Logo a seguir ao debate, ouvi alguns comentários, entre os quais o de Luís Delgado e o de Ricardo Costa e fiquei convencido que ainda há gente que julga que povo português é estúpido.
Manuela Ferreira Leite foi absolutamente cilindrada. Meteu os pés pelas mãos, mostrou que não estava preparada para o debate, não apresentou dados estatísticos nem para fundamentar as suas críticas, nem para contrariar as de Sócrates.
Também ouvi mais do que uma opinião afirmando que ela não tinha perfil para ser PM.
E o que afirmaram estes senhores?
Que Manuela Ferreira Leite tinha vencido porque superou as expectativas.
Realmente “a minha alma fica parva” ao ouvir tal argumentação.
Raciocinando:
Se alguém excede as expectativas é porque teve um desempenho melhor do que o esperado. Não se definindo qual o grau de exigência para alinhar à partida, pode-se admitir que um concorrente que conseguiu somar 2+2 teve um bom desempenho porque ninguém esperava que ele chegasse tão longe.
Mas aquilo não foi propriamente um exame. Era um debate, um anglicismo que só não foi contestado porque Graça Moura ainda não era vivo na altura. A gente já tinha a “discussão” para referir aquilo que ontem se passou e não precisava nada do “debate” (di’beit).
Não importando a origem de um e de outro vocábulo, qual o seu significado?
- Acto em que se esgrimem razões a favor ou contra determinado tema.
Como é lógico, depois de terminado, a apreciação é muito subjectiva dado que a formação e simpatias políticas concorrem para a formação das diversas opiniões.
Se por acaso tivesse havido algum equilíbrio naquela discussão, aqueles senhores nunca teriam referido que ela vencera por exceder as expectativas.
Isto digo eu, que não vou votar em nenhum dos dois, dado que, como isto anda lá por Bruxelas, só vamos escolher um gestor para gerir a coisa sem dissonâncias de maior com as regras da EU.
Todavia, a escolher entre os dois ainda preferia Sócrates a não ser que defendesse a teoria do “quanto pior, melhor”, caso em que votaria M.F.L.
Para amenizar, dado que esta coisa de eleições é repetitiva e nos provoca algum sono, deixo aqui uma graçola brasileira a propósito de debates, neste caso, parlamentares.
Um deputado brasileiro ao ouvir um seu adversário acusá-lo de ser um autêntico purgante, respondeu-lhe:
- E vossa excelência é o efeito!
Inté,
A.M.
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