Venho poucas vezes ao armazém, mas quando chego noto
imediatamente um cheiro nauseabundo a cavalariça. Uma mula coxa, com peladas na
garupa e cheia de moscas à cata de carraças vem dar cabeçadas na porta e
espreitar pela janela. Sei que vem, pois já lhe conheço as manhas como a mula
do Moreira e aquele fedor não engana ninguém.
No dia em que a mula me perder o rasto, perde o sentido da
vida, fica amarfanhada de desgosto, deixa de se alimentar e morre de inação. Paz
à sua alma, se as mulas a tiverem.
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