terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Recordando...


Tenho saudades do “Desabafe connosco”.
E já começo a tê-las do "Blogues do Leitor"
É evidente que já não acredito que venha a ser reactivado, tal como há meses, no mesmo local e em rodapé, os responsáveis pelo sítio prometem voltar em breve com novidades.
Apaguem o aviso e deixem ficar as coisas como estão.
Pode não ser o melhor mas é certamente o mais fácil.
Ali, naquele lugar, tive a oportunidade de fazer alguns amigos.
Por estranho que pareça até sinto saudades de quem, não simpatizando comigo, me bombardeou com alguns “mimos” que tiveram o condão de activar os meus sensores defensivos, o que, como é óbvio, é necessário para lubrificar o próprio sistema de vida.
Lembram-se por acaso do Malaquias?
Esfarrapou-me todinho!
A minha mãezinha é culpada pela minha falta de vocabulário para descer às catacumbas do Malaquias, pelo que me fiquei por aqui:

Deve ser ódio de morte.
Até em casa estou mal.
Tenho que me precaver.
Porque tenho pouca sorte?
A quem terei feito mal?

O Malaquias então
Pensando que sou cubano
Não me larga um só momento.
Quem será o valentão?
Será ele americano?

Oh, homem deixe-me em paz!
Não quero aturá-lo mais.
Acabou a brincadeira.
Talvez não saiba, aliás,
Que lhe levo a dianteira.

Quando você vai p’ra lá
À procura de argumentos
Para tentar confundir-me
Já eu venho para cá
Cheiinho de mantimentos.

E não fora a pachorra
De que nasci bem dotado
Já me tinha posto a milhas.
Isto é que está uma porra!
Tente ser mais ponderado.

Creio que o Malaquias desistiu.
De qualquer modo a porta do “Desabafe Connosco” está encerrada.
A.M.

7 comentários:

Carlos disse...

Por acaso, agora que fala nisso, também fui à procura das saudades que tenho daquela saloiada toda. Lembro-me deles tanto mais vezes quantas dou de caras com um polícia morto... Mas valia pela malta verdadeiramente fixe que por lá encontrei. Já agora, sempre perguntaria se os aerogramas começaram a ser pagos...

durindana disse...

Ó Carlos não sei nada dos aerogramas. A minha mulher ainda tem alguns (usados como está bem de ver)dos saudosos africanos anos 60. Eram só saudades...!
Agora o que sei (notícia fresquinha)é que a vacina da febre amarela passa de 15 cêntimos para 100 euros o que vai aumentar o preço das tuas deambulatórias viagens pelo mundo.
O "deambulatório" é brincadeira.
Abraço
A.M.

José Leite disse...

Desabafando e... rindo...

sempre que alguém escrevia algum texto digno de atençao.

Recordo ainda o Franco, o Figas, a Filó, Noesis, Rafaela,o Nuno Orestes...

Âs vezes saiam textos bem giros, impregnados daquela dose de ironia e sarcasmo, sem ofender, que davam para sorrir...

Enfim, será que voltámos ao «obscurantismo»?

Até já acabarm com a «contra-Informação»! Era dos melhores e mais pedagógicos programas da TV!

durindana disse...

Pois era realmente assim como diz, meu caro, mas o modo sub-reptício como o poder disfarça os antigos métodos, mantendo o mesmo poder e a mesma subjugação sobre a “populaça”, consegue aparentar, para os mais incautos, que existe de facto uma mudança.
Sim, houve! Mas apenas do método.
Caramba, apareça no liricoscampus.
Saúde e boa disposição,
A.M.

Des Contente disse...

Ouvi dizer que os “blogues do Leitor” só serão reactivados depois da “Ongoing” tomar posse.
Bom fim de semana.

legião 1143 disse...

olá Durindana , vim aqui ter através do blog Líricos do campus , reparei no seu perfil que é de V.N.Barquinha , essa terra é muito importante para mim , faz mais de 30 anos que sai daí da zona , tenho muitas saudades desse lugar , imagino que já deve estar um pouco diferente , se tiver disponibilidade e desculpando a minha interferência no seu blog será que podia tirar umas fotos da terra e meter aqui , gostava de ver como vai a Barquinha, se tiver essa amabilidade agradeço-lhe muito.

omitodesisifo disse...

Saudades é mesmo o termo
Porém o tempo não para
Aquele local estafermo
Às vezes era uma tara

Mas com trejeitos de carimbo
Como havia antigamente
Acabou por terminar
E com ele foi a gente

Não vale a pena pensar
Que aquilo jamais voltará
Escrevamos agora até dar
Nos blogues e enquanto há

E assim meu caro Mata
Aproveito a ocasião
Para um abraço que trata
Da amizade em primeira mão

Em breve vou ressuscitar
De penas alentejanas
Trago um filho para amar
E amizades durindanas

Assim se possa viver
De novo no Litoral
Depois de tanta paisagem
Caldeada do pior mal

Que o projecto que persiste
Na sua vasta tentação
É de viver entre o xiste
E a poesia da canção

Com amizade
Franco