quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A Santa Casa

A Santa Casa
Esta Casa que não tem nada de santa e é muito pouco misericordiosa para com os jogadores compulsivos, foi agora processada por uma trabalhadora do... sexo viciada na raspadinha, que, não por acaso, rima com rapidinha.
O caso não é inédito pois muitos casinos por esse mundo fora foram processados por jogadores compulsivos que entendiam dever ser-lhes barrada a entrada nas salas de jogo.
Sentenças judiciais decretando a interdição e a inabilitação de pessoas com esta “doença” devidamente comunicadas aos Casinos, transferem para estes a responsabilidade que caberia ao jogador. Aliás, li algures, que fazer-se o registo de operações bancárias de determinada importância, é regra comunitária, tendente a diminuir este autêntico flagelo.
Resumindo, a sociedade, considerando que estas pessoas devem ser protegidas procura criar normas que as impeçam de gastar mais do que devem e podem.

Creio que este problema económico na vida das pessoas com este tipo de compulsão, pode ser transportado para uma outra dimensão.
O que se pretende neste tipo de sociedade mercantil com a enganosa e desenfreada publicidade dos artigos que nos são apresentados, é transformar-nos a todos em consumidores compulsivos, o que de certa forma nos equipara (não a todos) aos jogadores compulsivos.
E o que consumimos nós que nos leva a tamanho défice das nossas contas?
Consumimos tudo aquilo que os países industrializados fabricam para além do consumo próprio e que procuram vender a todo o custo mesmo que seja a países que não lhes podem pagar. Logo se aprestam a ajudar-nos com empréstimos usurários para pagarmos o que nos venderam. Eu vou comprar uma cafeteira Krups. Pago 100 euros na Worten, mas como aquilo que paguei, não chega às mãos da Merkel, ela concede crédito a um banco português para lhe pagar a maldita cafeteira e cujos juros vou ajudar a pagar. Fico sem saber quanto me custou a merda da cafeteira.
Contudo sei, que algures na Alemanha, há um trabalhador empregado a fazer cafeteiras.
Recorramos pois ao tribunal internacional para responsabilizar os países que propagandeiam os seus produtos de forma maldosa e sinuosa para nos transformar em compradores compulsivos.

Sem comentários: