Há alguns dias atrás um canal de TV apresentou um programa em que três jornalistas (fora o moderador) se pronunciaram sobre a diferença entre estes tipos de intervenção.
As opiniões não foram muito divergentes embora não tivesse ficado muito claro como pode alguém fazer um comentário à revelia da sua opinião, ou dar uma opinião que não seja considerada um comentário. Claro que não são uma e a mesma coisa e é difícil a qualquer jornalista, colunista ou editorialista não sair da órbita da sua função específica.
Talvez a maior parte do debate tenha sido ocupada com a função “notícia” que ao jornalista apenas exige um relato dos acontecimentos o mais claro e sucinto possível.
Como todos sabemos isso nem sempre acontece e muitas vezes as notícias estão carregadas de subjectividade em que é por demais evidente a intenção do seu autor em cativar o leitor para a sua própria opinião.
Um dos jornalistas presente, há muitos anos radicado na Bélgica, criticou o facto de haver uma grande confusão na imprensa portuguesa tanto no que respeita aos aspectos que acima refiro, como também à linha editorial de cada jornal, que, por ausente, provoca nos seu leitores alguma perplexidade ao deparar com comentários de sentido tão díspar.
Vicente Jorge Silva caiu na esparrela de defender a ausência duma linha editorial bem definida em cada jornal com o argumento de que somos um pequeno país, com tiragens reduzidas que para cativar os leitores tem que atingir todos os gostos e tendências.
Será que o Washington Post se confunde com o New York Time? O Le Monde com o Le Fígaro? O El País com o El Mundo?
Por cá, no que respeita a linhas editoriais funciona a regra: todos ao molho e fé em Deus. Por mor das audiências, da publicidade e do dinheirama.
A.M.
Sem comentários:
Enviar um comentário