quarta-feira, 6 de julho de 2011

E depois dizem que não entendem...

Mas espera aí.

Só agora é que as agências de “rating” nos desclassificam?
Antes da crise política que levou a novas eleições não o faziam já?
Vozes, muitas vozes, se ouvem agora a criticar essas mesmas agências e um famoso economista da nossa praça chega a classificar de terrorismo a actuação da “Moody’s”.
Enquanto os políticos seguirem o caminho da simulação, da matreirice e da mentira descarada, nunca será possível erguer o país da fossa em que está metido.
A confiança, responsabilidade e abertura prometidas pelos vencedores do último acto eleitoral o que significam?
Confiança em quê ou em quem?
Responsabilidade? Quem admitiria a irresponsabilidade? Quem responsabiliza?
Abertura?... Puf… o que é isso?
Outro chavão usado foi a promessa de uma “relação adulta”.
Porquê? O anterior governo mantinha uma relação adolescente com a população?
Se o anterior Governo tão criticado pela oposição merecia ser castigado por não cumprir o que prometeu ao povo (lá me ia a mão para a populaça) devemos desculpar o actual por fazer o mesmo? Pois, pois o estado de graça…
Em campanha disse que era um disparate “taxar” o subsídio de Natal. Pimba!
Afirmou que taxaria o consumo e não o rendimento em caso de necessidade. Pumba!
E sobre a suspensão do processo de avaliação dos professores? Cumpriu?
A peça trágica/cómica do caso Fernando Nobre está muito mal contada.
Quando uma pessoa sai de casa pode ser atropelado por falta de atenção ou descuido do condutor. Em cima da passadeira? Deixa cá ver a carta!
Recebe uma nota de despedimento sem justa causa, que culpa tem ele, né?
Uma velhinha partiu um pé por causa de um buraco no empedrado da rua?
O Sr. presidente da câmara é primariamente responsável pelo desastre.
(bem esta foi metida de estucha por causa dum famoso “pinheirinho” numa freguesia do Porto).
Isto é, na peça citada, é difícil atribuir responsabilidades.
Será que Fernando Nobre bateu à porta em Massamá para propor a sua adesão ao PSD em troca da Presidência da Assembleia?
Ou pelo contrário terá sido Passos Coelho que se deslocou ao domicílio de Nobre para lhe fazer a dita proposta?
No caso da candidatura à Presidência da República já nós sabemos quem o incentivou e a razão do incitamento.
Claro que a responsabilidade neste caso é repartida.
Todavia estou convencido que Passos Coelho não deve ter sido suficientemente convincente junto dos deputados da sua bancada para apoiarem Fernando Nobre, dado que alguns, fizeram orelhas moucas.
No meio destas trapaças quem me pode impedir de pensar que a “presidenta” já tinha sido escolhida e o nosso PM andou a garantir o chumbo de Fernando Nobre?
Não nasci desconfiado… fizeram-me!
A.M.

                                                       ADENDA
Entretanto a agência de rating chinesa Dagong acusa as norte-americanas, Standard & Poor´s, Moody´s e Fitch de estarem encobrindo a insolvência dos EUA ao  recusarem-se baixar a sua avaliação - apesar das crescentes dificuldades do país em pagar suas dívidas.

Chen Jialin, director-adjunto do departamento internacional da Dagong, disse ao semanário Sol que as três agências norte-americanas apenas lançaram avisos sobre a elevada dívida dos EUA, é devido à pressão da opinião pública e não por vontade própria.

7 comentários:

Carlos disse...

Plenamente de acordo, no que respeita às classificações dos USA.
No restante, parece-me que o coro de protestos que se ergue a nível dos governos da UE.
Claro que tudo isto tem marcado cunho interesseiro.
De todas as partes.
Também é claro que a economia portuguesa não tem viabilidade enquanto o capital tiver libérrimo acesso ao tráfico de fundos e a especulação for mais apetecível que o investimento produtivo.
Pensem o que quizerem, mas o Dr. Salazar nunca permitiria esta bandalheira...

... Ao nível económico e financeiro...

durindana disse...

Salazar não teria aderido à UE e continuaríamos orgulhosamente sós.
Nunca acreditei que a globalização se fizesse por outra razão que não fosse alargar os mercados dos países mais desenvolvidos.
A convergência no que respeita ao nível de vida foi só para alguns.
Ah, sim, já me esquecia do motivo principal: a uniformização das políticas de modo a evitar grandes convulsões.
Calçaram a bota?
Agora descalcem-na.
A.M.

Carlos disse...

Num descalço, remendo-a.

http://www.elpais.com/articulo/economia/Europa/embiste/agencias/riesgos/castigo/Portugal/elpepueco/20110707elpepieco_1/Tes

Carlos disse...

Aliás, já tardava a ladainha contra tudo o que é "invenção" ocidental.
'Tavamos bem era no COMECOM, num era?

durindana disse...

http://www.elpais.com/articulo/economia/Europa/embiste.
Fui lá mas:
"Lo sentimos La página que ha pedido no existe o ha sido borrada del servidor".

Carlos disse...

Porsupuesto fue borrada, mas dizia, mais ou menos, para os europeus correrem com moodys & cª a pontapé, dando como exemplo a falácia com que tem tratado o caso português.
A pouco e pouco, os europeus vão-se consciencializando das "trampas" armadas pelo capital apátrida mas tendencialmente americano.
Experimente ver "El Pais" - economia.

Carlos disse...

Detesto ter razão nestas coisas, mas, além da Espanha, já estão na fila para a guilhotina a Irlanda (de novo) e a Itália. A Bélgica está "nas reservas".