quinta-feira, 6 de junho de 2019

O Think-Tank Nacional

Acabamos de ser informados, via “Observador”, que Balsemão vai criar um clube “Bilderberg” à portuguesa.
Acho muito bem!
Já temos o cozido à portuguesa que prima pela variedade de ingredientes que o compõem, onde não falta a carne de vaca e o chispe, o frango e os chouriços, a couve, as batatas, o nabo e a cenoura, o arroz e o feijão e ainda o rabo e a orelha do porco.
Passaremos a ter o clube “Bilderberg” à portuguesa, que por sua vez, leva banqueiros como elemento básico e ainda alguns milionários e empresários, alguns presidentes de organizações, tudo temperado com um político no ativo.
No cozido costuma aproveitar-se o caldo que resulta das cozeduras das carnes para fazer uma sopa onde se pode adicionar, pão, massinha ou arroz.
No Clube não se pode adicionar mais nada, embora eu julgue que um ferroviário, um metalúrgico ou mesmo um almeida poderiam dar algum equilíbrio a este pitéu.
Temperar com um pouco de pilgrim pode melhorar o paladar.
Nota: Consta no curriculum de Pinto Balsemão que “É o único português com estatuto de membro permanente do clube e do seu Steering Committee”, pelo que eu penso que este clube é mais uma agência do verdadeiro clube Bilderberg.

Auto-estima, para que te quero?



Tendo lido, por acaso, que a CMTV tinha um nível médio de audiências superior às estações suas concorrentes, deu-me para tentar calcular o peso que esse fator poderia ter na formação ou formatação, se preferirem, dos portugueses. Deve haver uma política de informação sui generis, pensei eu.
Assim resolvi malbaratar o pouco tempo que ainda me resta a olhar para a pantalha sintonizada naquela estação campeã de audiências.
Eram 20H00
Homem Mata filho à facada.
Morreu carbonizada na casa onde vivia.
Incêndio em zona de mato.
Pânico às portas de Lisboa.
Crime em Silves – morto a tiro de carabina.
Mulher a quem o marido pegou fogo ficou internada.
Tragédia em Alpiarça
Reacendimentos em Pinhal Novo.
Pombal – Homem matou filho à facada na zona do tórax.
Incêndio em Carrazedas – CMTV dá primeiro.
Suíça – Português esfaqueou uma mulher e depois suicidou-se.
Jogador do Sporting (Rafael Barbosa) detido por ameaças e por resistir à detenção.
Um homem tentou abusar de 2 meninas de 11 anos no Prior Velho e foi surpreendido por populares.
Alhos Vedros – dois bombeiros feridos em incêndio.
Crime em Silves há cerca de três anos. Belga vai ser julgado no tribunal de Portimão.
A partir daqui (21H54) segue o futebol repetindo uma notícia anterior:
Jogador do Sporting detido (jogava no Portimonense) 
Sporting – Esforço por João Mário.
Bruno Lage pode sair do Benfica.
Félix no Manchester City?
Jesus aponta ao mundial de clubes.
Octávio Machado sabe tudo.
Bruno adia transferência.
Às 22H29 interrompem para anunciar que Félix foi assobiado e insultado no Porto.
Segue-se a ligação para o local. Até às 23H18 assistimos centenas de vezes às imagens do carro em que seguia o jogador percorrendo uma distância de cerca de 20 metros. Enquanto as legendas em letras “megabold” iam anunciando:
Félix e pais assustados.
Confusão no Norte.
Gritos, assobios e insultos.
Murros no carro.
Gritos de lampião de merda.
Uff. Vou tentar tirar ilações desta técnica que me faz lembrar aquelas fitas adesivas que se penduravam no teto para atrair as moscas, e talvez mais tarde apresente aqui as conclusões a que cheguei.
Nota: deliberadamente não mencionei a notícia de 20 segundos, introduzida no período imediatamente anterior ao tempo dado a Félix, sobre a vitória de Pimenta na Taça do mundo de remo. Estou convencido que se ele tivesse morrido afogado em vez de 20 segundos seriam pelo menos 20 minutos.
O petróleo e as papoilas.

Portugal ocupava em 2017 o 3º lugar dos países mais pacíficos do mundo, apenas precedido da Nova Zelândia e da Islândia. Em 2018 intrometeu-se a Áustria e fomos apeados do pódio. Nenhum deles baseia a sua economia no petróleo.
Nos últimos lugares estão Iémen, Síria, Sudão Sul e Iraque, cujas economias dependem em primeiro lugar do petróleo.


Poderia ser uma coincidência, mas podemos admitir a hipótese que o ouro negro é uma espécie de génio do mal que provoca insegurança nos países que o possuem e não têm tecnologia suficiente para o extrair e transformar.
Respingo aqui um trecho que retirei do Observador, que considero insuspeito dado que até fujo do Manel Fernandes como o diabo foge da cruz:
“A 9 de agosto, um míssil da Arábia Saudita matou 40 crianças a bordo de um autocarro. É o episódio mais chocante de uma guerra longa, complexa e muito ignorada. Saiba, afinal, o que se passa no Iémen.(…) Quando já estavam a bordo, foram alvo daquele que foi, até hoje, um dos ataques mais bárbaros dos mais de três anos que já leva a guerra do Iémen: uma bomba lançada por um avião pela Arábia Saudita (e apoiada pelos EUA, Reino Unido, França) atingiu de forma letal aquele autocarro. Morreram 51 pessoas, entre as quais 40 crianças.”
Não vou falar da Síria, nem do Iraque, nem do Sudão do Sul, mas a instabilidade que os coloca nos últimos lugares deste “ranking” tem por certo origem em interesses extranacionais.
Pois é, não falei do Afeganistão porque não tem o petróleo como base da economia, mas a papoila, meu Deus, a papoila é o seu “ouro negro”, muito apreciada nos países ditos civilizados.

Antissépticos como alternativa para a Europa

Toda a gente gosta de dizer coisas, inclusivamente há gente que gosta de dizer que os outros gostam de dizer coisas.

Acontece que Ferreira do Amaral, como economista que é, e eurocético que sempre manifestou ser, também tem uma opinião sobre a nossa adesão à Europa. Como moderado  aconselhou que nos devíamos preparar para uma eventual saída do Euro.
Do que me lembro, eu que já sinto os neurónios a patinar, é que entramos para a Europa pela mão de Mário Soares, com a promessa de convergência - mais cedo ou mais tarde íamos ter um nível de vida idêntico aos países mais desenvolvidos – e aplaudimos.
Passados tantos anos dessa data continuamos na cauda da Europa, com o salário mais baixo, com o leque salarial mais dilatado e com um clima de corrupção que nos coloca no topo dos mais corruptos.
Ferreira do Amaral entende, que dada a nossa fragilidade económica, se Trump, Merkel, Putin e Macron espirrarem cada um por si ou, ainda pior, em uníssono, mergulhamos numa crise de tal ordem, que cairemos numa crise profunda se não tivermos um plano “B” para a suportar. Não fujo á regra: Também gosto de dizer coisas.
E disse.
Nota: Se a Europa resolver comprar armas aos americanos para satisfazer as ideias de um louco, que procura criar um ambiente de guerra fria, para satisfazer o loby armamentista que o apoia, a Europa que se escafeda… porque eu vou ali… e já venho!