segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Vira o disco e toca o mesmo!

Para não variar, terminadas as eleições, parece que todos os candidatos voltaram a ganhar.
Uns por isto, outros por aquilo e até por nada.
Cavaco ganhou as eleições mas perdeu porque teve menos votos do que em qualquer outra candidatura presidencial.
Alegre perdeu porque teve menos votos do que na sua última participação, mas ganhou porque lhe foram sonegados os votos que por obra e graça do Dr. Mário Soares foram parar ao bornal de Nobre.
Este por sua vez, não ganhando, ganhou experiência e considera que não tendo apoio partidário (?), 14% já foi uma vitória
Francisco Lopes embora tenha tido menos votos que o seu Secretário-geral em 2006, conseguiu manter a mesma percentagem que nas últimas legislativas, o que já é porreiro!
Coelho ganhou uma equiparação a Tiririca, o que em meu entender é perder, mas ganhou a Cavaco na Madeira o que talvez explique o medo que muito boa gente tem da regionalização.
Defensor teve o pior resultado. Por isso perdeu. Contudo terá ganho alguma experiência.
Quiçá uma dor de cabeça.
Acho que todos perderam, dada a abstenção ter sido a mais elevada de sempre, principalmente se comparada com os 15,6% de 1980.
A não ser que comparando-a à de outros países fiquemos a ganhar.
Nos States, por exemplo, a média de abstenção ao longo de várias eleições é de 46%, o que parece ser pior. Acontece que sendo um sistema presidencialista só se devem comparar aqueles valores com as nossas legislativas em que a média de abstenção é de 21%.
Na Europa ficamos a perder com a maioria dos países, mas caramba, porque razão havia que existir convergência no que respeita às percentagens de abstenção se não conseguimos convergir no que respeita ao salário mínimo?
Tá bem! Sim, eu sei, que os gestores públicos dos outros países da UE é que se esforçam por convergir com os vencimentos dos nossos, mas isso é um caso sem exemplo.

Agora já se começa a falar no voto obrigatório.
Apreensivos, com medo de um dia haver uma abstenção de 90 %, que lhes reduziria a legitimidade, já falam em transforma num dever aquilo que até agora era principalmente um direito, conquistado a pulso ao longo de muitos anos.
E, sendo um dever, no caso de incumprimento até pode dar prisão. A não ser que por trás disto esteja um lobie que sabendo terem aumentado o preço dos atestados médicos de 90 cêntimos para 20 Euros esteja a pressionar as forças políticas para legislarem favoravelmente os seus interesses.
Vocês já viram?
Cerca de 5 milhões de eleitores a pagarem atestado médico para não pagarem multa ou serem presos? A 20 euros cada um dava 100 milhões! É muito cacau!

Num país onde parece que é proibido proibir será que vai ser proibido ir para a praia no dia das eleições?
Vou fugir prá ilha!

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