Por hábito costumo almoçar à uma hora da tarde e aproveito para ouvir, mais do que ver, o telejornal, pois gosto de estar informado do que se passa lá fora. Fora dos meus muros, como está bem de ver.
Todos os nossos canais, antes e depois do período informativo, dedicam-se ao debique pormenorizado e profundo dos acontecimentos mais funestos que sempre existem em qualquer país, por mais pequeno que seja.
Porquê?
Porque o mercado continua a impor a sua regra básica da oferta e da procura e logo, se há mais clientes para o sangue que mancha o passeio, um assalto à mão armada, um choque em cadeia na auto-estrada (quantos mais mortos, melhor), ou mesmo um pequeno desentendimento familiar, jorra mais “cacau” dos anunciantes para alimentar todos os agentes da paranóia informativa.
Claro que os telejornais não estão imunes a esta onda, todavia ainda conseguimos alguma informação sobre a situação no mundo e particularmente no nosso país.
Há poucos anos, a pivot de um telejornal introduziu no noticiário uma reportagem sobre as urgências no hospital de S. José. Quando depois da apresentação, feita pelo repórter no exterior, o médico responsável se preparava para nos transmitir a situação naqueles serviços, a senhora no estúdio resolveu interromper para introduzir uma mãe que reduziu o seu problema a esta declaração
- O meu filho bateu-me e até me chamou vaca e puta!
Não é pois de estranhar que sentando-me hoje á mesa alguns minutos antes do noticiário das 13 horas e quando levava á boca uma bucha barrada com paté de sardinha, tenha encarado com alguma indiferença a conversa da apresentadora do programa sobre um homem que foi morto por ter violado um burro. O dono do dito lavou deste modo a sua honra.
Do burro? Não, a sua própria.
E quando julgava que ia começar o telejornal ainda ouvi a incrível estória dum homem que matou o cunhado por causa de biscoitos.
Tem piada, só agora reparo na relação entre as duas notícias.
Então… bis-coito...!
À hora do almoço.
Esta gente é doida varrida!
Todos os nossos canais, antes e depois do período informativo, dedicam-se ao debique pormenorizado e profundo dos acontecimentos mais funestos que sempre existem em qualquer país, por mais pequeno que seja.
Porquê?
Porque o mercado continua a impor a sua regra básica da oferta e da procura e logo, se há mais clientes para o sangue que mancha o passeio, um assalto à mão armada, um choque em cadeia na auto-estrada (quantos mais mortos, melhor), ou mesmo um pequeno desentendimento familiar, jorra mais “cacau” dos anunciantes para alimentar todos os agentes da paranóia informativa.
Claro que os telejornais não estão imunes a esta onda, todavia ainda conseguimos alguma informação sobre a situação no mundo e particularmente no nosso país.
Há poucos anos, a pivot de um telejornal introduziu no noticiário uma reportagem sobre as urgências no hospital de S. José. Quando depois da apresentação, feita pelo repórter no exterior, o médico responsável se preparava para nos transmitir a situação naqueles serviços, a senhora no estúdio resolveu interromper para introduzir uma mãe que reduziu o seu problema a esta declaração
- O meu filho bateu-me e até me chamou vaca e puta!
Não é pois de estranhar que sentando-me hoje á mesa alguns minutos antes do noticiário das 13 horas e quando levava á boca uma bucha barrada com paté de sardinha, tenha encarado com alguma indiferença a conversa da apresentadora do programa sobre um homem que foi morto por ter violado um burro. O dono do dito lavou deste modo a sua honra.
Do burro? Não, a sua própria.
E quando julgava que ia começar o telejornal ainda ouvi a incrível estória dum homem que matou o cunhado por causa de biscoitos.
Tem piada, só agora reparo na relação entre as duas notícias.
Então… bis-coito...!
À hora do almoço.
Esta gente é doida varrida!
A.M.
Nota: A título meramente informativo acrescento que biscoito não tem nada a ver com "aquilo" duas vezes. Biscoito tem origem latina: biscoctu - cozido duas vezes.
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