A coisa está
a ficar feia!
A
contestação à política económica do Governo vai crescendo.
Todos os dias, nos são exigidos mais sacrifícios com o argumento de
que temos que cumprir as metas estabelecidas para reduzir o défice do país. De
um modo geral a povo anónimo paga a fatura. Para acalmar as hostes, os
responsáveis aproveitam todos os ínfimos índices de recuperação que se vão
conhecendo para nos vir consolar:
- Agora é que é! Estamos no bom
caminho! Em 2015 já devolveremos 2% dos subsídios de férias e de natal e no ano
seguinte talvez possamos subir a fasquia para os 2,5%.
O povoléu atónito, depois de ter sido ludibriado com a criação de 50
mil empregos do Sócrates, fica agora estupefacto por este governo ter criado algumas
centenas de milhares de desempregados.
Seus burros! Vigaristas! Corruptos! Incompetentes!
Traidores que se genufletem perante a barbárie saxónica! Vendem a pátria a
retalho para amarrar esta e as próximas gerações a compromissos que impedirão a
anunciada e celebrada convergência com os países do norte!
Escravos até ao fim, controlados por capatazes
Miguelvasconcelistas a soldo dos donos deste mundo.
Criticar é a liberdade que
temos… por enquanto.
Aproveitada pelo poder político para, devido a este facto único,
afirmar que se vive em democracia – a liberdade, ainda não sancionada, de se
criticar a governação.
A crítica feita aos políticos que nos têm governado, mesmo que feita
com alguma violência, banalizou-se a tal ponto que serve de almofada ao poder
para afirmar que vivemos em democracia, sempre que alguma voz se levanta contra
a espoliação de direitos adquiridos, o aumento de impostos e dos produtos de primeira
necessidade, a flexibilização dos despedimentos, a redução das indemnizações
por despedimento, o corte nos salários, o aumento das taxas moderadoras na
saúde, etc., etc.
Quando um partido político se candidata à governação do país, faz
promessas que não cumpre ou que até, pelo contrário, retira direitos ao povo,
quem lhe pede contas? E de que modo pode fazê-lo? O tipo de democracia
representativa, no qual os eleitos do povo deviam zelar pelos interesses dos
seus representados, é uma fraude! Porque não uma democracia direta?
- Ah! Isso não! Ficaria impedido de fazer aquilo em que estava a
pensar quando me candidatei mas que não podia enunciar para poder ganhar as eleições.
Temos assim que vivemos em democracia porque podemos protestar e por
vezes com alguma violência, mas vivemos em ditadura, porque somos esmagados por
medidas que nos retiram direitos ao mesmo tempo que o poder e os seus principais
apoiantes – o capital – mantêm e aumentam os seus privilégios, fazendo aumentar
a cada dia que passa o fosso entre ricos e pobres.
Ainda hoje um jovem (creio que de 16 anos) foi condenado a prisão,
embora com pena suspensa por ter pirateado 3 músicas na internet.
Tivesse ele, como alguns ricos condenados, uma empresa de advogados a trabalhar
por sua conta, e o Ministério Público ainda viria a ser responsabilizado pela atribuição
de uma indemnização aos ofendidos por danos morais e materiais.
Democracia?
É?
A.M.
1 comentário:
Ó doridinho, andas a bater mal pá.
Se fosses uma catraia eu deixava-te comentar, vai morrer longe bichona.
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