segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Prefiro o pior Dão ao melhor Borges


Existiu um Manuel Borges (por acaso Carneiro), magistrado e político que morreu em Cascais em 1883, na prisão, por causa da Vilafrancada, depois de ter sido um defensor do liberalismo desencadeado em 1820.
Havia um Borges que, à medida que foi ficando cego, se tornou mais lúcido e imaginativo. Foi Jorge Luís Borges escritor e poeta argentino que morreu em 1986, na Suiça.
Há um Paulo Borges que escreve umas coisas, é presidente da União Budista e do Partido pelos Animais e pela Natureza. (Não me esquecerei de um dia destes o interrogar sobre a tradição da tauromaquia em Portugal).
Há um Borges solicitador, outro músico, outro designer e um fadista. O Borges da Remax também consta dos catálogos consultados.
Existem Borges para todos os gostos.
Nós também temos um. Não é o Manuel, liberal condenado à prisão pelos miguelistas; que me conste não é cego e muito menos cultiva a lucidez; não é budista e o marialvismo ressuma da sua transpiração cutânea; não é solicitador e não canta o fado.
Talvez tivesse sido conselheiro da Remax onde conseguiu o treino necessário para hoje ter o poder de vender Portugal a retalho.
Consultando o seu currículo, ficamos a saber que se estabeleceu nos EUA em 1976 onde obteve os graus de mestre e doutor em economia. Em 1980 foi docente em França no INSEAD. Depois foi vice governador do Banco de Portugal lecionou na Universidade Nova, donde passou para a administração do Goldman Sachs, Citybank, BPN Paribas, Petrogal, Sonae, Jerónimo Martins, Cimpor e Vista Alegre.
Porra! Perante tal currículo, tanto conhecimento, tanta desenvoltura, tanta sapiência, quem é que se atreve a duvidar que a TSU seria como uma mina de ouro no Alentejo ou meia dúzia de poços de petróleo em Peniche, para já não falar do petróleo do Beato?
Não são apenas os empresários deste país que são ignorantes.
Há, neste momento, um país inteiro a não compreender que força, que poder “divino” ainda mantém este Miguel de Vasconcelos como conselheiro de estado.
Este Miguel e o outro Dr. Miguel devem voltar para os EUA no primeiro avião. Terão certamente uma boa reforma pelo contributo que deram para ajudar a economia americana. Merkel suportará uma parte da contribuição para os agentes que cumpriram a preceito todas as técnicas estudadas e recomendadas para que a Alemanha tenha um crescimento positivo e um baixo nível de desemprego.
Pela parte que me toca já comecei a fazer as malas para embarcar… para o outro mundo, onde tentarei organizar-lhes uma boa festa de receção quando chegar a sua altura, que pelas macabras e amarelentas fisionomias não demorará muito tempo.
Inté!

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