Uma história, curta que talvez sirva para ilustrar a minha experiência neste tipo de discussões.
Quando após o 25 de Abril, apareceram os LCI, os AOC, os MRPP, as UDP, os PCPR, os POUS, etc., etc., que não sei onde andavam antes, e eu ainda era apenas delegado sindical do Sindicato dos Electricistas do Sul e Ilhas,vi-me confrontado com este tipo de situações:
Nas reunião do sindicato para discutir qualquer assunto, alguns grupos, como por exemplo os militantes do MRPP, impediam que se marcassem tempos para discutir os diversos pontos da agenda de trabalho com o argumento de que a mesa queria sufocar a voz da classe operária.
Cedendo, os trabalhos prolongavam-se até às cinco ou seis da matina e muitas vezes alguns de nós íamos d'ali directamente para a fábrica, sem que os assuntos ficassem definitivamente resolvidos.
O pormenor mais interessante é que o elemento do MRPP que iniciava a reunião, era substituido por outro duas horas depois e este por um terceiro, quando não um quarto, ainda.
Claro que se entendia muito bem qual era a táctica, mas como a democracia estava no início e não se podia cortar a palavra a ninguém que não se fosse logo acusado de fascista ou social fascista, ali ficava a Mesa da Assembleia amarrada a esse preconceito.
Lembrei-me destes episódios depois de mais de trinta e tal anos, porque já não sei a quem responder.
Ao Fortunato Rigueira, ao Victor Simões, ao Pablo de Andrade, ao Marco Pratas ou à Carla Brunhoso?
Caramba, 33 anos depois, uma dose igual?
Gaita eu sou só um e vocês fazem turnos.
Ora deixem cá o velhote com as suas recordações que tenho mais que fazer.
Tá, Fortunato? Tá Carla? Tá Victor? Tá Pablo? Tá Marco?
A.M.
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