Não jogo à
bola porque não tenho pernas para isso, não entro em jogadas duvidosas que a
minha consciência possa aproveitar para me provocar insónias; não jogo na
lotaria, totoloto ou euro milhões porque fiz as contas e cheguei à conclusão
que tinha mais hipóteses de ser atropelado na rua e apesar disso todos os dias
dou o meu passeio. Todavia jogo o king, a sueca ou mesmo a bisca lambida… mas a
feijões, o que, mesmo assim, não deixa de me irritar quando fico sem eles para
no dia seguinte fazer uma sopinha de feijão branco com repolho.
Mas mesmo não
jogando continuo a perder.
Ainda hoje, paguei 15,45 euros de taxa moderadora
(1) por uma consulta para obter as receitas dos medicamentos que preciso
diariamente.
Certa vez, fui surpreendido com a conta da eletricidade porque o IVA
tinha subido para 23%. De uma outra, trepou a fatura da água, porque, numa
jogada oportuna, passaram a indexar a taxa de saneamento aos kilowatts
consumidos, o que originou a quadruplicação automática da conta anual de
saneamento, como se as condutas da água tivessem que ser desentupidas com
visacor (2). Este ano, descontaram-me mais para o IRS e em vez de me devolverem
algum dinheiro ainda me pediram mais. Do corte nas pensões já nem falo.
Só gostava
de saber que tipo de jogada faz Passos Coelho quando a miúde nos vem embalar
com a canção “Não vamos aumentar os impostos”. Pela parte que me toca tanto me
faz que o dinheiro se suma em impostos ou em taxas e sobretaxas, nos preços do
gás e da eletricidade.O efeito que incide sobre o meu rendimento é o de uma contínua contração!
Se sua excelência nos pretende adormecer então que nos cante:
Papão vai-te
embora
De cima desse
telhado Deixa dormir o menino
Um soninho descansado
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