terça-feira, 1 de janeiro de 2013

O Orçamento para 2013 segue em frente.


Lá mais para diante, quando começarem a ser aplicadas as medidas deste orçamento, talvez o TC venha a considerar algumas inconstitucionais, que obriguem à sua anulação. Ou talvez não obrigue, como acontece com os subsídios de férias e de natal, já que o Decreto-lei nº 496/80 que determina no seu artº 17 serem os mesmos “inalienáveis e impenhoráveis”, ainda não foi revogado e o governo já se prepara para eternizar esses cortes, o que na prática significa o corte de cerca de 17% do rendimento anual de um trabalhador. Juntamente com impostos taxas e sobretaxas, aumentos do preço da luz e dos combustíveis e até da própria água (lá virá o dia do imposto sobre o oxigénio que respiramos), não faltará muito para nos levarem metade do salário.

O Departieux português, António do Pranto Nogueira Leite, que ameaçou deixar o país se tivesse que trabalhar 6 meses de borla para o Estado, já deve ir a caminho da Bélgica, a convite da amenidade fiscal ali reinante.

Todavia, o que faria se apenas recebesse 83.500 euros por ano, e lhe cortassem 1110 euros de subsídio de refeição, 2450 euros para telemóvel, mais 2150 em combustível e tivesse que prescindir do popó que custa ao erário público1300 euros por mês?

Para haver no país um clima moral e eticamente aceitável nem seria necessário considerar os bons vencimentos dos diretores, administradores executivos e não executivos de empresas públicas ou semipúblicas, dos membros do próprio governo, dos deputados, secretários e subsecretários de estado, bastava que lhes acabassem com as mordomias.

E se isso não bastasse para reduzir o maldito défice, como sempre referem alguns economistas da nossa praça, contribuiria, pelo menos, para reduzir uma pequena parte da austeridade imposta ao comum dos cidadãos.

O orçamento agora promulgado vai contribuir para o avanço da pobreza, contudo o orçamento do Parlamento Nacional é de 100 milhões de euros, ou seja 435 mil euros por deputado, o Parlamento da Madeira tem um orçamento de 14,2 milhões para 47 deputados e os Açores 11,2 milhões para 57 deputados.

Se é certo que os parlamentos têm despesas que a sua própria existência justifica, que privilégio é esse do subsídio de reintegração, subsídio este que se estende aos vereadores municipais?

Só em relação a 2012 os deputados que requereram esse subsídio vão custar ao erário público cerca de 800 mil euros.

Quantos trabalhadores sobrevivem em Portugal sem qualquer subsídio?

Haja vergonha!

O País está em pranto!

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