Israel proclama que tem direito à terras do Rei David embora já tivessem passado mais de 3.000 anos. Com base neste princípio o planeta sofreria enormes convulsões para restabelecer novos limites territoriais. Terão os italianos em função do Império Romano de há 2000 anos direito de exigirem toda ou parte da Península Ibérica?
Em 1945 a Palestina era habitada por milhões de palestinianos e Jerusalém era uma cidade santa para todos os muçulmanos. Nessa altura a Palestina encontrava-se sob o mandato da Grã-Bretanha. Quadro (1)
Com o fim da 2ª Grande Guerra, e tendo os judeus sofrido os efeitos de um Holocausto que assassinou milhões de Judeus, os políticos ocidentais entenderam que era altura de lhes arranjar uma terra. Todavia não lhes foram distribuídas as terras em que viviam antes dessa data. Com o seu poder económico os judeus espalhados pelo mundo principalmente na Grã-Bretanha e nos EUA, exigiram a Palestina.
Assim, em 1948, o Estado Judaico com o nome de Israel declarou a independência com o apoio do Ocidente. Para tal foi necessário desalojar à força, por meios militares, milhões de palestinianos para Israel ocupar um território muito maior do que aquele em que habitavam os judeus em 1945. Quadro (2.
Cerca de 4 milhões de palestinianos continuam a viver em campos de refugiados que a ONU estabeleceu provisoriamente em 1948. Os que habitam em acampamentos na faixa de Gaza, Cisjordânia, Síria, Líbano e Jordânia não abandonam a sua condição de refugiados porque a sua situação é a única prova que possuem de que há sessenta anos tiveram que deixar as suas terras de origem pela força.
Esta será sem dúvida a principal fonte que ao longo de gerações vem alimentando ódios e extremismos.
Como resultado dos conflitos que se seguiram, sempre ganhos por Israel que na realidade funciona como uma base gigante americana no Médio Oriente, fez-se a paz em 1967 de que resultou a divisão que se vê no quadro (3) e que foi aceite por ambas as partes.
Só que Israel não parou e continuou a ocupar mais território Palestiniano e a cercar os seus territórios. Quadro (4).
Não pretendo de forma nenhuma entrar em longas discussões sobre este assunto dado que é impossível discuti-lo com alguma lógica e seriedade num local como este. Local onde até aparece alguém a contrapor a jornalista russa que foi assassinada como se esse facto tivesse algum peso para compreender as razões deste conflito. O meu único objectivo é apresentar alguns dados aos diversos comentadores de forma a poderem discutir o assunto com base nos factos históricos.
Todos nós, que não pertencemos ao lóbi armamentista nem temos características belicistas somos amantes da boa e sã convivência e não apoiamos os actos terroristas tal como não apoiamos as declarações de guerra unilaterais determinadas por esconsos motivos pintados com laivos de democracia.
Vejamos, contudo, a ocupação Francesa da Península. Não foi ela alvo de actos de terrorismo, através de atentados, assaltos e emboscadas aos sitiantes?
Eram terroristas ou patriotas?
Os movimentos de resistência durante a ocupação alemã não desenvolveram actos terroristas contra patrulhas e comboios nazis?
Eram terroristas ou patriotas?
Na Argélia, por exemplo, os resistentes argelinos à ocupação francesa eram terroristas para estes mas foram heróis para o seu povo.
Para compreender o que se passa no mundo aconselho a quem se sente agredido colocar-se no lugar do agressor.
Talvez que dessa maneira os fenómenos geradores dos desentendimentos pudessem ser mais facilmente compreendidos e resolvidos.
A.M.
P.S. Elementos recolhidos (incluindo mapas) num pps "circulante" e confirmados em diversos sítios na net.
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