segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Medidas à Lagarde


 
Retirando do baralho o Cristiano, o Tiger Woods, o Federer, o Mourinho, o Michael Jordan  e muitos outros artistas pagos na razão direta das receitas geradas pelos espetáculos em que interferem, temos os outros que são pagos pelas organizações capitalistas para sacar o dinheiro gerado por quem realmente produz riqueza.

Gente paga principescamente com a finalidade de gerir e direcionar as finanças internacionais de modo a manter “os escravos” mais ou menos alimentados, saudáveis e conformados enquanto direcionam as mais-valias para os seus fundos pessoais.

Sendo verdade que o senhor Nogueira Leite, recebe anualmente 189.000 euros da CGD onde é vogal, mais 35.000 da EDP e 64.000 da Brisa, perfazendo aproximadamente a quantia 280 mil euros, ainda fica aquém dos 380 mil pagos a Christine Lagarde (323 mil mais 58 mil para as despesas).

Fiquei a saber há relativamente pouco tempo que esta senhora como pivot importante do circuito financeiro mundial, na qualidade de funcionária internacional beneficia de um estatuto fiscal específico que a isenta de impostos.

No patamar nacional, Nogueira Leite, sente-se ludibriado e já ameaçou que se em 2013 lhe tirarem metade do que ganha em impostos, pisga-se para outro lado. Estará a pensar num emprego internacional com isenção de impostos? Ou estará a pensar em viver no Dubai vivendo dos rendimentos acumulados?

Pensando num trabalhador que ganha 500 euros por mês, bastar-lhe-ia trabalhar 1 ano com o ordenado de Nogueira Leite para viver 40 anos sem trabalhar a viver com os 500 euros mensais. É só fazer a conta, como diria o “picareta” falante.

Eis que desce a Moral à Terra para pedir satisfações a Lagarde por ter acusado os gregos de não pagarem os seus impostos e de caminho ajusta também contas com Nogueira por ter andado nos media durante meses defendendo o corte de salários e o aumento de impostos e agora ameaçar fugir para a estranja.

Pois que vá! E vá arranjando instalações condignas para os oficiais de bordo e respetivo comandante, que não tardarão a seguir-lhe o exemplo.

Dizia a minha avó, que era Ribatejana, quando ia à praça e achava o carapau muito caro: “Vão mas é roubar para o Pinhal da Azambuja”

Creio que na Extremadura dirão: Vão mas é roubar para o Pinhal de Leiria.

Nesse tempo os assaltos eram praticados nos caminhos desertos e sombrios, mas a evolução das técnicas e dos costumes refinou os processos e hoje somos atacados por decretos mesmo quando estamos a dormir ou na casa de banho a fazer a barba.

A esferográfica é a arma dos legisladores.

A mesma arma, na minha mão, só serve para assinar o cheque que paga os impostos.

6 comentários:

Carlos disse...

Por cá diz-se, muito simplesmente, "vai roubar p'rá estrada". Não me ocorre o que se diz nas bandas do Zé do Telhado, que era assim uma espécie de Otelo do seu tempo, mas sem bigamias assumidas, antes colhendo o que os ventos da serra lhe traziam...
Mudando de assunto (ou talvez não), vou começar a enviar aos meus amigos umas graçolas sobre membros do actual executivo. É que as que versam os do anterior irritam as mucosas de alguns estômagos mais delicados.

durindana disse...

Quanto a mim, como deve saber, a corrupção mina-me o juízo, faz-me acelerar a bomba, que coitada dela, já fibrilha por todos os lados. Mas quando oiço um tipo a espremer honestidade por todos os poros enquanto se vai abotoando com dinheiros públicos, então, nessa altura, fico a pontos de morrer de apoplexia. O lado donde sopra o vento não altera o julgamento.
Mande lá as graçolas. Podem ser antigas que não me incomoda, todavia acho que as mais recentes, por isso mesmo, serão mais apreciadas. Vamos lá ver se eu consigo retribuir. Abraço.

Carlos disse...

Ut in cavea certant pulli gallinacii / esce causa, quibus cras est decretum mori, / sic propter imperium contendunt homines, / quod quam diu tenere debeant nesciunt. Pio II, in Criside

durindana disse...

Faça o favor de me traduzir esse latinório que gostaria de ter aprendido mas não tive oportunidade. Assim não vale!

Carlos disse...

Eu também não aprendi (quase nada).
Mas é assim: "Por acaso nunca vistes brigarem no galinheiro por um pedaço de comida os frangos / aos quais já decidistes tocer o pescoço no dia seguinte? / Assim também os homens brigam entre si pelo poder, / e nem mesmo sabem por quanto tempo poderão conservá-lo.
[Papa Pio II, 1405-1464]

José Leite disse...

O neoliberalismo com o climax da obscenidade. E pior que tudo, acham normal tudo isto!