Crise leva empresas a adiantar salários e a conceder empréstimos a trabalhadores – a notícia.
Aparentemente trata-se de um acto humanitário.
Quem terá coragem de criticar tal atitude quando ela se destina a ajudar um chefe de família que já perdeu o crédito no talho e na mercearia?
Ninguém. Nem eu tão pouco.
Contudo não posso deixar de me emocionar com situações como esta.
Emocionar e revoltar.
Vendidos ao desbarato alguns bens acumulados e empenhados os anéis, o relógio de cuco e os brincos que oferecera à mulher num dia de aniversário, o trabalhador vê-se, por fim, obrigado a empenhar a única coisa que lhe resta: A FORÇA DE TRABALHO.
Talvez nunca mais se possa desempenhar e fique toda a vida amarrado para pagar com juros tal empréstimo.
4 comentários:
Ainda há bons patrões…
Conheço alguns que são tão amigos dos empregados que pagam acima da tabela e fazem os descontos pelo vencimento mínimo, só para ajudar os funcionários.
Tudo boa gente.
Abraço.
... se aquilo que pagam acima da tabela for menos do que aquilo que teriam de descontar para a segurança social... digo eu.
Achas? Claro que não.
E se calham de ficar sem emprego o subsídio de desemprego é uma ninharia, bem como os valores contabilizáveis para efeitos de reforma.
Já dizia o meu avô, “patrões, é velos, amá-los e …”!
Claro que como em tudo há excepções.
Abraço.
Não se pode empenhar as barbas?
Todos os domingos fico com uma certa mágoa de ver aqueles pelitos que a máquina cortou irem pelo cano abaixo.
O Mata ainda fazia uns cobres...
Enviar um comentário