O Camões de pé descalço,
Borboletas na prisão.
 
A nossa Mãe Natureza,
Pô-las no mundo animal,
Pra mostrar sua beleza
Em liberdade total.
 
Exijo pois, sem demora,
E não me venham com tretas,
Quero os insectos cá fora,
LIBERTEM AS BORBOLETAS!
 
                                    Tiomanézé

sexta-feira, 26 de julho de 2013

A mentireza


Contam-se pelos dedos de uma mão as pessoas que apanhadas em falta por coisas graves ou menos graves, reconhecem a sua culpa. Normalmente, quando se trata de políticos, argumentam que é mentira, que estão a ser alvo de cabalas dos seus adversários.
Alguns Inocentes que usaram estas artificiosas manobras para defender a sua honra estão na cadeia. Mas também os há à solta e lá para o reino dos algarves até depois de suspensão do mandato, um tal presidente autárquico teima em voltar a ocupar a sua cadeira na câmara.

Aqui mesmo ao lado, em Sintra, um outro candidato instala a sua sede de campanha num edifício que pertence a um ex-presidente que durante o seu mandato construiu uma mansão no Parque Natural de Sintra Cascais, em zona clandestina portanto e perante as críticas levantadas afirma que existe um acordo comercial que será celebrado em breve com o Justino.
Tudo muito límpido!

As promessas eleitorais mais do que incumpridas são violadas e chamar mentiroso ao seu autor pode dar processo em tribunal e até, se calhar, ser condenado. Mentir tornou-se tão vulgar que já virou moda e não descarto a hipótese de os políticos fazerem apostas sobre quem é o campeão do embuste.

A senhora ministra Maria Luis tem tempo de antena para explicar que não mentiu quando afirmou que não tinha sido alertada para o risco das famosas “swaps” e, como toda a gente viu, passou o tempo a falar da prontidão com que o governo começou a resolver o problema.

Apesar dos emails trocados com o antigo diretor-geral do tesouro, agora tornados públicos, acabou dizendo: “Continuo a dizer que não menti”.

“Lá vem o lobo!”

quarta-feira, 24 de julho de 2013

O Jogo sujo


   Não jogo à bola porque não tenho pernas para isso, não entro em jogadas duvidosas que a minha consciência possa aproveitar para me provocar insónias; não jogo na lotaria, totoloto ou euro milhões porque fiz as contas e cheguei à conclusão que tinha mais hipóteses de ser atropelado na rua e apesar disso todos os dias dou o meu passeio. Todavia jogo o king, a sueca ou mesmo a bisca lambida… mas a feijões, o que, mesmo assim, não deixa de me irritar quando fico sem eles para no dia seguinte fazer uma sopinha de feijão branco com repolho.
    Mas mesmo não jogando continuo a perder.
Ainda hoje, paguei 15,45 euros de taxa moderadora (1) por uma consulta para obter as receitas dos medicamentos que preciso diariamente.
    Certa vez, fui surpreendido com a conta da eletricidade porque o IVA tinha subido para 23%. De uma outra, trepou a fatura da água, porque, numa jogada oportuna, passaram a indexar a taxa de saneamento aos kilowatts consumidos, o que originou a quadruplicação automática da conta anual de saneamento, como se as condutas da água tivessem que ser desentupidas com visacor (2). Este ano, descontaram-me mais para o IRS e em vez de me devolverem algum dinheiro ainda me pediram mais. Do corte nas pensões já nem falo.
    Só gostava de saber que tipo de jogada faz Passos Coelho quando a miúde nos vem embalar com a canção “Não vamos aumentar os impostos”. Pela parte que me toca tanto me faz que o dinheiro se suma em impostos ou em taxas e sobretaxas, nos preços do gás e da eletricidade.
    O efeito que incide sobre o meu rendimento é o de uma contínua contração!
    Se sua excelência nos pretende adormecer então que nos cante:

Papão vai-te embora
De cima desse telhado
Deixa dormir o menino
Um soninho descansado

   (1)    Taxa que modera a ida ao médico e a compra de medicamentos por afetar seriamente o orçamento familiar.
  (2) Medicamento que me custa 49,47 euros para desentupir a minha própria canalização.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Os sindicatos e as greves


Começo a ter a sensação de que me estou a esvair com as tentativas que faço para compreender o que se passa neste país. A aldrabice é pegada, as metas definidas e anunciadas são fracassos que se apressam a explicar com mais promessas e mais mentiras.

O PM, numa tirada infeliz e reveladora do pouco cuidado que tem quando abre a boca, diz que o país precisa menos de greves e mais de trabalho. Toda a gente concorda, principalmente as centenas de milhar de desempregados, e todos os que solidariamente não se conformam com a desgraça de quem perde a casa, vende o carro, recorre aos bancos alimentares e passa a viver da caridade de familiares e amigos. Claro, e
também aqueles que acham que o mercado controla tudo, incluindo a corrupção.

Venha ele, o Trabalho!

Políticos de todos os quadran-tes, críticos profissionais e amadores aparecem em cata-dupa nas pantalhas dos televisores para esclarecer o povo, mas só conseguem criar mais confusão. Penso que eles só usam os canais de comunicação para mandar recados uns aos outros.

Há dias num certo programa de televisão falava-se sobre a última greve geral. A senhora convidada, que não sei quem é, opinou em modos brandos sobre a adesão à greve, sobre as divergências de adesão emitidas pela CGTP e pela UGT. Quando o moderador deu a palavra a uma besta que estava do outro lado da mesa ele entrou assim:

- Não foi uma greve geral, foi uma greve banal.

Daqui, partiu para uma série de considerações sobre greves e sindicatos que nunca julguei ser possível - já não se justifica a existência de sindicatos, o mundo mudou, são outros os paradigmas e as greves deviam ser abolidas – despejou de um fôlego.

Sei muito bem que muita gente que anda neste mundo à procura de passar pelo intervalo da chuva não se importa que os outros fiquem encharcados desde que ele fique seco, tão seco como a sua sensibilidade perante a desgraça alheia.

Será que alguém pensa que o art.º 55 da Constituição deve ser apagado, mesmo que na UE todos os países contemplem este direito? Pelo modo como falam parece que sim, mas creio que é apenas o desconhecimento histórico da importância que o sindicalismo teve na luta pela dignificação do trabalho.

Em 1974 fecharam os grémios. Os grémios eram associações corporativas que não tinham lugar numa sociedade democrática. A grande maioria dos sindicatos existentes era controlada pela ditadura vigente. Acontecia normalmente nas reuniões da OIT os três representantes portugueses, do governo, do patronato e dos trabalhadores votarem em uníssono nas propostas apresentadas, o que causava alguma chacota nos plenários.

Os sindicatos tornaram-se livres e os grémios mudaram de nome – são agora confederações como CIP, a CAP, a AIP-CE ou a CTP.

Pergunto: Será que os sindicatos só podem existir se forem controlados pelo estado? Ou se aos sindicatos for imposta a proibição de medidas para defenderem os seus interesses?

Então experimentem…!

 
Nota: Claro que o termo grémio é usado noutras circunstâncias como no antigo grémio literário, ou no Brasil, onde se escreve grêmio, para definir a maior parte dos clubes desportivos.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Almôndegas de soja


Sou ribatejano
Sou contra as touradas
Repudio com veemência o tratamento dado aos animais considerados amigos do homem e até daqueles que não o são, dada a sua natureza.
Fico deprimido e com maus fígados quando enfiam os filhotes dos gatos num saco e os lançam ao rio e também quando no apuramento de uma raça se escolhem os que vivem e os que morrem.
Na minha juventude vi cães morrerem com a febre da carraça ou gatos afogados no poço do quintal e fiquei traumatizado. Meu querido amigo Kiss!
Nunca cacei… nem sequer um pardal com fisga.
Uma vez, quando era criança acertei uma pedrada num pombo que estava no telhado. Rebolou e caiu de cinco metros de altura. Ficou de papo para o ar. Corri, aflitíssimo, para o local da queda mas suspirei aliviado, ao vê-lo pôr-se e pé e esvoaçar para longe.
Poderia ficar aqui muito tempo a contar histórias que pelo menos indiciassem o meu respeito pelos animais e pelo repúdio às touradas, ao tiro aos pombos, aos safaris e até mesmo ao sofrimento dos galináceos que amontoados uns sobre os outros nos aviários, engordam para engordar os proprietários.
Possivelmente já me terei alimentado de plâncton, a seguir fui granívoro, depois herbívoro e a lei da sobrevivência determinou que me tornasse carnívoro, até que, por fim, acabei por ficar omnívoro. Não sou culpado desta evolução. Os caninos cada vez menos desenvolvidos podem significar que estamos numa fase de regresso ao passado? Todavia, como o comprimento do intestino delgado não tende a aumentar para se equiparar aos herbívoros, para onde caminhamos nós nesta incontida evolução. Será que voltamos a voar? A respirar por guelras?
Que nova ordem é esta dos vegetarianos? Porque não herbívoros? Será porque têm pés e burros têm patas? Uns têm pescoço e os outros cachaços? Uns têm costas e os outros lombos?

 Resumindo: se algum dia resolver comer só ervas e sabendo que não me safo de ser carnívoro se comer ovos estrelados, eu não quero ser vegetariano, quero ser herbívoro como os outros animais meus irmãos.
Estamos numa de racismo ou quê?

 Já tenho preparado para o jantar um bife do pojadouro que não posso chegar à suave textura do lombo. Acompanho com batata frita e salada  de tomate.
Será que não respeito os seres vivos?
Então o que são os tomates, as batatas e as beldroegas?
Não são seres vivos?

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O Conto


                                                                                 O CONTO    



"Ingénuo, tem conta de ti!
 No mundo há muitos enganos
(Eu o sei, porque os sofri);
Os bons padecem mil danos
Julgando os outros por si."
                                   Bocage

Com o tempo o vocábulo patrão será um termo pejorativo. Virá o dia em que chamar patrão ao empregador constituirá justa causa para despedir o trabalhador.

O empregador fica todo ofendido quando alguém fala de trabalhadores e o trata como se ele também não o fosse. Será, mas o primeiro dos seus trabalhos é comprar trabalho o mais barato possível para o transformar em algo que lhe faça crescer a conta bancária. Claro que também se preocupa com o mercado e também tem um trabalhão para se ver livre dos trabalhadores excedentários mas de um modo geral tem ao seu serviço trabalhadores para essa especial missão.

Creio que as relações de trabalho não mudaram na sua génese devido à alteração e sofisticação dos processos que foram sendo introduzidos no mundo laboral.

Como as batatas e a sardinha o preço do trabalho sobe e desce com base na teoria de que o Mercado se autorregula. Autorregular-se até nem seria muito grave se o preço do trabalho não estivesse sujeito à mesma a lei.

Aí temos agora, um tsunami na Europa, que austera e friamente vai reduzindo os direitos conquistados pelos trabalhadores a que ardilosamente chamam privilégios e regalias.

Com a taxa de desemprego que existe, o preço do trabalho está pela hora da morte para uns mas é uma mina de ouro para outros.

Quando leio o anúncio de uma mulher que troca o trabalho apenas por comida para alimentar os filhos, ou de emigrantes clandestinos que no fim de um mês de trabalho ainda devem três euros ao patrão, ou ainda da existência de sites em que os desempregados se oferecem para ser comprados pelo melhor preço, fico plenamente consciente de que não existe grande diferença entre as casas de conto e as praças de jorna dos tempos idos.
A sofisticação mascara a realidade!