terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Avaliação (3)





















O objectivo não foi alcançado.

Tinha esperança que fosse possível discutir com argumentos válidos as razões que cabem aos professores para contestarem o método de avaliação que está a ser imposto pela ministra da educação e ao mesmo tempo ouvir aqueles que criticam toda a classe docente, afirmando que os professores não querem ser avaliados, argumento tão básico como inconsistente.

Como é evidente se publicamente se perguntar a qualquer trabalhador se concorda em ser avaliado para efeito de progressão na carreira ele dirá que sim, mesmo que tenha a noção que essa avaliação o pode prejudicar, beneficiando colegas seus a quem ele próprio reconhece alguma superioridade.
Mais tarde, na sombra, talvez lute para que a medida não seja aplicada.

Realmente só um tolo não entende que qualquer organização, desde a mais simples à mais complexa, só tem a ganhar se o estabelecimento da hierarquia das competências funcionar.

Tenho uma enorme consideração pelos professores e fico confrangido quando oiço alguns críticos arrasarem de forma generalizada toda a classe docente nacional sem terem a mínima noção do que são as fichas de auto-avaliação, o portefólio do professor avaliado, a avaliação feita pelo director da Comissão Executiva, as cotas, etc., etc.

Por outro lado os professores, ou os media por eles, não informam de maneira simples e sucinta quais as medidas contidas no projecto do governo que são contestadas, nem as alternativas propostas.

A título de exemplo, menciono o facto de as classificações de “excelente” e “muito bom” que podem acelerar o acesso à categoria de titular ou proporcionar um prémio de desempenho correspondem a cotas estabelecidas pelo governo, o que lhe permite restringir o número daquelas duas classificações de forma a diminuir os custos, o que é um autêntico estrangulamento na progressão das carreiras para muitos professores.

Sobre esta medida, que parece ser uma das mais contestadas e que pessoalmente entendo que devia ser revista, pensei ser possível proceder a uma discussão construtiva.

Desanimado com o modo como o problema está a ser tratado, em que sobressai por vezes o dispensável insulto, vou… ali… e já venho.
A.M.

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