Contam-se pelos dedos de uma mão as pessoas que apanhadas em
falta por coisas graves ou menos graves, reconhecem a sua culpa. Normalmente,
quando se trata de políticos, argumentam que é mentira, que estão a ser alvo de
cabalas dos seus adversários.
Alguns Inocentes que usaram estas artificiosas manobras para
defender a sua honra estão na cadeia. Mas também os há à solta e lá para o
reino dos algarves até depois de suspensão do mandato, um tal presidente
autárquico teima em voltar a ocupar a sua cadeira na câmara.
Aqui mesmo ao lado, em Sintra, um outro candidato instala a
sua sede de campanha num edifício que pertence a um ex-presidente que durante o
seu mandato construiu uma mansão no Parque Natural de Sintra Cascais, em zona
clandestina portanto e perante as críticas levantadas afirma que existe um
acordo comercial que será celebrado em breve com o Justino.
Tudo muito límpido!
As promessas eleitorais mais do que incumpridas são violadas
e chamar mentiroso ao seu autor pode dar processo em tribunal e até, se calhar,
ser condenado. Mentir tornou-se tão vulgar que já virou moda e não descarto a
hipótese de os políticos fazerem apostas sobre quem é o campeão do embuste.
A senhora ministra Maria Luis tem tempo de antena para explicar
que não mentiu quando afirmou que não tinha sido alertada para o risco das
famosas “swaps” e, como toda a gente viu, passou o tempo a falar da prontidão
com que o governo começou a resolver o problema.
Apesar dos emails trocados com o antigo diretor-geral do
tesouro, agora tornados públicos, acabou dizendo: “Continuo a dizer que não
menti”.
“Lá vem o lobo!”
Sem comentários:
Enviar um comentário