quinta-feira, 22 de abril de 2010

Cochilando

Qual a melhor maneira de nos informarmos sobre qualquer assunto?
E, se já temos conhecimento de alguma matéria, onde foi que o recolhemos?
Se temos algumas dúvidas sobre temas específicos que critério usamos para procurar os esclarecimentos necessários?
Se falamos de pessoas já com certa idade e de ideias fundamentadas é certo que a sua inclinação penderá para todas as fontes que não inquinem os seus conceitos básicos sobre a vida, que ao longo dos anos se foram formando em função de todo o conhecimento absorvido.
Procurar explicar a razão porque uns são crentes e outros ateus, porque uns são mais conservadores e outros mais progressistas, para não falar de outros parâmetros, é tarefa destinada ao insucesso pela complexidade que envolve. Sabemos, todos nós sabemos, como não é líquido que os filhos sigam a orientação religiosa ou política dos pais, ou dos professores, não sendo raro que se encontrem em campos opostos ao nível das mais variadas ideias, pelo que o meio ambiente em que cada um de nós cresce, contribui em maior ou menor grau para aquilo que somos hoje.

O que levará alguém a dizer que uma fonte de informação é tendenciosa?
Aqui mesmo no “Blogues do Leitor” alguns intervenientes questionam-se mutuamente sobre a credibilidade das respectivas fontes. Como é evidente a lista de jornais e revistas que cada um entende ser fiável, não coincide.

Se consultarmos a biografia de Ratzinger na Wikipédia, poderemos verificar como é muito bem explicado que a sua família era anti-nazi, mesmo antes da guerra e que a inscrição na juventude hitleriana era obrigatória e que os seminaristas, não sendo inicialmente obrigados acabaram por sê-lo mais tarde. Ratzinger inscreveu-se aos 14 anos, mas o seu biógrafo teve o cuidado de acrescentar que ele não se manifestava muito entusiasta. Não acrescento mais, pois qualquer um pode, se tiver interesse, em ir ao sítio certo.

Será que esta biografia é isenta?

No dia 11 deste mês o Jornal de Notícias comentava que Ratzinger, enquanto cardeal protelou o pedido de exoneração feito pela diocese de Oakland nos EUA de um padre condenado por “molestar seis rapazes” feito em 1981. Só em 1987 o dito padre foi afastado.

Claro que este episódio não consta da biografia de Ratzinger.
Talvez por não ser importante, admito.
Não haverá contudo quem seja capaz de jurar a pés juntos que esta notícia, embora emanada por uma agência noticiosa muito prestigiada, é uma descarada mentira, porque não consta da sua biografia na Wikipédia.

No dia em que os jornais nacionais noticiaram que o Papa tinha chorado pelas vítimas de pedofilia, num deles, a notícia era complementada com uma fotografia do Papa cochilando.
Admito que quando ele chorou não havia fotógrafos presentes, mas caramba, não havia pelo menos uma fotografia do Sumo Pontífice acordado?
A.M.



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