segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Esquerdo, direito... um, dois...

Quando se discutem problemas de carácter político e se declara que determinada medida é de direita ou de esquerda há sempre alguém que em tom jocoso pergunta:- Eh pá, o que é isso de direita e esquerda?
Podia ser um tarata confundindo a mão direita com a mão esquerda, mas normalmente não é. São pessoas que conhecem muito bem onde nasceu a ideia de designar as forças políticas de esquerda ou de direita em função das ideias e propostas que fazem para solucionar os problemas da sociedade em geral.

Podemos especular um pouco sobre este assunto.
Se duas das forças (o clero e a nobreza) que compunham os Estados Gerais, em finais do século XVIII em França, se sentavam do lado direito do rei e a terceira (a população que restava) do lado esquerdo, a verdade é que para quem assiste de frente para tal representação vê o clero e a nobreza do lado esquerdo do rei e os restantes do lado direito. Se a perspectiva escolhida tivesse sido a da assistência é evidente que quem hoje se diz de esquerda seria de direita ou vice-versa.

O que ninguém certamente contestará é a existência de interesses antagónicos entre os diversos extractos da população de qualquer país. Propositadamente não apelido esses grupos de classes já que há quem não goste e dizem que isso já não existe. O que mudou foi a sua composição, principalmente aquela que se sentava à esquerda do rei e era composta por banqueiros, médicos, comerciantes, sapateiros, militares, artesãos, etc., etc. Destes, muitos passaram para o lado direito do rei. Porquê? Porque passaram a ter interesses idênticos aos que tinham o clero e a nobreza, os quais por sua vez perderam alguns dos privilégios de que disfrutavam.

Lembrei-me de falar deste assunto a propósito duma notícia lida hoje num matutino:
“O presidente Obama não deve precisar de mais autorizações neste mandato. Impostos dos mais ricos devem ficar fora do esforço.”

Sobre quem vai recair o encargo de equilibrar as contas públicas?

Se ao menos os banqueiros ainda hoje se sentassem do lado esquerdo do rei…!?
A.M.

3 comentários:

Carlos disse...

... E na alcova da rainha?

durindana disse...

Por mim podia ser!
Menos com a piolhosa da Carlota Joaquina!

Carlos disse...

Lá está o Mata!...
Naquela altura, só se lavava quem era porco.
Além disso, o real esposo, quando a via ao longe, dizia "lá vem a vaca" e não "lá vem a porca".