segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Brejeirices


O José Rodrigues tem um currículo de fazer inveja a qualquer mortal. Com muita perseverança conseguiu alcandorar-se aos primeiros lugares do jornalismo nacional. Quando ele nasceu em Moçambique já eu estava na costa oposta a cumprir uma missão que me foi imposta e não tive a coragem de recusar. Todas as passagens da vida são fundamentais para a formação do nosso caráter. A análise pessoal do que se passa num determinado local por vezes não coincide com os relatos que ouvimos ou lemos, o que dada a minha tendência do “ver para crer”, me conduz à dúvida. Quando o José Rodrigues cobriu a invasão do Iraque, apropriadamente enfarpelado de repórter de guerra fiquei impressionado com a sua audácia e disse para comigo:
- Caramba… gostava ser ele!
Bem, passemos à frente…
Reconheço as dificuldades por que passou na infância e adolescência e admiro-o no que respeita à conquista de um estatuto importante no seio dos media nacionais.

Mas já não é a primeira vez que fico desiludido ao ver uma pessoa que admiro, “meter o pé na poça” de uma maneira tão inexplicável como fez o José Rodrigues.

Eu sei por experiência própria que estas coisas podem acontecer. Ainda há poucos dias fui comprar um medicamente à farmácia da esquina. Era o Xarelto que controla o INR e custa uma dinheirama.
- Queria o Xarelto.
- Não temos.
- Então tenho que ir a uma farmácia – disse eu.

Caldo entornado, pois o farmacêutico abespinhou-se e tive que pedir desculpa.
Tinha-me custado alguma coisa dizer outra farmácia em vez de uma farmácia? 
Estas coisas acontecem e quem pode julgar se foram ditas intencionalmente ou não?


O mesmo aconteceu com o José Rodrigues quando, referindo-se ao professor Quintanilha disse que tinha sido “eleito ou eleita”.
A desculpa apresentada está rota nos cotovelos e tem o cós todo esboroado, mas “prontos”, é uma desculpa… daquelas que não desculpam nada… mas enfim… serve para mudar de página.
No meu caso, confesso, fui mesmo mauzinho, não pedi desculpas.

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