Hoje, 1 de Dezembro de 2012, celebrou-se miseravelmente, pela última vez, a restauração do país que em 1640 se libertou do jugo espanhol. Esta coisa do “jugo espanhol”, que nos ensinavam na escola, implantava na criançada uma aversão imediata e inconsciente contra os nossos vizinhos, de que Aljubarrota era o rastilho. A defenestração do traidor Miguel de Vasconcelos, lambido pelos cães na praça do Palácio Real era um analgésico que amenizava o sentimento patriótico da maralha da escola.
Hoje não estremecemos com a invasão das batatas e cebolas espanholas, porque as francesas estão na tulha mesmo ao lado e nas prateleiras em frente estão as bananas “Chiquita”, as laranjas da África do Sul, as nectarinas italianas e até kiwis dos antípodas australianos.
Com a produção nacional espartilhada pelas quotas estabelecidas pela UE e alegremente aceites e assinadas pelos neomiguelvasconcelistas tornámo-nos auto insuficientes e não conseguimos exportar de modo a equilibrar a balança de pagamentos.
Hoje, encaramos de modo indiferente a invasão de funcionários encartados do capital não tão internacional quanto isso, com a misericordiosa missão de nos orientarem na gestão da economia e das finanças.
Apáticos, assistimos ao beija-mão dos nossos governantes perante os governantes estrangeiros que de forma determinada nos emprestam dinheiro para comprarmos os seus próprios produtos e nos cobram juros altíssimos pelo empréstimo.
Daqui a alguns anos o monumento à Restauração será substituído, no mesmo local, pelo monumento à Refundação… felizmente espero não estar cá para assistir a mais esse crime!
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