domingo, 9 de janeiro de 2011

Eu não sei nada... eu não ouvi nada!

Digam-me se existe um sobrenome mais comum do que Silva.
Dou-vos um doce!
Nem Pereiras, nem Carvalhos, nem Oliveiras, nem Figueiras, tão pouco Laranjeiras.
Alguns Nogueiras, outros tantos Macieiras e ainda menos Azinheiras.
Conheci um Faia que tinha a mania que era toureiro equestre e um dia falhou a vaca e espetou a farpa na barriga do cavalo.
Também há bastantes Pimentas. Descendem de antigas famílias que prosperaram depois da descoberta do caminho marítimo para a Índia.
Sim, é verdade, há bastantes Silveiras.
No que respeita aos Silvas, é mato.
Há o Silva Marques.
O Silva Lopes.
O Silva Peneda
O Carvalho da Silva.
O saudoso António Silva.
O Augusto Santos Silva que ficou com os submarinos ao colo.
O Américo Silva que fez mais quilómetros a pedalar por esse país fora do que outros Silvas em campanha eleitoral.

Foi então que, certo dia, apareceu um Alberto para dissertar sobre uma determinada variedade de silvas
Disse então:
“O comportamento do Sr. Silva é causa de expulsão. Espero de uma vez por todas que o partido deixe de ser politicamente correcto e limpe o partido. O partido não tem vergonha se não abrir um procedimento contra o Sr. Silva. O Sr. Silva podia não gostar do Dr. Santana Lopes mas estava calado. O Sr. Silva só foi alguém neste país porque o PSD o fez. É de uma ingratidão e de uma falta de ética a todos os títulos reprovável”.

Sei, por experiência própria que silvas picam que se farta. Já uma vez nas correrias pelos pinhais, caí num silvado e fiquei todo picadinho.
Fico agora a saber que há silvas que no lugar dos picos possuem macias escovas que afagam e amolecem quem os perturba na sua característica imobilidade.

Foi assim que aquele Silva, mal soube que o Alberto perturbador do seu sossego, estava doentinho, desatou a fazer-lhe os maiores encómios, quando bastava, dada a sua importância, ter dito apenas:
- Lamento o sucedido ao Alberto.
Donde se pode concluir que a falta de ética atribuída ao Silva se metamorfoseou de louvaminhice interesseira, dada a ocasião propícia.
Se ele tivesse morrido, muito gostava eu de ouvir o elogio fúnebre à beira da campa feito pelos seus inimigos políticos.

E assim vai o mundo…
A.M.

5 comentários:

poetaeusou . . . disse...

*
Feliz do País !
onde as Silvas dão flõr !
srsrsrsr,
,
saudações !
,
*

José Leite disse...

Meu caro Mata:

Tivemos o António Silva!

Esse sim, um silva sem espinhos, com ironia, espiritualidade, bonomia...

Este, não se salva!

durindana disse...

Poeta tu és e como tal deves saber que silva nas composições líricas eram que os versos de 10 sílabas alternavam com versos de 6 sílabas.
Soubesse O "nosso Silva" deste pormenor e não entraria em lirismos, como aquele de defenderno regresso à terra e ao mar, quando foi no seu tempo de governante que se arrancaram as oliveiras e dstruiu a frota pesqueira.
Que me dizes amigo nazareno?
Um destes dias vou publicar aqui uma fotografia do tempo em que eu ia acampar para o Monte Branco?
Que belos tempos! Que bela praia!
Tudo no "Sítio"
Abração,
A.M.

durindana disse...

Ora seja bem aparecido caro Rouxinol de Bernardim. Deixei-lhe um recado sobre o "LiricosCampus".
Aquilo por lá está um tanto morno. Precisa de alguma lenha na fornalha.
Entretanto o "Ó Evaristo, tens cá disto?" ainda vai atravessando da memória de lá para a memória de cá.
Pequena travessia afinal que se processa num pequeno estalar de dedos.
"Fomos feitos em ceroulas" como dizia o poeta Ary.
Com amizade,
A.M.

Des Contente disse...

Muito gostava eu que o actual Silva também fosse a àguas para Boliqueime.