domingo, 30 de outubro de 2011

Sanguessugas mascaradas de Mecenas.

Quando se explica qualquer coisa a uma pessoa e, por mais que se tente, ela não compreende, é usual (para amigos de maior confiança) dizer-se:
- Queres que te faça um esquema?
Claro que nem tudo se pode esquematizar, principalmente quando se trata de questões sentimentais. Mas quando se trata de "caroço", nem o mais leigo em matemática deixa de compreender que se uma carcaça custa 20 cêntimos, 5 custarão 1 euro.
No caso em apreço, será fácil verificar as rotas do "caroço": para onde vai e de onde vem, quem deve e a quem e principalmente quem lucra, quem vive à custa do défice dos outros, como agiotas sem escrúpulos, monstruosas e insaciáveis sanguessugas.
E se o recurso ao crédito internacional se continua a fazer é porque dentro de cada família endividada existe um agente que mina e abre caminho para o “invejoso” especular.
Ai se essas famílias se unissem para gritar: BASTA!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Relvas, para que te quero?

Estou a rebentar pelas costuras! Embora cosido com linha glacê nº 24, o tempo, os puxões e repuxões que ao longo dos anos fui sofrendo estão a abrir brechas cuja reparação é completamente inviável.
Hoje, por exemplo, que tinha destinado aproveitar esta aberta, anunciada pelos meteorologistas, para cortar a relva do jardim, dou de caras, com a notícia de que o Relvas me quer cortar os subsídios.
Entalado entre a relva e o Relvas decidi escapar-me para este recanto para meditar no assunto. Decidi cortar no Relvas e deixar a relva para outro dia.
Não é por acaso que eu também sou da opinião que esses dois apêndices subsidiários não deviam existir – o que deviam, já que os criaram, era dividir a soma dos dois subsídios por 12 e incorporar 1/12 em cada vencimento mensal. Como é evidente, o patronato, seja ele público ou privado, ao reter uma parte daquilo que faz parte do rendimento anual dos agregados familiares, ainda retira lucro, sobre a forma de juros, pela retenção desse dinheiro.
Miguel Relvas, julgando que o povo deste país é estúpido, acena de lá com o argumento de que há muitos países que só têm doze vencimentos. Pois haverá, e em qual desses países o rendimento das famílias, mesmo sem os subsídios, é inferior ao nosso?!
Relvas, se fosse honesto e estivesse interessado em dizer a verdade aos portugueses devia explicar-nos porque razão o nosso salário médio anual é apenas 35% do da Dinamarca, de 35,5% na Alemanha, de 37% na Bélgica, de 37,6 no Luxemburgo.
E se nos disser que é por causa da produtividade ser muito baixa, então perguntarei: - De quem é a culpa? Dos trabalhadores não deve ser, dado que, tendo emigrado para países com muito mais altas taxas de produtividade, certamente contribuem positivamente para as mesmas, facto que é unanimemente reconhecido, aqui e no estrangeiro.
Porque raio de carga de água os nossos investidores, tendo acesso à tecnologia de ponta, teimam em usar sistemas e equipamentos de 2ª e terceira geração? Deve saber melhor do que eu, dado que é uma pessoa viajada e com grande influência em países de elevado nível de vida.
E se por acaso não sabe é porque não é sócio do Clube Bloomberg, mas não desespere, pois no próximo ano será certamente convidado.
O que eu também gostava de saber é se este nosso ministro, quando parece sugerir que passemos para o sistema dos doze vencimentos, está ou não está a considerar o sector privado dado que há poucos dias o seu líder PM disse ao PR que cortar salários no privado é injusto e imprudente. Como não deve haver dissonância entre um ministro do grupo parlamentar e o seu líder governamental calculo que efectivamente os cortes nos subsídios são apenas para a função pública.
Falemos então do peso da função pública, que nos querem fazer crer ser a hormona das gorduras do estado. Um tipo qualquer (faz de conta que não conheço) sugere a degradação dos vencimentos dos funcionários públicos, de tal modo que ninguém lá queira ficar e ninguém queira entrar. Solução melhor seria matá-los! Com a raiva que anda no ar seria fácil constituir um pelotão de fuzilamento para dar cabo deles todos. Todos não, porque alguns têm de ficar para conduzir os popós dos senhores ministros e mais os dos seus amigos directores e administradores das empresas públicas e semipúblicas e talvez alguns contínuos para carregarem com as pastas dos ditos, para além, como está bem de ver, dos seus conselheiros e assessores, médicos, enfermeiros e segurança privados.
Este diabinho maldito, sabe melhor do que eu, porque já foi ministro das Finanças (vejam só) que se as forças políticas em alternância desde o 1º governo constitucional tivessem elaborado um plano para reduzir drasticamente o número de trabalhadores da função pública, hoje, 36 anos depois, o problema estaria resolvido sem causar sofrimento a ninguém. Basta pensar que 36 anos depois, se não tivesse havido admissões, já não haveria nenhum funcionário público no activo.
Para tanto bastava que calmamente os serviços fossem reorganizados de modo a que a introdução das novas tecnologias e novos métodos de trabalho fossem suplementando as saídas para a reforma.
Ter-se-ia evitado o aparecimento dos “messias de meia tigela” com soluções drásticas que vão colocar milhares de famílias em situação de insolvência.
Relvas, amigo, o povo não está contigo!
A.M.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Já encomendei um pinheirinho!

Tenho muitas esperanças que não me espoliem do meu rico subsídio de Natal.
Ela (a Esperança) dizem que é a última a morrer, mas parece-me que anda com a saúde muito em baixo! Coitada, cada vez morre mais cedo! Com a redução das verbas para a saúde ainda vai ser pior.
Conheço o caso de um amigo possuído de um ânimo inquebrantável, de um optimismo bárbaro, que bebia avidamente a vida, de tal modo, que morreram os dois na mesma hora– ele e a Esperança.
Não sou como ele e temo, apesar de me esforçar muito, nos momentos de depressão, lendo o livro de anedotas do Herman (que grande xaropada), não conseguir ir tão longe e tão fundo, como aquele amigo do peito.
Sou mais para o matemático, para o lógico, para a dedução científica, para a lei universal e intemporal, assim, as esperanças de que falo têm uma base robusta e indelével.
Ora experimentem apagar do orçamento da A.R. a rubrica dos subsídios de Férias e de Natal.
Caramba, também sou gente!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Atitude mascarada

     Hoje, 24 de Outubro de 2011, tive a grata surpresa de saber que dois ministros do actual governo decidiram prescindir do subsídio de alojamento. Creio que nenhum deles deixará de ter um teto onde se abrigar, principalmente agora que regressou a chuva e o inverno está aí à porta. 
     O que não posso deixar de mencionar, apesar da moderação que imprimo aos meus comentários, é o facto de esta atitude ser consequência de críticas públicas e não de decisões tomadas no momento em que certamente muito penalizados e constrangidos assinavam diplomas que retiravam não só regalias, mas também direitos a quem não tem uma casa para morar, a quem corre o risco de despejo por não pagar a renda ao senhorio, ou por não conseguir pagar ao banco a amortização do empréstimo.
     De qualquer modo, registemos o facto. Pode ser que, perante estes exemplos, a vergonha, planta em perigo de extinção eminente, renasça e se multiplique.
     Seria preferível, como é evidente, que em vez de se brincar à caridadezinha, do género – eu prescindo do meu subsídio e eu do meu abono, ou do meu gabinete som secretária e carro com motorista à porta, ou de uma das três ou quatro mensalidades que recebo dos diversos conselhos de administração onde só vou de quando em quando – se legislasse para terminar com as mordomias da maioria dos políticos e dos seus amigos administradores de fundações e institutos que em vez de contribuírem para salvação da nossa economia ajudam a afundá-la. O que os impede? Têm a caneta e têm o poder!
     Não posso deixar de realçar a tentativa do Ministro da Administração Interna, tentando transformar um facto imoral, numa atitude honesta, humanista e altruista, ao realçar que foi tomada de livre vontade, visto que é um direito há muito tempo previsto na lei.
     Estará? Se está, é um privilégio, e como tal deve acabar. Tendo sido retirados alguns direitos a grupos socioprofissionais com o argumento de que eram privilégios, porque terá que ser a atitude deste sr. Ministro considerada como um caso exemplar de solidariedade.
     O sr. Ministro da defesa seguiu o exemplo.
     Para os militares, se bem me lembro e a lei não foi alterada, só têm direito ao subsídio de alojamento aqueles cuja residência se encontre a mais de 50 Km da unidade onde estão colocados.
     Por acaso estará Algés a mais de 50 quilómetros do Parlamento,
     O privilégio é uma excepção ao direito comum.
     Em que ficamos?
     A excepção não devia ser atribuir subsídio de alojamento a quem não tem casa e não a quem tem duas?!
A.M.

sábado, 22 de outubro de 2011

"A minha alma está parva"

     Já lá vão seguramente mais de 60 anos em que, perante um acontecimento invulgar, ouvia a minha mãe exclamar: - “A minha alma está parva”.
     O meu característico cepticismo, que já me fez passar por algumas vergonhas, mas tem evitado a queda em muitas armadilhas, também neste caso, me impediu de considerar a minha mãe a autora desta exclamação. Nunca a questionei sobre isto, mas sempre acreditei que, dado ter sido uma inveterada leitora, bebera a frase em qualquer livro.
    Dá a ideia que isto não vem a propósito de nada e é metido aqui à martelada. Mas não é assim.
    O que havia eu de dizer depois de saber que quem ofereceu milhares de dólares para apanhar Kadafi vivo ou morto, está agora muito preocupado em apurar como é que ele foi morto depois de ser capturado, na ingénua tentativa de defender o estado de direito que devia vigorar, como lei fundamental, nos seus próprios países, exemplos da democracia, padrões do comportamento exemplar?
   Claro, só me ocorreu dizer: “A minha alma está parva”
     
Depois, logo de seguida, leio comentários de pessoas que vão à missa, mas devem roer raivosamente a hóstia, em que tecem hossanas não só à sua morte mas também, e principalmente, ao modo bárbaro como foi liquidado. Sou, por esta razão, levado a crer que ou ainda vivem no tempo do “olho por olho dente por dente” do Moisés ou então simpatizam com os esbirros da Inquisição.
E, como não podia deixar de ser – a minha alma fica outra vez parva.

Entretanto, como a admiração e a surpresa podem surgir vindas “do céu ou do inferno”, leio num diário desta manhã que Jon Bon Jovi abriu um restaurante em Nova Jérsia, onde oferece comida rápida e de alta qualidade tendo os clientes a opção de não pagar, em dinheiro, podendo saldar a conta em horas de trabalho. Os clientes podem deixar o dinheiro que quiserem num envelope. E, o que é mais surpreendente: ementa de saladas elaboradas, comida caseira e nada de hambúrgueres de minhoca.
E mais uma vez fico com a alma completamente parva!

De caminho, fico preso na notícia da menina chinesa que foi atropelada duas vezes e ignorada pelas pessoas que passavam, sendo mais tarde arrumada para um canto do passeio por um almeida lá do sítio. Teve morte cerebral… nunca vai saber o que lhe aconteceu, mesmo que sobreviva.
E a minha alma fica esfrangalhada!

Ainda, preocupado com o facto de estar a usar uma frase que não é minha fiz uma incursão na net. Descubro nessa altura, e juro que não fiquei nada admirado, que existe um livro com o título “A minha alma está parva”. É relativamente recente e portanto a minha mãe não o podia ter lido embora admita com alguma dificuldade que o tenha lido agora, se lá onde se encontra, alguma editora resolveu publicar este livro de Clara Pinto Correia.
E a minha alma só não ficou completamente estraçalhada porque descobri um bacano, gente boa e optimista, que pôs Obélix a exclamar: - A minha alma está parva e o meu espírito taralhouco!
A.M.
Nota: O título do livro não está colocado entre aspas, o que até nem é de admirar…    

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

"Cretináceos"

     Se eu acreditasse na ressurreição como algumas pessoas de que vou lendo os comentários ou simples desabafos sobre a nossa grave situação económica, creio que, regressando a este mundo milhares de anos depois, sem ter perdido a memória, e encontrando um estado ainda mais caótico e sobretudo injusto, ainda ouviria dizer que a culpa é do Sócrates.
     O Sócrates, que “fugindo” para Paris, não fez mais do que outros trânsfugas de cores muito parecidas como são os vermelho/amarelos, mas que, por cego sectarismo, não são mencionados, como se as suas omissões, os seus erros tivessem acontecido noutra galáxia.
    E que dizer daqueles que apesar dos erros cometidos, regressam ao poder como se tivessem ido à barrela. Brancos e puros como castas donzelas!
      Sei que esta gente é movida por um sectarismo primário que mesmo perante as evidências não se vai cansar tão cedo de desculpar as calinadas do seu “Chefe” lançando as culpas aos seus antecessores imediatos. Imediatos, porque existem outros, mais longínquos, que neste percurso de 36 anos, parecem ilibados da responsabilidade do estado de insolvência que paira sobre as nossas cabeças. Dos primeiros anos a culpa foi de Vasco Gonçalves e dos últimos é Sócrates.No meio, ficam mais de 30 anos em que ninguém é responsável.
     Um dos problemas mais graves que é a reforma da administração pública, e podia ter sido feita ao longo deste tempo com moderação, bastando para isso que tivesse sido elaborado um plano em que as novas tecnologia fossem compensando o trabalho dos funcionários que iam passando à reforma, não foi feito, pela simples razão de não ter havido nunca entendimento dos partidos que se têm alternado no poder, quanto às reformas essenciais. Agora, quer uns, quer outros são os responsáveis pelos despedimentos massivos e acelerados na função pública, cuja única finalidade é transferir essas despesas do Estado para a Caixa geral de Aposentações como se uma e outra não dependessem do crédito externo.
     Muita gente já percebeu e algumas opiniões que surpreendem pela sua origem reforçam a ideia, que o sistema está errado, e alguma coisa tem que mudar.
     A teoria de que o mercado se controla a si mesmo e deve deixar-se à deriva da oferta e da procura, defendida pelos neo-liberais e seus sequazes, conduziu o mundo civilizado, assim auto-denominado, para uma situação, cuja ruptura se adivinha com consequências muito trágicas.
     A sobrevalorização que estas forças deram à liberdade de expressão como ponto fundamental da Democracia, desvalorizou as outras democracias: a económica, a justiça, a saúde e a educação.
     Hoje, pessoas que têm de seu e as que não têm mas almejam ter, procuram manter este statu quo.
     Estão no seu direito, mas pelo Amor de Deus e seu Filho Crucificado, deixem de ser palavrosos, tanto agora como no cretáceo.
     Amen!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Poupemos!

Há dias veio parar à minha caixa de correio um “panfleto” (chamemos-lhe assim) que continha o nome de diversos administradores de empresas públicas e semi-públicas denunciando o que recebem pelas presenças nos respectivos conselhos de administração.
Alguns deles já estiveram presentes em programas televisivos debitando a sua opinião sobre a crise económica e os caminhos para a resolver do qual sobressai em primeiro lugar a poupança. É preciso poupar! – Recomendam. É preciso fazer sacrifícios! – Acrescentam.
De sacrifícios falou também S. Exa. o Presidente da República:
                 “Acabaram as ilusões”.
                 “Os sacrifícios não bastam”.
                 “É necessário pôr a economia portuguesa a crescer”. 
                 “É crucial poupar mais, trabalhar mais e melhor”.
E recomendou:
                 “Os detentores de cargos púbicos devem dar o exemplo.”

Acabaram as Ilusões? Para quem?
Quem é que tem de poupar mais?
Quem é que tem de fazer sacrifícios?

Exemplificando:
Um desses administradores recebeu 193.000 euros num ano, tendo participado em 33 reuniões, o que dá 5.300 euros por reunião. Se as reuniões durassem, que não duram, oito horas teríamos 33x8 = 264 horas de trabalho, que sendo quociente de 193.000 euros representaria cerca de 730 euros por hora.
Este administrador participou em diversos programas de televisão como economista e também, tal como outros recomendou poupança e sacrifícios.

Creio que a ele e os outros como ele (que são muitos) nunca foram confrontados com um pedido de auxílio de outros (que são muito mais) no sentido de lhes ser explicado como e onde devem poupar.
Foi o que aconteceu a um economista depois de numa estação radiofónica afirmar que já há mais de dois anos vinha dizendo que era preciso poupar.
- Desculpe, Dr. acabei de o ouvir e gostava que sugerisse onde e como devo poupar, para não me endividar mais do que já estou.
- Sei lá! Olhe, por exemplo, reduza o consumo do tabaco.
- Calha bem. Eu nem fumo.
- Faça apostas mais moderadas no Euro milhões.
- Nunca joguei.
- Então deixe de ir ao futebol.
- Já me deixei disso, desde que o Matateu saiu do Belenenses.
- Use menos vezes o carro. Vá para o emprego de autocarro ou de comboio.
- Não tenho carro e às vezes até vou a pé
- Mau, experimente ir jantar fora, menos vezes.
- A última vez que fui comer fora de casa foi há 10 anos. Fui com a mulher e os filhos ao Frango na Púcara em Almargem do Bispo.
- E não consegue poupar no consumo da água, do gás, da electricidade?
- Lá em casa está estipulado que ninguém pode estar debaixo do chuveiro mais de minuto e meio. Há dias vendo que se tinha esgotado o tempo a que o meu filho tinha direito – zás, fechei o esquentador. Quando ele saiu a tiritar, avisei-o: – Para a próxima fecho-te a água!
 - Caramba, deve haver qualquer gasto que possa evitar. Em vestuário, calçado, por exemplo?
- Ultimamente a mulher corta a fralda das minhas camisas para fazer os colarinhos que de tão puídos até já se vêem as entretelas. O calçado? Vou comprar aos ciganos ou aos chineses, daqueles “use e deite fora”. Mandar pôr meias solas sai mais caro.
- Realmente não vejo…
- Para lhe poupar mais sugestões digo-lhe que só corto o cabelo 4 vezes por ano, só faço a barba de três em três dias porque as gilettes são caríssimas, lavo a cabeça com sabão azul, só ponho meio centímetro de pasta na escova de dentes e uso papel higiénico de folha simples.
- Sim, realmente… Tenho que ir andando.

E foi. Enfiou-se no volvo S 60 e saiu acelerado. Era hora de almoço e a mulher estava à sua espera no Gambrinos.
A.M.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Subversão (2)

Isaltino pede o afastamento da Juíza de Oeiras, que mandou prendê-lo.
Juíza vai ser investigada por um magistrado do Conselho Superior da Magistratura nomeado para o efeito.
Corre o risco de ser demitida do cargo e pode mesmo ser constituía arguida, condenada e presa. Dois anos de prisão talvez na mesma cela onde Isaltino ficou menos de 24 horas.

Fico por aqui porque já começo a ficar isaltinado e a minha bomba, mal ferrada, tende a perder a pressão.
A.M.

Subversão (1)

Jardim pede “votação esmagadora” para dar uma “sova no Governo”.
Jardim é eleito com maioria absoluta.
Uma comissão, nomeada para o efeito, com representantes dos dois partidos que se “troikaram”, vão deslocar-se na próxima semana à Madeira para pedir mais autonomia para o “contenente”.
A.M.

sábado, 1 de outubro de 2011

Sobe e desce

O “Sobe e desce” na última página do Público de hoje, dia 1 de outubro de 2011, aprecia quatro individualidades.

Pinto Balsemão sobe porque continua a controlar o capital da Impresa. Admitamos que para ele e para a sua família é ótimo pois continuam a ser “donos” na SIC.


 Rui Rio também trepa pela inequívoca demonstração de independência em relação ao poder central ao exigir-lhe mais sensatez na reforma autárquica. Quem não deve gostar nada desta apreciação é o Sr. Presidente da Comissão de Moradores de Monte Tadeu.


A Isaltino Morais espetam-lhe com a seta a descer. Então o homem é solto da prisão e isso não é bom para a sua imagem? Quando ele foi para a gaiola é que lhe deviam atribuir a seta cinzenta com o bico para baixo. Hoje deviam ter colocado em seu lugar aquela senhora que anda por aí a carregar uma balança e de olhos vendados. Essa é que anda a portar-se muito mal.


A quarta personagem é Ivo Morales. Esta, vê-se claramente que foi tirada com um gancho de um sítio bem apertado. Pode não gostar-se do homem, por ser índio, por ser amigo do Chávez, por ser inculto, por ser baixote ou outra moléstia qualquer.


O argumento dado para o empurrarem para baixo é de uma “tendencionite” e palermice que espanta qualquer um. Como ele, na sequência de manifestações que foram reprimidas com violência, além de pedir desculpa aos manifestantes, de ter  cancelado a construção da barragem e demitido dois ministros, ainda acrescentou: - Ninguém no Governo imaginaria tal ato.


Então o/os autores do “Sobe e desce” resolveram pegar nesta frase para interrogar: Porquê então as duas demissões? – e pumba, seta para baixo


Se me perguntassem a mim eu teria respondido:


- Foi precisamente porque os dois ministros deviam ter imaginado e não imaginaram que poderia haver cargas policiais sobre manifestantes em protesto é que foram demitidos.


Mas claro, habituados como estamos a ver descarregar a responsabilidade do que corre mal num qualquer sistema, para o “elo mais fraco”, desvalorizamos uma atitude deste teor.


Não sei se no Público já existia o “Sobe e desce” quando nalguns governos passados houve cargas policiais violentas sobre manifestantes contra despedimentos, ou contra a construção duma estrada, ou contra o encerramento duma escola. Para onde apontaria a seta?


Para o céu ou para o inferno?
A.M.