Talvez o mais importante acordo ortográfico entre o Brasil e Portugal tenha sido aquele que foi estabelecido em 10 Agosto de 1945. O último acordo foi assinado em 16 de Dezembro de 1990 e nele já participaram também Angola, Moçambique, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau. Os Estados signatários deveriam tomar as providências necessárias com vista à elaboração de um vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa, tão completo quanto desejável e tão normalizador quanto possível, no que se refere às terminologias científicas e técnicas. Todavia, no corrector ortográfico dos nossos computadores continua a existir a escolha opcional entre o português de Portugal e o português do Brasil. Lamento muito que seja assim! Por isso não sei se esta rápida e fugaz intervenção sobre as excepções estabelecidas no referido acordo para as palavras homógrafas e oxítonas, no que respeita ao uso do acento gráfico, num espaço de poesia, será inteiramente compreendido.Aqui fica, com o meu pedido de desculpas:
De cor
Conheço do mar a cor
Nos dias de céu cinzento
Mas ainda sei melhor
A cor do meu pensamento
Sei de cor do mar a cor
Nos dias de tempestade
Até sei a cor de cor
Duma vida sem idade
Só não sei de cor o quanto
Custa uma vida perdida
À procura dum encanto
Que não dura toda a vida.
Se de cor usasse acento
Ou a cor um chapéuzinho
Ninguém estaria atento
Ao comento do vizinho.
Sem comentários:
Enviar um comentário