sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Deixem-me rir senão é pior!

As imagens das campanhas autárquicas transmitidas nos diversos canais de televisão provocam sentimentos contraditórios: se a pessoa... está num dia bom dá-lhe para rir, se a vida não lhe corre bem derrete-se em lágrimas. Há ainda, creio, desempregados, enganados, roubados e talvez despejados de suas casas, que riem e choram ao mesmo tempo. Mas é só nervoso… a qualquer momento podem tornar-se violentos agarrar num atiçador e escavacar o aparelho que ainda está a pagar a prestações. No dia em que estiver mais calmo descarrega o atiçador noutro lado.
 
O Seara anda desgostosíssimo depois de saber que vai ter menos de metade dos votos que António Costa e sugere, como desculpa, não ter havido debates. Costa, por sua vez, apela para uma maioria, classificando os opositores na Câmara de sectarismo, que o impedem de tornar Lisboa mais bela e confortável. O sorriso vitorioso de Pedro Pinto, candidato a Sintra, olhando embevecido o seu líder supremo enquanto este debita o costumado paleio… foi-se-lhe pela goela abaixo, quando soube das sondagens. Se calhar o Hernâni Carvalho, candidato da mesma lista à Assembleia Municipal, também não vai ser eleito, o que particularmente me incomoda, pois terei de continuar a ouvir as suas sábias opiniões sobre todos os crimes relatados no Correio da Manhã, juntamente com a voz guinchante da nossa querida Júlia.
 
Uns prometem mais túneis, outros, mais escolas, mais equipamento desportivo, mais polícias na rua e vejam lá que até prometem mais emprego nas suas autarquias. E eu a julgar que a crise económica era de caráter mundial, ou quando muito das políticas deste Adamastor de boca negra e dentes amarelos que nos (se) governa. Afinal as equipas autárquicas têm a solução para o desemprego, grandes malandros. Paulinho que frequenta as feiras, passa ao lado da barraquinha onde o preço de um casaco é mais barato do que os botões do seu casaco Saldanha, e vem dar uma ajudinha na campanha, falando de imaginários indicadores de melhoria da economia.
Enfim, cada um sabe de si, Nosso Senhor sabe de todos, e o governo sabe da poda e deixa sempre um gomo ou dois para rebentar.
 
Rebenta a bexiga ó Zé… ó Zé… ó Zé!

Viúvas


A Interpol anda à caça de uma viúva- branca inglesa que rebenta bombas por tudo que é sítio ceifando vidas a torto e a direito e que se suspeita viver na Somália a engendrar mais alguns planos destruidores.

Eu não sei se é permitido caçar viúvas-brancas durante todo o ano ou se por acaso existe uma época venatória, mas aconselho Assunção Cristas a reforçar a equipa de guardas florestais não vá a viúva-branca esconder-se nas matas do Gerês que ainda não arderam.

A viúva-negra tem mais sorte. Dado o facto de possuir um veneno 15 vezes mais forte do que o da cascavel devemos ter muito cuidado pois o facto de vir a ser (como se diz e vê) uma espécie protegida, pode aparecer, por exemplo, num repolho ou debaixo do tapete de entrada. Cuidado com ela. É oriunda da Alemanha, mas tem-se dado muito bem noutros países da Europa.

Quem vos avisa, vosso amigo é!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O filme continua


Angela Merkel, como toda agente já calculava, mantem-se como chanceler do Império económico otomano influenciando o resto das economias da Europa, das quais, as mais fracas divergiram mais do que estavam quando da sua integração europeia que nos acenava com a bandeira da convergência.
Pelo que vimos e ouvimos nos diversos canais de televisão, que diligentemente cobriram as eleições alemãs, ficámos esclarecidos - a austeridade é para continuar.
Mais austeridade nos países pobres, apesar da convergência prometida, adivinha-se que agravará a pobreza declarada e também a envergonhada do nosso país.

Merkel, falando para os cidadãos alemães, e por tabela ouvida nos países subjugados, disse que apesar dos sacrifícios já feitos e pelos anunciados, a democracia não está em perigo. E como exemplo contou que apesar de contestada e vaiada nas suas visitas à Grécia e a Portugal, ninguém foi preso por isso.

Foi, nesta altura, que eu cheguei à conclusão que Passos Coelho não foi o aluno tão pouco brilhante como se apregoa. Aprendeu bem a lição nos seus encontros com a chanceler e antecipou-se-lhe.
Quem não aprendeu a lição foi o Zé Povinho, que está mesmo convencido que a democracia é apenas o direito de patear, protestar ou vaiar os causadores do caos em que vivem.

Todavia estejam atentos e não ultrapassem os limites dos protestos, pois perderão, por fim, o último direito que ainda possuem.

sábado, 14 de setembro de 2013

Mas qual crise?


Segundo indicações de diversas origens “música de intervenção” pertence a uma categoria de canções de música popular de protesto com o fim de chamar a atenção dos ouvintes para problemas de origem social ou política que afetam a sociedade.
Este pensamento surge-me quando aparece um gajo (porra, já sei que gajo é linguagem informal) a cantar a “Maria Tcha Tcha Tcha. Ainda eu estava a pensar em que categoria havia de enquadrar este tipo de música, quando outro manguelas de chapéu e casaco amarelos entra com “O canário já chegou”.

Não meus senhores, o protesto uníssono dos autores contra a classificação de música pimba, tem a mais relevante justificação. Não gostam do pimba, pronto! E de pumba? Seria preferível?
Agora, classifico eu, e não respondo a protestos a não ser com uma ação judicial no lombo!

Passo a chamar-lhe música interventiva. Que, podendo ser encomendada e certamente apoiada, intervém nos media para alhear os cidadãos das negras nuvens que pairam sobre as suas cabeças (mesmo das carecas como a minha) e que anunciadas pelo boletim “passoano” ameaçam encharcar-nos os ossos até à medula.
Levem-me lá a merda dos 10% de pensão mas não me torturem mais com esta porcaria de música. As miúdas de saia curta e pernas gorduchas que saltitam e se bamboleiam no palco, essas, podem ficar… sempre distraem os velhinhos babados.
Nota: Que me desculpem os irmãos brasileiros, mas a “Maria Tcha Tcha Tcha” é obra vossa.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Vou morrer envergonhado?


A coisa é assim:

Alguns acham que a Constituição está muito bem como está e não é por causa dela que não conseguimos sacudir a crise que se nos agarrou às canelas como um “rottweiler” enraivecido.

Outros entendem que ela é a responsável pelos nossos males, que devia voltar a ser revista, quanto mais não fosse para acabar com aquela coisa da “saúde tendencialmente gratuita”, medida necessária para que o país, embandeirado em arco, navegue em mar sereno a caminho da fecundidade universal.

A maioria não percebe nada de política, ouviu falar vagamente na Constituição mas nunca a leu. Estes, dividem-se em dois grupos: os que alinham pelo “master voice” e os que se estão marimbando para o comandante e respetiva marinhagem, porque continuam enfiados no porão a comer rações cada vez mais minguadas.

Na primeira Assembleia Nacional, eleita em 1934 por sufrágio direto dos cidadãos maiores de 21 anos ou emancipados, estavam excluídos os analfabetos que pagassem impostos inferiores a 100 escudos. As mulheres com instrução primária não tinham direito de voto, porque esse direito só era adquirido com curso secundário ou superior.

Logo após a candidatura de Humberto Delgado, temendo o perigo de poder ser eleito um PR que não respeitasse as decisões do governo, foi feita uma revisão constitucional que permitiu a formação de um Colégio Eleitoral composto por personalidades bitoladas pelo “Dinossauro Excelentíssimo”.

Ao ouvir o modo como PM ataca o tribunal constitucional, acusando os seus membros de impedirem o governo de levar adiante a reforma do Estado tal como a entendem fazer, suspeito que estes aliados da troika, prefeririam uma espécie de União Nacional, que reunida em Assembleia Constituinte elaborasse uma Constituição à medida dos seus interesses.

Cá para mim a coisa apresenta-se assim:

Se eu fosse candidato ao clube recreativo lá da minha terra, a primeira coisa que fazia era ler o estatuto. Se contivesse artigos que me impedissem de implementar o meu programa tinha duas soluções. Não me candidatava ou, fazendo-o, procuraria numa assembleia geral alterar os estatutos.

Sugiro, portanto que se faça um referendo nacional sobre a Constituição.

Quem tem medo?  

Nota: Ela pode ser “Short” ou “XXL”, mas o conteúdo é o mesmo.