sábado, 21 de março de 2009

Anulação canídea


Ao ler a notícia que uma escola do Texas enjaulava os alunos para que resolvessem disputas entre si, apresentou-se-me imediatamente, não a imagem de uma jaula mas a imagem dum contentor.
Se o caso lamentável dos alunos no contentor serviu para lançar o labéu de racista sobre os portugueses, que poderia eu dizer neste caso?
Nada.
Nada, porque todas as desgraças que existem por esse mundo fora não escolhem sítio para poisar e por mais que qualquer país se tente defender de imprevistos indesejáveis e unanimemente condenáveis, nunca estará completamente imune.

Certa vez, um amigo contou-me que desvairado com o desentendimento e as constantes brigas entre dois cães que possuía, os enclausurou num velho barracão ao fundo do quintal.
Num daqueles fins-de-semana com ponte foi com a família para o Algarve e só quando regressava quatro ou cinco dias depois é que se lembrou dos cães. Mal chegou a casa correu ao barracão e não havia vestígio dos animais.
- Comeram-se um ao outro, não há dúvida – finalizava ele com o ar mais sério deste mundo.

Que terá acontecido aos alunos enjaulados?
Será que o método resultou e se tornaram amigos inseparáveis?
Se tiver resultado digam-me que eu submeto imediatamente o projecto de uma fábrica de jaulas á consideração de uma dessas instituições europeias que disponibilizam o pilim necessário para nos tornarmos empreendedores. *
A.M.
* Vocábulo moderno em substituição do arcaico “empresário”

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