sexta-feira, 26 de julho de 2013

A mentireza


Contam-se pelos dedos de uma mão as pessoas que apanhadas em falta por coisas graves ou menos graves, reconhecem a sua culpa. Normalmente, quando se trata de políticos, argumentam que é mentira, que estão a ser alvo de cabalas dos seus adversários.
Alguns Inocentes que usaram estas artificiosas manobras para defender a sua honra estão na cadeia. Mas também os há à solta e lá para o reino dos algarves até depois de suspensão do mandato, um tal presidente autárquico teima em voltar a ocupar a sua cadeira na câmara.

Aqui mesmo ao lado, em Sintra, um outro candidato instala a sua sede de campanha num edifício que pertence a um ex-presidente que durante o seu mandato construiu uma mansão no Parque Natural de Sintra Cascais, em zona clandestina portanto e perante as críticas levantadas afirma que existe um acordo comercial que será celebrado em breve com o Justino.
Tudo muito límpido!

As promessas eleitorais mais do que incumpridas são violadas e chamar mentiroso ao seu autor pode dar processo em tribunal e até, se calhar, ser condenado. Mentir tornou-se tão vulgar que já virou moda e não descarto a hipótese de os políticos fazerem apostas sobre quem é o campeão do embuste.

A senhora ministra Maria Luis tem tempo de antena para explicar que não mentiu quando afirmou que não tinha sido alertada para o risco das famosas “swaps” e, como toda a gente viu, passou o tempo a falar da prontidão com que o governo começou a resolver o problema.

Apesar dos emails trocados com o antigo diretor-geral do tesouro, agora tornados públicos, acabou dizendo: “Continuo a dizer que não menti”.

“Lá vem o lobo!”

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