domingo, 4 de outubro de 2009

C'um catrino!

Cafarnaum?
Porquê?
Porque sendo uma das mais prósperas cidades da Galileia, colocada num extraordinário ponto estratégico, foi escolhida (usada) para instalar o principal ministério Jesus Cristo.
Os mais extraordinários milagres foram ali realizados!
Caramba!
Até um ateu se comove com a ressurreição da filha do chefe da Sinagoga.

C’um catrino!

Agora, passados mais de sessenta anos, dá-me para esta desafogo, pronunciado amiúde entre a moçada do meu tempo, quando era surpreendida por algum acontecimento.
- Ena, c’um catrino, que belas pernocas tem a professora de português!

Hoje, contudo, apetece-me averiguar o que é esta coisa de catrino, quanto mais não seja porque o género oposto, embora com K, foi dado a um devastador furação.
Aliás, levei muito tempo a interrogar-me a razão de darem nomes femininos aos furacões (termo do género masculino, cujo feminino o Marquês de Sade não desdenharia usar como cognome), até que li uma explicação (creio que num blogue): “Porque quando chegam, são selvagens e molhados, e quando se vão, levam sua casa e seu carro junto.”

Nas Beiras, “catrino” é um eufemismo para diabo. Mas também para termos incisivos ou pornográficos.
Ou seja,”c’os diabos!” é a exclamação equivalente. Mas também o é, “isto é que está um car…!”
Aliás, mais acima, em Trás-os-Montes, catrino é usado em lugar do palavrão que ficou aí, seguido de três pontinhos.

Catrina é uma roldana, o que, dada a sua forma redonda com um buraquinho no meio se conjuga muito bem com o catrino transmontano.

Mas c’um catrino, porquê?

Por causa de me ver obrigado a usar o Cafarnaum para oferecer a minha janela em Blogues do Leitor a quem não teve a sorte de passar por ali na mesma altura.
Com todo o carinho,
A.M.

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