quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Francisco Lázaro



Qualquer opinião deve ter uma boa base.
Proponho esta polemicazinha para animar as hostes:

Chovem comentários de toda a ordem sobre os Jogos Olímpicos:
Quem ganha mais medalhas, quem devia ganhar algumas e não ganha nada, quem é apoiado e quem não é, quem diz que é melhor ficar na caminha e quem ache que se deve sofrer até cair para o lado.

Não vou comentar nada nem ninguém, sem primeiro dizer isto:

Estes jogos não são olímpicos.
Será que Lázaro, que morreu por desidratação na maratona de Estocolmo em 1912 tinha apoios do estado ou de alguma fábrica de sapatilhas?
Ele era carpinteiro, não tinha treinador e a sua performance devia-se à corrida diária que fazia de casa para o trabalho.

Em meados dos anos cinquenta também fiz umas corridas e até cheguei a participar num campeonato de iniciados em representação do Benfica que me pagava o dinheiro dos transportes para os treinos no velho Campo Grande, perante a apresentação dos respectivos bilhetes. Tomás Paquete ainda corria, Matos Fernandes ainda saltava barreiras e o treinador era Fernando Ferreira.

Nesse tempo os atletas eram na sua maioria amadores e não era raro haver alguns desclassificados nos Jogos Olímpicos por se descobrir que tinham recebido “prendas” de entidades comerciais ou industriais.
Era inconcebível haver profissionais a disputar provas nos Jogos desse tempo.

O vil metal corrompeu os ideais olímpicos. Não se concebe que um atleta profissional, como Ronaldinho, Messi ou a maioria dos jogadores da NBA tenham apoios estatais para participar nos Jogos Olímpicos.

Transformem as Olimpíadas num campeonato do mundo que integre todas as modalidades, porque o espírito que devia presidir a estes Jogos já foi adulterado há muito tempo:

Posto isto, todos os comentários feitos sobre tudo o que se tem passado no que respeita ao nosso comportamento na China, passará a ter outro sentido.
A.M.

Sem comentários: