Eles podem ser representados por imagens, palavras, desenhos, esculturas, gestos, etc.
Existem símbolos para quase tudo: Os símbolos da justiça, da força, da inteligência, da beleza e da fealdade, da pobreza e da riqueza, da gula e da fome, da amizade, da traição, da coragem e da cobardia, da prudência, da guerra e da paz.
A Justiça, por exemplo, pode ser uma estátua em que a figura feminina é cega, usa uma balança e uma espada, visto que deve ser isenta, possuir boa capacidade de avaliação e poder de decisão. Há gente que usa balança, tem pelo menos um "espada" mas até vê sem óculos. Em Portugal dizem que é cega. Tá bem abelha!
A Força tem uma caterva de símbolos. Um deles é a águia, mas como bem sabemos as águias têm dias (às vezes anos) de fraqueza. O mesmo acontece com o Leão, o rei da selva, que se dá muito mal nos centros urbanos e fica tão escanzelado que em vez urros solta balidos. Do dragão nem devia falar já que não é deste mundo e ainda tem a mania que é símbolo de tudo: da nobreza, da magia, da transformação, da imaginação, da perseverança, da lealdade, do poder e da lealdade. Chiça, é um usurpador! Os chineses idolatram-no.
Creio que o símbolo da Inteligência é a coruja. Pelo menos, era como apelidavam dois ou três colegas meus do liceu que se distinguiam dos demais. Se calhar é por isso que quando vejo um tipo com apenas meio centímetro de distância entre os olhos, digo com os meus botões: este gajo deve ser uma autêntica máquina pensante. Quanto à Beleza podemos ir de Vénus a Marilyn Monroe. Da fealdade, recordo Sócrates, “visita de casa de minha avó”.
Pobreza? Job. Coitadito.
Riqueza? Montes, toneladas de ouro. Para a Maya é o Ás de Ouros. Para mim é o Cristiano Ronaldo.
Da Gula tenho o Pantagruel da Berta Rosa Limpo e ainda o Gargantua e Pantagruel que o Rabelais transformou, se calhar sem querer, nos verdadeiros símbolos das grandes comezainas. Depois disso, e talvez inspirados nesta obra Franco Ferrari realizou o celebérrimo filme “A grande farra” de que me recordo sempre quando estou empanturrado com um jantar “à seria”, termo moderno usado até nos anúncios publicitários o que é, sem dúvida, muito “inducativo”.
Não falem da Fome que me recordo logo das crianças etíopes ou nigerianas que mais do que o símbolo da fome, são o seu retrato real. Claro, pois claro, também simbolizam a cegueira deste mundo ingrato, cínico e egoísta, mas isso é outra conversa.
Gosto tanto de falar de Amizade. Mas haverá algum símbolo próprio para este sentimento? Creio que não. A simbologia é tão vasta que pode ir de uma flor a um anel, de um simples gesto a uma grande emoção. Não existe outra sensibilidade que tenha produzido tantos pensamentos e citações. Gosto especialmente desta:
“Amigos são aquelas raras pessoas que nos perguntam como estamos e depois ficam à espera de ouvir a resposta.” .
Arranjei a bonita ao inserir a Traição nestas ligeiras e insípidas considerações?!
Traição, traição… bem… traidores foram Judas e Dalila. O primeiro até contribuiu para que o beijo seja, ainda hoje, considerado símbolo da traição. Mas que raio não podia ele ter dado apenas um “passou-bem” ao Senhor? E a Dalila? Se em vez de andar a matar filisteus, Sansão lhe tivesse pregado com a queixada de burro no toutiço, ainda hoje teria as suas belas tranças intactas. Até dizem, e eu acredito, que as únicas coisas que crescem depois da gente morrer são as unhas e o cabelame.
A Coragem ou Cobardia? Muito difíceis de medir. Ainda hoje andam a discutir se o suicídio é um acto de cobardia ou de coragem.
Nos momentos de perigo qualquer pessoa pode desatar a fugir ou passar ao ataque – é o instinto de sobrevivência que determina a acção. Esta é a distância entre as duas atitudes. Tão curta e tão longe. Também há quem fique petrificado – não mexe mesmo que lhe dêem corda.
Os actos de cobardia podem ser maiores e menores. Há graduações. Esconder-se um tipo atrás do anonimato para insultar o seu semelhante é desprezável embora o autor seja desprezível. Usar o poder bélico para assaltar pobres países que “saem fora dos eixos” é uma inaudita cobardia.
Prudência era a minha bisavó. Não se fala mais nisso embora seja sinal de prudência não sair à rua a desoras em determinados locais, usar o cinto de segurança e fazer análises médicas regularmente, mesmo que só consigamos marcá-las para o ano que vem. Há quem diga que a prudência era sósia da cobardia pelo que era normal tomar-se uma pela outra.
Quanto ao símbolo da Guerra temos Marte, para os antigos romanos. Alexandre também tinha a mania de andar à espadeirada, Napoleão aos tiros, Hitler à bomba e não falo de mais nenhum para não ofender ninguém. Prefiro recordar que ao temperar um coelho para o almoço de amanhã o condimentei com alecrim e manjerona – Ó Zé da Silva, que guerra foi essa?
E da PAZ?
A.M.