Quando andava na escola primária não havia televisão. O cinema era ambulante e o sonoro era feito pelo homem que dava à manivela da máquina e ora fazia voar o cavalo de Roy Roger, ora o fazia andar em marcha lenta. Quando aparecia à entrada dum desfiladeiro o “maquinista” gritava: lá vem ele! Por vezes passavam simultaneamente o mesmo filme em duas terras próximas, donde resultava que numa delas se via a segunda parte antes da primeira. No intervalo havia alguém que ia de bicicleta trocar as bobines.
A leitura era o que nos restava para passar o tempo e a carripana da Gulbenquian só passava uma vez por mês. Havia a coleção Manecas onde tomámos conhecimento com “A Gata Borralheira”, “A Branca de Neve”, “O Pinóquio”, “O Príncipe com orelhas de burro” e “O aprendiz de feiticeiro”.
Um dia, pelo Natal, quando o burro e a vaca ainda bafejavam o interior da manjedoura, o menino Jesus ofereceu-me um livro que continha duas histórias: “O doente de cisma” e “O médico à força” numa versão para crianças.
Recordo esse tempo com alguma saudade quando por esta ou aquela razão sou solicitado para rememorações. Desta vez, foi a notícia, de que menos 500 mil portugueses foram às urgências no hospitais e cerca 1 milhão às consultas em relação ao mesmo período do ano passado.
Imediatamente “vi, claramente visto” que algumas centenas de milhares de portugueses deixaram de cismar que estão doentes. Um príncipe com orelhas de burro, armado em aprendiz de feiticeiro, que não fala de Gepeto (seu criador) se armou em “médico”, não à força, mas a martelo, curou-os… definitivamente!
A leitura era o que nos restava para passar o tempo e a carripana da Gulbenquian só passava uma vez por mês. Havia a coleção Manecas onde tomámos conhecimento com “A Gata Borralheira”, “A Branca de Neve”, “O Pinóquio”, “O Príncipe com orelhas de burro” e “O aprendiz de feiticeiro”.
Um dia, pelo Natal, quando o burro e a vaca ainda bafejavam o interior da manjedoura, o menino Jesus ofereceu-me um livro que continha duas histórias: “O doente de cisma” e “O médico à força” numa versão para crianças.
Recordo esse tempo com alguma saudade quando por esta ou aquela razão sou solicitado para rememorações. Desta vez, foi a notícia, de que menos 500 mil portugueses foram às urgências no hospitais e cerca 1 milhão às consultas em relação ao mesmo período do ano passado.
Imediatamente “vi, claramente visto” que algumas centenas de milhares de portugueses deixaram de cismar que estão doentes. Um príncipe com orelhas de burro, armado em aprendiz de feiticeiro, que não fala de Gepeto (seu criador) se armou em “médico”, não à força, mas a martelo, curou-os… definitivamente!
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