terça-feira, 26 de maio de 2009

Um pouco de rigor, por favor.

As análises devem, pelo menos ser coerentes e apresentar alguma lógica no raciocínio.
Principia-se por colocar em dúvida as “parecenças” que algumas pessoas (eu por exemplo) estabeleceram quanto ás políticas governativas que o PS estabeleceu desde que é governo maioritário com aquelas que constam do programa do PSD.
Argumentei que o facto deste governo ser tão criticado e apesar de tudo continuar a ser o mais votado (mesmo perdendo a maioria), se devia à semelhança do programa político do PSD com o programa aplicado à governação pelo PS, que não do seu programa apresentado ao eleitorado.
Afirma-se noutro parágrafo que “cada vez é mais evidente, o PS deveria ser comparado ao BE e não ao PSD. As sondagens demonstram-no. O crescimento do BE está a ser feito às custas do PS.”
Comparado porquê?
Porque têm propostas políticas idênticas?
Porque no Parlamento usam a mesma linguagem?
Porque existe alguma semelhança nas atitudes de Alberto Martins e de Luís Fazenda?
Não!
Porque o crescimento do Bloco de Esquerda está a ser feito à custa do PS – afirma o meu caríssimo amigo zedasiscas.

Ora acontece que o PS teve 46% nas legislativas anteriores, o PSD 29%, o BE 7%,
o PCP 8% e o CDS 6.
No barómetro político da Marktest referente a Abril deste ano o PS tem 36,2%, o PSD 26,4%, o BE 13,6%, o PCP 11,2% e o CDS 8,3%.
Donde se pode concluir que se o BE sobe nas sondagens à custa do PS, sobe também à custa do PSD.
Ou seja, se as sondagens servem para alguma coisa poderíamos concluir que a penalização do eleitorado aos partidos que nos têm governado alternadamente evidencia que o eleitorado insatisfeito com a governação do PS não acredita que o PSD possa fazer algo diferente.
Ou seja, as sondagens mostram que efectivamente PS e PSD andam de braço dado quanto às sugestões de governação e até a maneira como se esgatanham um ao outro indicia que não têm propostas alternativas para se distinguirem.

E se me vierem com a cantilena que as sondagens “não dizem tudo” eu imediatamente interrogarei:
- Então onde está a base que sustenta que o BE devia ser comparado ao PS?
A.M.

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