domingo, 21 de setembro de 2008

Ai se eu perco o amor ao dinheiro...!

Tenho cá para mim que D. Maria R. acabou por entender que os seus bajuladores não são flores que se cheirem. Realmente tendo soltado um vómito ali mesmo ao lado o seu autor jurava-lhe a pé juntos que não estava agoniado.
D. Maria R. ter-se-á ido de vez. Se foi, fez mal. Devia ter ficado para lhes puxar as orelhas e dar-lhes um nó sobre o toutiço o que convenhamos nem seria muito difícil.
Faço votos para que regresse. Tem força e capacidade para podar aquelas plantas.

Se tenho andado um pouco ausente foi porque o avô mandou o João buscar-me para me levar à sua presença. João é o motorista do avô, que já me conhece desde pequenino.
- Ó João, sabes o que é que o velho me quer?
Não sabia.
Quando cheguei estava ele sentado no seu cadeirão Luís XVI na sala das recepções oficiais. Vi logo que a coisa era grave, e foi a tremer, depois de lhe dar um fugidio beijo na careca, que ou vi a sentença.
- Se voltas a dirigir um comentário, uma palavra que seja, a alguma pessoa da lista que o meu secretário te vai entregar quando saíres, juro solenemente que mando chamar o notário para alterar o meu testamento. Não receberás nem um avo dos meus bens.
- tá vem vô-vô, mas eu nem sei…
- Vai e pensa. Não me desiludas!

Mais tarde ao ver a listinha percebi logo o ponto vista do velho. Ainda navega no tempo dos aristocratas e dos plebeus e entendeu, se calhar bem, que eu estava a denegrir o nome da família por manter relações com pessoas de baixo nível.
O velho é teso! Caramba!
O que não sabia, claro está, é que ele, altas horas da noite, logo que a minha avó começava a ressonar ia pé ante pé ao escritório espreitar os blogues do JN. (Talvez um dia venha a propósito explicar porque razão o vô vai para internet ás escondidas da vó.)

Estou mesmo a ver a barba a eriçar-se-lhe de indignação de cada vez que tuteiam ou insultam um Pereira da Mata.
- Ó Mata, não dizes nada?
- Ó Matinha, não dizes nada?
E eu, claro, nadinha! Que o velhote não é para brincadeiras, e ainda fico sem mesada.

- Se soubesses quem eu era até me beijavas os pés – disse há dias o segundo da lista.
E eu, moita-carrasco! Depois vou viver de quê?
O pior é que mesmo calando-me não me livro de ser insultado, e agora, pasme-se, até me ameaça com galhetas.
O problema não está no perigo em que incorro, porque é apenas uma ameaça sem sentido. O meu endereço electrónico está nos comunicados do almoço, o meu nome é verdadeiro, moro no Algueirão e tenho telefone registado na lista, onde está a minha direcção.
Assim poderia deslocar-se até aqui, ficava-lhe mais barato e a minha cara mais à mão.
Porque não se serve? Apareça.
Estou à sua espera para lhe beijar os pés.
Dou-lhe a possiblidade de escolha. Quer que lhos beije com o bucket ou com o roller.
A.M.

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