Há algum tempo que venho recebendo “convites” de amigos para aderir ao Facebook.
Até agora tenho resistido, porque possuindo dois meios para estabelecer os contactos iria adicionar mais um à mesma máquina e aumentar o trabalho que tenho para gerir e organizar o sistema de comunicações.
Claro que sinto sempre um amargo de boca quando me fico nas covas perante as novas tecnologias; é como se estivesse a passar um certificado deste tipo:
“Eu, abaixo-assinado, declaro que devido ao peso da idade, já não me sinto mentalmente capacitado para aderir a qualquer novo sistema que obrigue a um esforço de aprendizagem do mesmo.”
Porque se este sentimento não é verdadeiro, para lá caminha.
E a gente a adiar, adiar, adiar…
Depois, lembrei-me do velhote da minha terra que quando a electricidade lá chegou não a aceitou e quando a água foi canalizada também não quis fazer a respectiva instalação.
Alumiava-se com candeeiros a petróleo e a empregada ia encher o cântaro à fonte.
Começo então a perceber, dada a minha relutância em aderir ao Facebook, que o conservadorismo daquele meu conterrâneo, das duas, uma, ou não era tão profundo como eu pensava ou então estou a a seguir-lhe as pisadas.
Vai daí, ontem, acabei por dar o passo.
Ainda não vi bem a maior parte das funcionalidades deste novo brinquedo, mas já fui contactado por dois camaradas felicitando-me e agradecendo-me por os considerar seus amigos. Então não sabiam? Tinham dúvidas?
O pior é que hoje de manhã, com a bica a fumegar, e lançando um olhar guloso sobre uma coluna do jornal deparo com esta notícia:
“Preocupados com questões de privacidade, um grupo de utilizadores juntou-se para fazer com que o próximo 6 de Junho seja um dia anti-Facebook. O protesto consiste em não usar a rede social. As regras adoptadas pelo Facebook em Dezembro fazem com que mais informação seja pública e mereceram ainda esta quarta-feira a reprovação de um grupo de aconselhamento da comissão Europeia, que as considerou inaceitáveis.”
Pensando bem, talvez o Facebook seja mais prejudicial para quem tem por costume esconder as suas “sem-vergonhices” atrás do anonimato.
Digo eu, que não percebo nada disto!
A.M.
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