Recordo que não gosto de dobrada porque quando tinha os meus 17 anos e estava acampado com amigos no Monte Branco na Nazaré, um dia fomos convidados por um simpático casal de velhotes que conhecemos na praia, para ir almoçar a sua casa, situada no Sítio, lá no alto da falésia, onde D. Fuas esteve em risco de se despenhar. Ele era jornalista do Jornal do Comércio, que se não tivesse a triste sina de muitos periódicos, perfaria este ano a vetusta idade de 155 anos.
Naquele dia, livres da tarefa de cozer batatas e abrir umas latas de conserva, lá comparecemos à hora combinada para o almocinho.
Era a célebre dobrada com feijão que atacámos sem mais delongas logo que a dona da casa, ela própria, nos serviu. Distraído com a conversa, não sei quantas vezes a mulher do nosso amigo, sempre solícita, passou furtivamente por trás de nós para nos voltar a servir. Só dei por isso quando, já mais que saciado, reparo que tenho outra vez o prato cheio.
Sou do tempo das senhas de racionamento de que a malta mais nova nunca ouviu falar a não ser que os pais ou os avós, em vez de terem vergonha de contar aos filhos e aos netos as dificuldade por que passaram repetindo a velha lengalenga saudosista do “antigamente é que era bom” tenham preferido elucidá-los devidamente.
Dadas as condicionantes da época fui educado a não ter mais olhos que barriga o que significa que ainda hoje não gosto de deixar comida no prato.
Assim, perante aquela nova remessa de feijoada, não tive outro remédio senão cumprir a tradição, ou seja limpar o prato mas já sem ânimo para fazer corridas de bicicleta.
As células do organismo devem ter ficado de tal modo saturadas com a “tripeirada” que nunca mais voltei a comer nenhuma.
Talvez um dia volte a experimentar.
Agradeço ao Braga da Cruz que me deu o mote.
Onde?
Foi a frase “ainda diz que é abelha”.
Por isso esta história, que pretensiosamente pretendo que seja uma parábola.
Quem tem a coragem de servir 31 vezes “Magalhães e a memória em ano de eleições" não está com certeza à espera que alguém enfie na boca uma garfada que seja.
E ao contrário da dona de casa simpatiquíssima que nos queria agradar, este empregado de mesa que serve doses maciças do mesmo prato, está, intencionalmente a querer pregar-nos uma indigestão!
Não me importo que em vez de parábola considerem esta história uma lenda urbana.
Fico satisfeito do mesmo modo.
Bom fim-de-semana para todos.
A.M.
Naquele dia, livres da tarefa de cozer batatas e abrir umas latas de conserva, lá comparecemos à hora combinada para o almocinho.
Era a célebre dobrada com feijão que atacámos sem mais delongas logo que a dona da casa, ela própria, nos serviu. Distraído com a conversa, não sei quantas vezes a mulher do nosso amigo, sempre solícita, passou furtivamente por trás de nós para nos voltar a servir. Só dei por isso quando, já mais que saciado, reparo que tenho outra vez o prato cheio.
Sou do tempo das senhas de racionamento de que a malta mais nova nunca ouviu falar a não ser que os pais ou os avós, em vez de terem vergonha de contar aos filhos e aos netos as dificuldade por que passaram repetindo a velha lengalenga saudosista do “antigamente é que era bom” tenham preferido elucidá-los devidamente.
Dadas as condicionantes da época fui educado a não ter mais olhos que barriga o que significa que ainda hoje não gosto de deixar comida no prato.
Assim, perante aquela nova remessa de feijoada, não tive outro remédio senão cumprir a tradição, ou seja limpar o prato mas já sem ânimo para fazer corridas de bicicleta.
As células do organismo devem ter ficado de tal modo saturadas com a “tripeirada” que nunca mais voltei a comer nenhuma.
Talvez um dia volte a experimentar.
Agradeço ao Braga da Cruz que me deu o mote.
Onde?
Foi a frase “ainda diz que é abelha”.
Por isso esta história, que pretensiosamente pretendo que seja uma parábola.
Quem tem a coragem de servir 31 vezes “Magalhães e a memória em ano de eleições" não está com certeza à espera que alguém enfie na boca uma garfada que seja.
E ao contrário da dona de casa simpatiquíssima que nos queria agradar, este empregado de mesa que serve doses maciças do mesmo prato, está, intencionalmente a querer pregar-nos uma indigestão!
Não me importo que em vez de parábola considerem esta história uma lenda urbana.
Fico satisfeito do mesmo modo.
Bom fim-de-semana para todos.
A.M.
1 comentário:
Gosto muito mais de tripas enfarinhadas.
Veijios
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