segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
O Diácono Remédios ataca de novo!
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Tarde piaste!
Foi D. Fernando, apelidado de “Rei-Artista” devido à sua esmerada educação e cultura, que mandou ampliar antigo convento ali existente de forma a transformá-lo na residência oficial da família real portuguesa.
Serve esta introdução para apresentar uma anedota histórica incluída em alguns almanaques da época. Neste caso refiro-me à Revista de Instrução e Recreio de 1911.
D. Fernando convidara diversas personalidades para um almoço no palácio entre os quais Alexandre Herculano. Contavam-se anedotas e a certa altura D. Fernando perguntou àquele escritor o que queria dizer em português qualquer das classificações, varão, varela e varrunca.
Perante o espanto de Herculano, explicou:
- Pois são os maridos.
- Os maridos!? - estranhou aquele.
- Sim meu caro, eu lhe digo: Varão quando governa ele e ela não; varela governa tanto ele como ela; varrunca quando governa ela sempre e ele nunca.
D. Fernando contou depois, ainda no ciclo de anedotas que, um dia, jantando nas Necessidades com o seu bom amigo general Sousa Pinto serviram entre outros pratos, ovos quentes.
- Comi um. Estavam soberbos. Fui-me ao segundo... senti como que um corpo dificultando-me a deglutição… o ovo tinha um pinto em fabricação… e esta?
Não pude conter-me e engoli-o dizendo: Tarde piaste.
Talvez Orlando Neves no seu Dicionário de Expressões Correntes tivesse acrescentado mais alguma explicação sobre a origem remota daquela expressão de que se limita a informar: “Diz-se de alguém que chegou tarde ou interveio tarde num determinado assunto.”
A.M.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Ferroada
Mas não só, sei agora que foi um saxofonista de sucesso tendo inclusivamente tocado numa banda de jazz.
Alan Greenspan era considerado como “o mais duro defensor do capitalismo libertário” até que a actual crise económica e financeira lhe veio mostrar a impossibilidade de regulação deste sistema.
Por isso vem agora dizer que os bancos devem ser nacionalizados… embora temporariamente, acrescenta.
Ou seja, enquanto a especulação deu para pagar fabulosos dividendos aos accionistas, o Estado era visto como uma sanguessuga que lhes cobrava impostos muito altos, agora, na eminência de falências o Estado é tomado como uma vaca úbere.
Perante tal situação só me apetece gritar:
- Volta Vasco! Estás perdoado!
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Quadrumanos
Suspeito que o perigo resulta do facto de os humanóides serem menos peludos e por via disso estarem menos sujeitos à pulga e ao piolho. Verdes de inveja por perderem intermináveis horas no “catanço”, a macacada revolta-se o que temos que convir é humano. Talvez um dos poucos por quem não sintam inveja seja o Tony Ramos.
Não se deve excluir a hipótese de tais manifestações de desumanidade serem resultado de uma incontida revolta pelo facto de estarem em cativeiro.
No caso deste chimpanzé, quase passa despercebido, que ele só atacou quando o tentaram meter na gaiola, onde passava a maior parte do tempo depois de fazer umas gracinhas. Consta que os donos tinham o hábito de lhe enfiar na tola um chapéu de porteiro e colocá-lo a abrir as portas dos automóveis dos seus convidados em dias de “rodízio”.
Foi criado como um filho, acrescenta a notícia.
Que amor! Que ternura tamanha!
Pobre e mal agradecido, tal filho que assim ofende os seus paizinhos queridos.
Avisado pelo macaco do meu tio-avô e por este lamentável assassínio do chimpanzé da senhora Sandra Herold, tentarei manter a macacada a uma distância segura.
A.M.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Desde tempos imemoriais que vão para além da ocupação visigótica aquele lugar tem sido testemunha de toda a sorte de episódios da nossa história de séculos pelo que devia estar imune a comentários profanos e maldosos.
Que o fim-de-semana vos tenha permitido carregar as baterias.
A.M.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Rabiosques
São as graciosas palavras de recepção para quem entra neste sítio.
Terá sido por acaso que deparei com um contracto para fornecimento de 9072 rolos de papel higiénico de folha dupla adjudicados pela Faculdade de Letras de Lisboa à Mundisan, em Setembro de 2008?
Se calhar foi.
Não é difícil fazer uma pequena conta de cabeça para concluir que cada rolo custa a módica quantia de 60 cêntimos vírgula qualquer coisa.
Imediatamente dou comigo a vasculhar nos bolsos à procura do talão das compras que fiz ontem no super mercado. Por uma dúzia de rolos de folha dupla (não digo a marca por mor de não fazer publicidade gratuita) paguei 1,74 euros, o que representa (sai outra conta) cerca de 15 cêntimos.
Se pensarmos que para a compra de tal quantidade existe sempre um substancial desconto, poderíamos considerar que a Faculdade pagaria menos do que eu por cada rolo de papel higiénico. Pelo contrário pagou 4 vezes mais.
De cada vez que se ouve falar na necessidade de reduzir a despesa pública o pessoal estremece porque a solução passa sempre por reduzir os quadros de pessoal.
Talvez passe, e não passa por mais lado nenhum?
Será muito difícil fiscalizar este tipo de situações e punir os gestores responsáveis?
O tipo de função fisiológica que conduz a tal dispêndio não se pode evitar, por vezes até é difícil adiá-lo, mas devia processar-se do modo mais económico possível, fossem os rabos dos senhores doutores ou dos contínuos da Faculdade.
Hoje deu-me pra´qui!
A.M.
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Matemática
Claro que é um exagero dizer-se que “um pai vale por 100 professores”, mas a ideia do autor, creio eu, era a de realçar a importância que um pai tem na educação dos filhos, não especialmente pelos problemas, mas por toda a sua formação cívica.
Muitos anos mais tarde, na mesma cozinha, à mesma mesa, eram os netos que aturavam o velho avô com o mesmo género de exercícios, agora, contudo, apresentados com mais brandura, que a idade nos amaina a exigência para com as crianças.
Certo dia ocorreu-me construir uma outra tarjeta, cujo desenho e cores tentei manter no sentido de se equilibrarem. “Um avô vale por dois pais” ficou na parede em frente e à hora do almoço daquele dia a solicitação era saber quantos professores vale um avô.
De modo nenhum pretendi sobrepor a importância dos avós à dos pais no que respeita à formação das crianças, nem sequer menosprezar a dos professores, era apenas um exercício.
Passaram mais alguns anos e hoje à hora das refeições só restam os dois pedaços de pano pendurados na parede da cozinha…
… E muita saudade, também.
A.M.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
As alforrecas
O Naufrágio da Medusa, corveta francesa que naufragou no Mediterrâneo, apareceu misturado no lote e foi devorado rapidamente. O enredo é de grande violência principalmente para uma criança de 8 ou 9 anos de idade. Os mais básicos instintos do Homem vão sobressaindo à medida que os náufragos, numa pequena jangada lutam pela vida. O canibalismo foi mesmo a última solução para vencerem a morte e os mais fracos ou doentes eram os primeiros a ser sacrificados pelos companheiros.
O comportamento de qualquer sociedade aparentemente calma e cordata pode descambar rapidamente para a violência. Perante uma grave crise económica começa por se lutar por um emprego e os estrangeiros são os primeiros a sofrer a ira dos trabalhadores nacionais por entenderem que os seus lugares de trabalho estão a ser usurpados
Quando as dificuldades são tão grandes e tão extensas que começam a afectar a sobrevivência das pessoas quebram-se os protocolos, as regras e as leis. Rouba-se e mata-se por um pedaço de pão.
Só espero que do naufrágio económico de muitos países não surjam em catadupa muitas jangadas como a da Medusa.
A.M.