quarta-feira, 2 de junho de 2010

Os valores perdidos

A teoria de que “isto só lá vai” com a alteração dos valores éticos e morais é uma verdade que, por tão óbvia, nem seria necessário mencioná-la.
O importante é saber porque se degradaram esses valores.
O importante é saber como corrigi-los.

Terá sido por acaso? Não há responsáveis?
Continuamos todos a dizer que isto só lá vai com a restauração dos tais valores como se não houvesse nada a fazer, como se fosse um mal sem cura, um desígnio dos deuses a que não nos podemos furtar.

Oiçamos as promessas dos políticos quando das campanhas eleitorais (eleitoralistas).
Reparem como aliciam o eleitorado, como vão ao seu encontro, como sorriem, beijocam e dão passou-bens.
Vejam depois como, sendo poder, fazem o contrário do que prometeram ignorando e fugindo das pessoas e encerrando-se num casulo donde procuram justificar as decisões tomadas.

Depois é vê-los a servirem-se do poder para se atribuírem benesses, inventar institutos que só servem para colocar familiares e amigos e dando-lhes autonomia para estabelecerem os seus próprios vencimentos e demais alcavalas.

A Grécia tomou a decisão de reduzir o número de autarquias de 1000 para 300 como medida anti-crise. Nós bem poderíamos fazer qualquer coisa parecida mas ia ser o fim do mundo em cuecas. Basta a gente lembrar-se de algumas manifestações da população para promover a sua terra a concelho ou mesmo a freguesia... e a consegui-lo.
E todos sabemos que 30 municípios estão falidos e possivelmente muitos mais estarão em falência técnica.

Quem não se lembra de em 2006 o presidente da Câmara Municipal de Viseu ter proposto aos presidentes de junta de freguesia do seu concelho para correrem “à pedrada” os inspectores do Ministério do Ambiente?
Ou seja a entidade que deve fiscalizar e multar obras ilegais realizadas pelas juntas de freguesia é impedida de fazê-lo.
Foi uma atitude democrática ou ditatorial? (!)

Ferreira Torres, Isaltino de Morais, Fátima Felgueiras, Valentim Loureiro são os nomes sonantes de autarcas arguidos em processos, acusados das mais variadas irregularidades. O que acontece? Podem os partidos, envergonhados, retirar-lhes o apoio partidário; a população embevecida com a generosidade dos seus presidentes volta a elegê-los.
Popularidade?
Segundo o Expresso de 29/8/2009 o custo das campanhas autárquicas em 2009 ultrapassou seis vezes o custo das legislativas. Como é que isso é pago? Donde vem o cacau? Sim, eu sei, vem do Brasil.

Como é que se podem evitar estas malfeitorias, repor um mínimo de ordem na gestão pública dos diversos organismos, castigar quem prevarica?
Sim, porque isto contribuiria para restabelecer alguns dos valores perdidos!
Democraticamente ou ditatorialmente?

Já sei.
Com uma democracia musculada!
A.M.

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