A
vigarice
A mentira roda meio mundo
antes da verdade ter tido tempo
de colocar as calças
A mentira roda meio mundo
antes da verdade ter tido tempo
de colocar as calças
(Winston
Churchill)
Vigarice deriva de vigário que por sua vez decorre do latim vicariu. Em português
vigário é aquele que substitui outro, mas no Brasil além de ser o pároco em
muitas freguesias também é espertalhão, finório.
O facto de haver duas origens diferentes para legitimar a origem do termo “conto do vigário” deixam-me embaraçado sem poder concluir quem é que contribuiu de modo definitivo para se chegar à vigarice. No Brasil contam a disputa dos vigários de duas paróquias, Pilar e Conceição, por uma imagem de Nossa Senhora. Um dos vigários teria proposto que a santa fosse amarrada a um burro que seria solto entre as duas igrejas e a paróquia para onde o burro se dirigisse ficaria com a santa. Só muito mais tarde se descobriu que o burro era do vigário dessa igreja.
Por cá, nesta terra que nunca mais ganha juízo, e como não pode emigrar continua à beira mar plantada, a história é outra. Quem a conta é nem mais nem menos o nosso estimado Fernando Pessoa, amigo de Abel Pereira da Fonseca, que talvez sem saber contribuiu para os extraordinários devaneios poéticos de Pessoa. Um lavrador ribatejano, Manuel Peres Vigário é abordado por um fabricante de notas falsas…
O livrinho custa à roda de 5 euros. Se quiseram eu conto a história. Basta pedirem.
O que interessa ao caso é que Vigário deu em Vigarice, ficando nós sem saber a verdadeira origem.
Vigarice, pois!
Passaram já muitos anos sobre a data de qualquer das
origens descritas para a ligação “vigário/vigarista” mas uma coisa é certa, a
evolução tecnológica, a democracia que determina que é proibido proibir seja o
que for, mesmo que seja para dar cabo da humanidade, o espírito globalizante
que foi desencadeado como se fosse uma solução para as desigualdades, também deram
origem à transfiguração da vigarice.O facto de haver duas origens diferentes para legitimar a origem do termo “conto do vigário” deixam-me embaraçado sem poder concluir quem é que contribuiu de modo definitivo para se chegar à vigarice. No Brasil contam a disputa dos vigários de duas paróquias, Pilar e Conceição, por uma imagem de Nossa Senhora. Um dos vigários teria proposto que a santa fosse amarrada a um burro que seria solto entre as duas igrejas e a paróquia para onde o burro se dirigisse ficaria com a santa. Só muito mais tarde se descobriu que o burro era do vigário dessa igreja.
Por cá, nesta terra que nunca mais ganha juízo, e como não pode emigrar continua à beira mar plantada, a história é outra. Quem a conta é nem mais nem menos o nosso estimado Fernando Pessoa, amigo de Abel Pereira da Fonseca, que talvez sem saber contribuiu para os extraordinários devaneios poéticos de Pessoa. Um lavrador ribatejano, Manuel Peres Vigário é abordado por um fabricante de notas falsas…
O livrinho custa à roda de 5 euros. Se quiseram eu conto a história. Basta pedirem.
O que interessa ao caso é que Vigário deu em Vigarice, ficando nós sem saber a verdadeira origem.
Vigarice, pois!
Hoje com as novas roupagens, que novas tecnologias favorecem, a vigarice surge tão camuflada que só a invenção de um “vigariçómetro” nos pode ajudar se por acaso o inventor não for um vigarista ao serviço do grémio respetivo. Muita atenção, pois todo o cuidado é pouco. Lembrem-se de uma coisa importante, hoje já não há contos…há euros.
A vigarice está no anúncio de uma pomada, duma frigideira, duma casa, dum medicamento, dum mero pedido de ajuda, nas letras muito pequeninas dos contratos de eletricidade, de telefone ou televisão, do pedinte que se faz de pobre, do são que se faz de doente, do rico que declara rendimento mínimo, do político que faz promessas que sabe que não vai cumprir.
Pelo caminho que isto leva, proponho uma nova disciplina escolar: aprendizagem de técnicas defensivas contra os vigaristas.
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