domingo, 24 de agosto de 2008

Tapar o sol com a peneira

Quando documentos secretos são desclassificados e revelam mentiras de há 25 anos atrás o impacto na opinião pública tem muito pouco significado. Mas as pessoas mais atentas que conhecem desde a infância a parábola do "lá vem o lobo" não deixarão de considerar de quem é a voz. Estávamos em Fevereiro de 2006.
Não é a primeira vez que faço alusão ao facto de os EUA desclassificarem documentos secretos logo que atinjam a bonita idade de 25 anos. Não serão todos, como é evidente, mas qual será o país que tem uma posição mais aberta do que esta no que respeita a revelar as suas “intimidades”?
A última vez que referi este facto foi a propósito de um caso português, que passados mais de 36 anos ainda está no segredo dos deuses, porque existem familiares que se podem melindrar. São assuntos importantes que deviam estar já acessíveis para consulta de investigadores de modo a que se possa fazer a história correcta desse período.
Quando tanto se fala no direito à informação e liberdade de expressão por causa de umas garatujas, muito me admira que ninguém tenha uma palavra a dizer sobre o modo como são classificados certos documentos e ao tempo de retiro a que os sujeitam.

Tendo, portanto, uma posição bastante liberal no que respeita a este assunto não posso deixar passar em claro a notícia de que nos EUA a administração bushiana mandou reclassificar milhares de documentos.
Isto é, documentos que deixaram de ser confidenciais e que há muito tempo estavam à disposição de toda a gente para consulta, voltaram a ser confidenciais.
Ou seja, cerca de 55.000 páginas de documentos depositados nos Arquivos Nacionais e na Biblioteca Presidencial, alguns com mais de 50 anos e já largamente consultados e difundidos através de livros e revistas dos mais variados autores, voltam para a arca dos classificados. Top-secret.
Como assim?
Como é possível, escondendo agora os originais, desvalorizar ou anular tudo o que com base neles já foi revelado?
Esta administração "amaricana" ainda não fez uma única desclassificação de documentos desde que está no poleiro. A última foi feita em 1995 pela administração americana chefiada por Bill Clinton e muito material disponibilizado nessa altura está agora de volta ao baú.
Ou seja os amaricanos não confiam nos americanos!

Os investigadores, que como o historiador Matthew Aid, tenham em seu poder cópias de documentos que consultaram legalmente, ficam agora sujeitos a prisão por terem, de um momento para o outro e enquanto dormiam a sesta adquirido o estatuto de espiões em cuja posse se encontram documentos altamente secretos.

Talvez, até a pena de morte impenda sobre as suas cabeças!
Que triste sina.
A.M.

PS. Isto é tudo mentira. É apenas o relato mirabolante de um pesadelo que tive a noite passada quando fervilhava a 40 graus por mor de um ataque de paludismo.

3 comentários:

Des Contente disse...

Parabéns, o seu blog está espectacular.

Abraço.

durindana disse...

A "coisa" ainda está muito incipiente. Ainda procuro resolver muitas situações e tenho que suar as estopinhas para as resolver. Por exemplo: ainda não consigo enfiar textos no blogue do JN de forma a que os parágrafos sejam respeitados. Fica sempre tudo à molhada. Solicita-se ajuda.
De qualquer forma grato pelo seu parecer.
Abraço

mulher lua disse...

Olá, até que enfim!!!

Fixe!!!

Então, e a bola? Passas ou não passas?

O local do crime até que podia ser nas faldas (ah ah ah ) do castelo de Almourol...

Veijios