segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O MURO

Acompanhem por favor o meu raciocínio:

No espaço em que nos movemos existem quatro janelinhas superiores que se destacam das dezoito que se seguem. As primeiras dão pelo nome de Blogues JN e as outras de Blogues do Leitor.
Todos compreendemos e creio que todos aceitamos com normalidade a criação de um espaço destinado a autores credenciados pelo JN distinto de outro onde a amálgama de feitios, credos políticos e religiosos, polidos e mal-educados, serenos e desordeiros, provocadores e pacificadores, estabelece um clima febril e agitado, impróprio para quem queira apresentar um trabalho qualquer, seja ele político, de música, de teatro ou moda. Aliás os comentários feitos a esses “posts” são muito poucos e o “feedback” dos criadores absolutamente nulo.
É a sua característica.
Não há conversa e logo não se gera discussão.

Em “Farpas” há, pelo menos, duas excepções.
A entrevista a Paula Bobone tem 28 comentários.
Claro que comentário puxa comentário.
Até há um que reza assim:
Por acaso não conhecem o ditado que diz:
“Se não tivermos nada de bom a dizer, devemos ficar calados?”
Então porque não se calou? – Perguntaria eu.

Mas o exemplo mais flagrante, pelo menos segundo a minha opinião e depois de ter percorrido todo o Blogue de “Farpas” passa-se na entrevista a Guida Maria.
Entrei como de costume e desta vez resolvi fazer um comentário a propósito das posições assumidas por aquela artista, que vi representar diversas vezes e cujo trabalho admiro e respeito, sobre alguns aspectos da vida nacional, cujas comparações me pareceram absurdas e tendenciosas.

Agora, pasme-se!
Entra o Malaquias.
Para falar da entrevista?
Para comentar algum aspecto das declarações da artista?
Para questionar “Farpas” sobre as questões colocadas ou não colocadas?
Nada disso.
Malaquias entra para postar esta coisa:

“ó Adrianopedro, você é a útima criatura do mundo a ter moral para falar de dificuldades, porque se há quem suspire por aquele tempo que em Portugal já vai longínquo, você suspira por um tempo que é o de hoje, em que milhões de cubanos vivem com mantimentos racionados e se quiserem comer mais qualquer coisita têm de recorrer ao mercado negro a preços proibitivos. Está a perceber? E não venha com a história do embargo, essa choraminguice pegada que só fazem os apoiantes do ditador desde que o império comunista soviético morreu.
E quanto ao Mata, ainda a lembrar o ano de 1968? Tanto tempo? Ui que longe que vai! Nesse tempo ainda havia sovietes, gulags e cortina de ferro. Mas também houve primaveras que foram de esperança na libertação do jugo vermelho, mas que foram pisadas pelos tanques da estrela vermelha. Ui que distante!
Ui que mentirosos!”

Claro que não tenho a mania da perseguição e creio que o Adriano também não, mas lá que o Malaquias nos persegue, disso parece não restarem dúvidas.
Ainda um dia, sentado ao sol, numa qualquer praia deste país me vai aparecer o Malaquias para me questionar:
- Ó Mata que me diz você dos sovietes, dos gulags e da Cortina de Ferro?
Estou tramado.
Estamos lixados!
A.M.

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