Está bem, eu conto.
Quando a FA comprou à França alguns aviões (Harvard T-6 e Junkers) dado que já tinha decidido abandonar a Argélia, coube-me o última viagem para trazer os últimos Harvards do negócio.
Aterramos na Base de Blida e já não era conveniente ir á cidade. Era perigoso. Só com escolta.No regresso aterramos em Oran (pouco tempo) e ala que se faz tarde!
Todavia, e aqui é que entra a Espanha, na ida, tinhamos ficado um dia e uma noite em Sevilha. Recebemos instruções para nos hospedarmos no antigo Hotel Cristina, afim de não deixar a FAP mal colocada. Os oficiais foram para o Afonso XIII que era hotel de luxo, aliás mesmo em frente do nosso, na mesma praça.
Quando vimos os preços concluímos que as ajudas de custo só davam para pagar a dormida pelo que nos dedicámos às “tapas” sentados ao balcão de alguns bares para satisfazer a larica.
À noite, antes da deita, fomos à cave do hotel e assistimos ao típico “tablao flamenco”.
Aqui fica, para a posteridade o relato do meu único contacto com os nossos “irmões”, que em Aljubarrota levaram na touca, mas a quem hoje temos que comprar as batatas e as cebolas… sem um único tiro e sem nenhuma “padeirada”.
Aliás, o general Massena que teve de bater em retirada, deve estar hoje a rir-se a bandeiras despregadas, já que os Franceses, uma data de anos depois, nos impõem quotas de produção limitadas, para termos que importar (e pagar) alguns dos seus produtos. As batatas e as cebolas, por acaso também são francesas.
Agora marchava uma francesinha!
Estou com uma fome que nem vejo!
E absolutamente desvairado quando soube que este ano o Pai Natal vai ter uma quebra nas vendas que vai ter que declarar falência.
E as renas?
O que vai ser das renas?