sexta-feira, 21 de março de 2014

Crispação

Falando das eleições europeias, Sua Excelência pediu a participação ativa dos portugueses. Por certo receia que a populaça (termo muito querido de um nosso historiador) se esteja marimbando para estas ou outras quaisquer eleições, por já se ter convencido que já tudo está previamente determinado por um deus sem rosto que não admite alternativas para o seu infortúnio.
Cavaco pede também uma campanha esclarecedora. Os cidadãos que não pertencem ao arco da governação ou são seus amigos fiéis (vá-se lá saber porquê), habituados como estão às aldrabices eleitorais, deixaram de lhes prestar atenção para não ficarem baralhados das ideias.

Sua Excelência também se mostra preocupado com o agravamento das crispações partidárias que, segundo pensa, poderão prejudicar indispensáveis entendimentos no futuro.
Creio que, em função da política económica engendrada por esse incógnito deus, qualquer partido do arco do governo tem ávidos elementos à sua disposição para integrar a equipa de comissários que a defendam e deem continuidade a essa política. A crispação que pode existir entre os partidos alternantes só se deve à substituição de uns pelos outros, de cima abaixo, que é como quem diz, do diretor de serviços para cima… e alguns também para baixo.

De qualquer modo não quero deixar de colaborar e, nesse sentido, desde ontem que procuro não me encrespar com ninguém. Até para os gatos que vêm defecar no meu quintal já não me encrespo. Fiquei muito mais liso. Como se tivesse acabado de ser passado a ferro.

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