terça-feira, 30 de setembro de 2008

Os Jogos Olímpios

Tenho um colega que mora aqui perto e gosta de receber os amigos lá em casa. Nunca menos de três. Chama-se Olímpio e a sueca é a sua perdição. Quando chegamos já tem a mesa preparada, as cadeiras nos seus lugares, os baralhos a jeito. A gente senta-se e dá logo reis para escolher parceiros. O primeiro rei é o que dá cartas, trunfo é paus e toca para frente que se faz tarde. O Olímpio é um ás. Quando vamos na terceira ou quarta vaza já ele sabe o jogo que cada um ainda tem na mão. Fica fulo quando se fala e berra logo:
- Vocês julgam que isto é a sueca da Meia-Via?
A Meia-Via é uma terrinha ali para o Ribatejo assim a modos do tamanho de Ranholas no concelho de Sintra – é só casas ao lado da estrada. Segundo ele diz só na Meia-Via é que se pode piscar o olho, dar punhadas na mesa, dobrar o canto da carta com a unha, ou mesmo usar códigos de palavras. Uma vez, vendo-o tão embrenhado no jogo, e já com a boca seca pensei alto:
- Mas afinal não se bebe nada nesta casa?
Então não ficou fulo comigo acusando-me de estar a dar sinal ao meu parceiro para destrunfar? A gente diverte-se um bocado. Só quando estou adoentado é que me nego. Ao sábado é dia de suecada. Quase sempre. À noite quando saio a minha mulher pergunta-me:
- Onde é que vais? - Vou aos jogos olímpios – respondo eu.
A.M

Que ninguém deite foguetes antes da festa

Oliver Stone é um realizador americano com 62 anos de idade que ganhou dois Óscares com os filmes "Platoon" e "Nascido a 4 de Julho". O primeiro mostra os horrores da Guerra do Vietname pelos olhos de um jovem recruta voluntário. O segundo narra a história de um soldado ferido na mesma guerra, que ficou paraplégico e enceta uma cruzada contra a guerra e pelos direitos dos deficientes físicos.

Mas oliver Stone também realizou "Nixon" a partir do escabroso Watergate e "Wall Street" (1987) que 21 anos depois não seria despropositado rever , quanto mais não fosse pela actualidade de que se reveste.

Aconte que este realizador está a ultimar "W" cuja estreia está prevista para 17 de Outubro. Sendo um filme sobre George W. Bush, Oliver Stone está a ser questionado sobre a oportunidade do lançamento deste filme, agora que a carreira de Bush está a chegar ao fim. A resposta de Stone que transcrevo na íntegra foi esta:

«Os europeus, especialmente, olham para Bush como um fenómeno passageiro, porque ele vai deixar o lugar em Novembro. Tenho falado com franceses e ingleses: "Porque é que está a fazer um filme sobre Bush? Ele vai fazer parte do passado".
Tretas. Quem pense que Bush vai desaparecer, engana-se. Ele não vai desaparecer. As suas políticas são claras, ele mudou a lei americana talvez para sempre.»
Na entrevista feita por Ruediger Sturm, Oliver Stone diz coisas muito importantes, que deviam fazer as pessoas pensar, principalmente os americanos, sobre o caminho que têm percorrido na última década. Para onde vão e para onde querem arrastar o mundo.
Josh Brolin que acabou por aceitar representar o papel (cómico) de Bush enquanto jovem depois na meia idade e finalmente entre o início de 2002 e Março de 2003 quando começou a guerra do Iraque, recusou várias vezes a proposta de Stone.
Hoje ele diz: "W" talvez faça os americanos pensar duas vezes antes de irem votar nas próxima eleições.
Assim o seu God Save funcione.
A.M.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Parásitas

Quando ouvi falar em parasitas fiz 65 flique-flaques à retaguarda e fiquei com a cabeça nas mãos da minha mãezinha que cuidadosamente me vasculhava o “cabelame à procura de piolho. Passar revista semanal ao toutiço das crias era operação fundamental das progenitoras. Caso contrário os malandros dos piolhos iam às piolhas e logo a seguir um mar de incontroláveis lêndeas tomava conta da área.
Creio mesmo que o tique de coçar a cabeça quando estamos a resolver um problema difícil, é um gesto automático que ficou gravado na génese humana desde o tempo dos piolhos, que dizem ser tão antigos como as baratas. Foram encontrados em múmias com milhares de anos tanto no Egipto como no Peru pré-colombiano.
Quem é que hoje não desata a coçar o toutiço quando tem que resolver uma conta de dividir por quatro algarismos com vírgulas?
Isto acontecia pr’aí nos anos 40, que foi o apogeu da piolhosa civilização.
Entretanto inventou-se o DDT, desparasitante que servia para tudo tal como a banha de cobra que até dava cabo de lombrigas e bichas-solitárias.
- Tá sossegado com a cabeça! Olha que levas uma palmada! – dizia a minha velhota.
E as pulgas? Ena pai, que coceira. Só de falar nelas já estou cheio de fernicoques.
Estou convencido que se não fosse o tal de DDT o pulguedo tinha tomado conta do mundo e os humanos seriam os seus parasitas, que elas, as pulgas, combateriam com 605 forte.
Por falar em pulgas, não resisto:

Uma pulga estava na praia a tomar banho de sol quando chegou uma amiga. Vinha com um aspecto horrível, branca como a cal da parede e a tremer com frio.
- Eh pá, que te aconteceu?
- Olha, apeteceu-me vir tomar um banhinho de sol e apanhei boleia no bigode de um motociclista. O tipo veio a 180 à hora e eu quase que morria gelada.
- Devias fazer como eu. Escondes-te numa casa de banho e quando aparecer uma garota enfias-te na sua calcinha. Viajas fofinha e quentinha.
Passada uma semana voltaram a encontra-se no mesmo local.
- Mas que mau aspecto que trazes. Estás horrível. Então não fizeste o que te disse?
- Fiz tal e qual como me ensinaste. Vinha tão bem instalada que até adormeci.
- Mas então o que te aconteceu?
- Não sei. Quando acordei já vinha outra vez a 180 no bigode do motociclista.

Este mote parasitário, vai dar pano para mangas. Hei-de voltar ao tema.
A,M,







domingo, 21 de setembro de 2008

Ai se eu perco o amor ao dinheiro...!

Tenho cá para mim que D. Maria R. acabou por entender que os seus bajuladores não são flores que se cheirem. Realmente tendo soltado um vómito ali mesmo ao lado o seu autor jurava-lhe a pé juntos que não estava agoniado.
D. Maria R. ter-se-á ido de vez. Se foi, fez mal. Devia ter ficado para lhes puxar as orelhas e dar-lhes um nó sobre o toutiço o que convenhamos nem seria muito difícil.
Faço votos para que regresse. Tem força e capacidade para podar aquelas plantas.

Se tenho andado um pouco ausente foi porque o avô mandou o João buscar-me para me levar à sua presença. João é o motorista do avô, que já me conhece desde pequenino.
- Ó João, sabes o que é que o velho me quer?
Não sabia.
Quando cheguei estava ele sentado no seu cadeirão Luís XVI na sala das recepções oficiais. Vi logo que a coisa era grave, e foi a tremer, depois de lhe dar um fugidio beijo na careca, que ou vi a sentença.
- Se voltas a dirigir um comentário, uma palavra que seja, a alguma pessoa da lista que o meu secretário te vai entregar quando saíres, juro solenemente que mando chamar o notário para alterar o meu testamento. Não receberás nem um avo dos meus bens.
- tá vem vô-vô, mas eu nem sei…
- Vai e pensa. Não me desiludas!

Mais tarde ao ver a listinha percebi logo o ponto vista do velho. Ainda navega no tempo dos aristocratas e dos plebeus e entendeu, se calhar bem, que eu estava a denegrir o nome da família por manter relações com pessoas de baixo nível.
O velho é teso! Caramba!
O que não sabia, claro está, é que ele, altas horas da noite, logo que a minha avó começava a ressonar ia pé ante pé ao escritório espreitar os blogues do JN. (Talvez um dia venha a propósito explicar porque razão o vô vai para internet ás escondidas da vó.)

Estou mesmo a ver a barba a eriçar-se-lhe de indignação de cada vez que tuteiam ou insultam um Pereira da Mata.
- Ó Mata, não dizes nada?
- Ó Matinha, não dizes nada?
E eu, claro, nadinha! Que o velhote não é para brincadeiras, e ainda fico sem mesada.

- Se soubesses quem eu era até me beijavas os pés – disse há dias o segundo da lista.
E eu, moita-carrasco! Depois vou viver de quê?
O pior é que mesmo calando-me não me livro de ser insultado, e agora, pasme-se, até me ameaça com galhetas.
O problema não está no perigo em que incorro, porque é apenas uma ameaça sem sentido. O meu endereço electrónico está nos comunicados do almoço, o meu nome é verdadeiro, moro no Algueirão e tenho telefone registado na lista, onde está a minha direcção.
Assim poderia deslocar-se até aqui, ficava-lhe mais barato e a minha cara mais à mão.
Porque não se serve? Apareça.
Estou à sua espera para lhe beijar os pés.
Dou-lhe a possiblidade de escolha. Quer que lhos beije com o bucket ou com o roller.
A.M.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Os pilritos

Para além da fábrica de laranjadas e pirolitos havia um pequeno jardim na minha terra natal. Tinha forma rectangular e de cada lado mais comprido tinha quatro bancos de jardim. Junto de cada banco encontrava-se um pilriteiro que com a sua sombra protegia os seus ocupantes dos raios do sol no Verão e da cacimba nas primeiras noites do Outono.
Um único desses bancos tinha ficado tão perto do tronco do pilriteiro que passado algum tempo, engrossando, ficou a pressionar as costas do mesmo ao ponto de lhe abaular as tábuas.
Quando chegava a época em que os pilritos amaduravam a rapaziada para não ir ás uvas que ficavam do outro lado do rio ou aos medronhos que ficavam no meio do mato, ia para o jardim empoleirar-se nos pilriteiros. O fruto é pequeno, tais pequenas pérolas de um colar, de cor avermelhada. Ligeiramente adocicado deixa um travo ácido na boca que se vai acentuando desagradavelmente à medida que se comem pelo que ninguém matava a fome com pilritos. Era uma brincadeira.

Foi também a brincar que um dia resolvemos investigar porque razão havia sempre mais pilritos no chão debaixo daquela árvore do que em qualquer das outras suas companheiras. À segunda noite de observação camuflada já tínhamos desvendado o mistério. Era o ajudante de farmácia que ia com a sua garota passear para o jardim e quando cansados de andar resolviam sentar-se era aquele o lugar escolhido.
Foi a partir dessa altura que a maralha quando via passar um ou outro gritava:
- Até o banco abana!

Quando hoje, vejo pessoas crescidas, num espectáculo pretensamente cómico a fazer paupérrimas rábulas, que desfecham sempre com o “vai lá, vai! Até o banco abana!” só me apetece a título de vingança cobrar-lhes direitos de autor.
Ai, se a gente tivesse registado a patente…!

Os pirolitos

Quando há dias procurava descrever o avantajado leque de funcionalidades da coca-cola, para lá do que lhe é intrínseco e de um outro recomendado pelas mamãs para “segurarem” o intestino dos seus bebés, deu-me um ataque retro introspectivo que me catapultou para os anos 40.
Na minha terra havia duas fábricas de refrigerantes: gasosas, laranjadas e pirolitos. O pirolito não era mais do que uma gasosa, diferindo apenas no formato da garrafa à qual tinham apertado o pescoço à nascença. Não sei é como o berlinde foi parar lá dentro, mas logo que encontre um tipo da Marinha grande hei-de perguntar-lhe.
A invasão estrangeira das bebidas refrescantes ainda não se tinha dado, ou pelo menos, ainda não tinha chegado ao Ribatejo profundo.
O pirolito foi o mais sacrificado de todos dado que a sua produção foi interrompida diversas vezes e algumas tentativas de reabilitação que houve pelo meio, foram todas votadas ao insucesso.
Na mesma altura surgiu uma canção brasileira, cuja primeira quadra cantava assim:

Pirulito que bate que bate,
Pirulito que já bateu,
Quem gosta de mim é ela,
Quem gosta dela sou eu.
Bate que bate?
A miudagem não entendia a relação do pirolito que bebíamos com o pirulito que batia, batia.
Já imbuídos de alguma malandrice admitíamos que o pirolito da canção fosse aquele que guardávamos dentro dos calções.
Só muito mais tarde, oh se foi mais tarde, descobri que o da canção se escrevia com “u” e não tinha nada a ver nem com o que bebíamos nem com o que guardávamos.
Pirulito, termo brasileiro, é uma espécie de chupa-chupa das mais variadas formas e cores.
Dizem que a malta partia as garrafas para aproveitar o berlinde para a jogatana. Isso não sei. Ali na zona do Entroncamento usávamos mais as esferas que sacávamos dos velhos rolamentos das máquinas a vapor.
Só os meninos da mamã é que brincavam com berlindinhos de vidro!
Por fim, para que ninguém se exceda se encontrar o pirolito em qualquer lado que tenha muito cuidado pois não convém abusar deles. Como aconteceu a este. Coitadinho!


sexta-feira, 12 de setembro de 2008

E ainda temos que agradecer?!!!

Eu falaria muito menos dos EUA e dos estado-unidenses se não interferissem tanto na minha vida e na vida de muitos portugueses e de Portugal.
O que não cabe na cabeça de ninguém é haver um sentimento generalizado de anti portuguesismo nos EUA dado que uma pulga não pode, por mais que tente, incomodar um elefante.
Os EUA em vez de se vitimizarem constantemente faziam melhor em averiguar o porquê desse crescente sentimento de rejeição.
Contudo, os agentes ao seu serviço não se cansam de nos atirar à cara com as migalhas que nos vão atirando, embora por culpa do “Dinossauro Excelentíssimo” tivéssemos ficado fora do Plano Marshall.
Por ter criticado esta administração republicana, um deles sugeriu-me há tempos, tendo sido secundado pelos seus sequazes, que não usasse nada que fosse americano e mencionava uma série de artefactos como sapatos de ténis, computadores, frigoríficos e micro-ondas (juro que não é piada).
Ou seja, investem capital num país estrangeiro para, por exemplo, montar uma fábrica de gabardines, mas os trabalhadores da mesma não devem adquiri-las e pagá-las e desse modo ajudar a pagar a pensão de reforma dos Srs. que nos sugerem fazer o boicote.
Será que sabem como gira o dinheiro neste mundo? Como flui ele daqui para ali ou para acolá? Ou julgam que ele cresce nas árvores?
Estes tipos querem-nos convencer que os investimentos que fazem no nosso país é feito com muito carinho e amizade e devemos ficar todos muito agradecidos. E o lucro obtido à custa de sobre facturação da matéria-prima e a sub facturação do produto final? Para onde escorre esse caroço? Não vai uma parte ajudar a pagar as vossas pensões?
Ninguém faz um investimento que não seja para dar lucro, ou será que há?
Então enfiam a mais valia no bolso e não agradecem a ninguém?
Até o investimento que a Grafstein Diamond Company fez em Portugal já está a render como o “caraças”!
Investiu e conseguiu produzir o actual Rei do Jet-set que agora faz reverter para os accionistas, com juros, todo o capital aplicado.
Bem, a gente é que tem que aturar aquela coisa, mas que raio não temos nós que ver os filhos e os netos a comer big-macs?
A.M.

domingo, 7 de setembro de 2008

A moral não pode ser uma folha de couve


Ainda por mais uma vez venho falar neste assunto para que fique claro qual a opinião que tenho em relação ao mesmo.
O JN criou este modelo de participação dos leitores onde cada um pode criar o seu próprio espaço e administrá-lo como muito bem entender. Esse espaço é-lhe reservado, tudo o que emite vai ficar ali armazenado e ainda pode apagar os comentários que considere indecorosos e ofensivos.
Para além disso proporcionou uma montra, “Blogues do Leitor”, onde o último trabalho de cada bloguista fica em exposição. Rapidamente se reparou que o mesmo saía da montra logo que autor publicasse outro.
Ninguém gosta de ser ignorado. É humano. Quem participa neste espaço expõe-se, mesmo que mais ou menos incógnito. Talvez que até seja admissível dentro de certos limites procurar protagonismo.
Mas arranjarmos mais niks para atropelarmos quem tem as suas obras na “montra”pode significar muita coisa: maldade, brincadeira, vingança, ter mais olhos que barriga, ser prepotente, ter instintos imperialistas, pretender abafar os inimigos, por estupidez, por palermice, por falta de educação, por desrespeito pelo direito dos outros, pelo instinto do salve-se quem puder. Por qualquer destas razões há quem se tenha multiplicado como a vassoura do aprendiz de feiticeiro.
Não concordo com este procedimento, mas nem abriria a minha boca para fazer um comentário sobre este assunto se não fosse a falsa moral de quem já tem alguns cinco ou seis niks, depois de ter criticado aquilo que eu próprio estou criticando.
Chegou ao ponto de vir desafiar toda a gente a fazer o mesmo esquecendo-se que só tem moral para para falar quem não se deixa contaminar. Seguindo o exemplo que ele próprio condena perdeu esse direito e demonstrou má fé.
Neste momento com USA, U_S_A, J_M_S, XIXI, Pontos nos_iii, 8poiuytrewq, fora outros que me tenham passado despercebidos, esta forte personalidade chega a ocupar simultaneamente 5 lugares num espaço onde só cabem quinze.
Será que vai atingir os 15 niks?

Resumindo: Há pessoas que não merecem a liberdade que lhes foi concedida.

PS – Quem se sentir ofendido pode advogar em causa própria.Sempre quero ver até onde chega o poder de argumentação.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A verdadeira Barracuda









Great barracuda, Sphyraena barracuda

As barracudas são peixes alongados e finos, que podem alcançar 1,8 metros de comprimento. A cabeça termina numa boca desproporcionadamente grande e repleta de dentes aguçados. As barracudas têm duas barbatanas dorsais bem separadas uma da outra e uma linha lateral proeminente.
As barracudas podem viver isoladas mas a maioria das espécies forma cardumes numerosos. São predadores muito vorazes que atacam de emboscada e contando com a sua rapidez para dominar as presas. Em geral estes peixes não são perigosos para o Homem.
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Partindo do princípio que as alcunhas representam sempre alguma característica específica do visado, de que eu próprio sou o exemplo dado que me alcunharam de Fernandel quando andava no colégio, mais tarde, na tropa, fui o Mata-sete e agora depois de velho passei a ser Matabufo, gostava que alguém me explicasse porque razão os colegas de Sarah Palin lhe chamavam Barracuda? “Barracuda Sarah” mais propriamente.

Sendo Sarah uma mulher vistosa e elegante não é credível que o epíteto de Barracuda tivesse alguma coisa a ver com o aspecto físico. Ora reparai na verdadeira barracuda aqui representada.
Estou em crer que tinha mais a ver com as suas características comportamentais.
O que “prededaria” ela lá no colégio? Que presas caíam nas suas emboscadas?
Uff, safa, que velocidade nos ataques de surpresa!

Nota - Elementos tirados do meu arquivopédia


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

No princípio era o Xarope

A Coca-Cola ofereceu 1,58 mil milhões de euros pela China Huiyuan Juice.
A Coca-Cola lança uma OPA sobre aquela empresa oferecendo 12,20 dólares por acção o que representa o triplo do valor do mercado.

Mas o que persegue a Coca-Cola? Tornar-se na maior empresa fabricante de sumos da China? Será só isso?
Será.

No princípio do princípio nem o nada existia, disse um anónimo filósofo chinês, mas a coca-cola começou por ser um líquido acastanhado, tipo xarope, absolutamente inócuo e que se vendia nas farmácias, ou por outra, nas pharmácias.
Toda a gente sabe que não foi por causa das suas propriedades intrínsecas que se tornou no mais famoso refrigerante de todos os tempos, deixando as recônditas prateleiras das boticas, mas sim devido a bem sucedidas campanhas de marketing como a associação á imagem do Pai Natal e sobretudo ao estupendo desenho da garrafa.

Para mim, contudo, acho que o sucesso actual é outro.
Uma campanha que dizem ter sido lançada pela concorrência para desacreditar a Coca-Cola contribuiu decididamente para a popularidade do produto. Se foi a concorrência deu um tiro no pé, por isso estou mais inclinado a pensar que é mais uma jogada de mestre dos responsáveis máximos daquela multinacional.

A cada passo oiço na rua, ou leio nos emails que me entram porta dentro que a coca-cola pode soltar um parafuso bloqueado pela ferrugem, remover manchas de graxa na roupa, limpar os terminais das baterias, o fundo das panelas queimadas, os vasos sanitários, ou o que é mais estranho, também dá para atenuar a cor do cabelo que ficou muito carregada e até dá para dar às fotografias um efeito envelhecido.
Para mostrar a veracidade destas afirmações , recomendam que deixemos um osso numa tigela com coca-cola para comprovar que ele se dissolve ao fim de dois dias. Já uma unha leva quatro dias a sumir-se. Parece que é do ácido fosfórico.
Dizem que a “light” ainda é mais poderosa, uma autêntica bomba que provoca osteoporose e várias doenças degenerativas.
Porquê então o sucesso?
Se calhar porque toda a gente desatou a fazer como eu que tenho sempre três garrafas em casa, das grandes. Uma na oficina, outra no lava-loiças e outra no banheiro.
Já viram o que é isto multiplicado por alguns quatrocentos milhões de famílias chinesas?
Por aquele preço a China Huiyuan Juice é uma bagatela!
A.M.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Vamos todos rir

Para informar quem o lê de que se está a rebolar de riso, o escriba desata a carregar no “a” e no “h”, espeta-lhe à frente com um “!” e julga que nos convence de que está lá em casa a rebolar-se de riso, agarrando a barriga com a esquerda e dando punhadas no chão com a direita.
Mas aquela exclamação, que se fosse singular poderia significar admiração, espanto, mas sendo repetida sugere a gargalhada, tem a sua expressão máxima na oralidade.
E eu não oiço nada.
Quem sabe rir-se de si próprio não ri com tanta facilidade dos outros.
Porque o mesmo ridículo que faz rir alguns, faz chorar muitos outros.
Para quem não tendo vontade nenhuma de rir e esteja apenas a fazer uma representação aqui vos deixo a versão ah! ah! de Luciano Pavarotti & Michael Bolton:

http://www.youtube.com/watch?v=TFMlGWSDOSk&feature=related

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A experiência de Sarah


John MCCain meteu a mão no bolso e retirou de lá Sarah Palin.
Como está bem de ver o candidato republicano julga que deste modo vai conquistar o eleitorado feminino e não tenho dúvidas que a jogada resulte.
Aqueles que sempre votaram republicano, embora vão confessando amiúde que “depois logo se vê” para darem uma de grande abertura democrática, apressaram-se a vir tecer encómios a esta mulher de 44 anos, tendo até afirmado que ela tem uma larga experiência, maior, muito maior que Obama, o candidato democrata.
Claro que não foi explicado qual era a “área experimental” a que se dedicava Sarah que só há 20 meses ocupa o cargo de governadora do Alasca onde faz um frio do caraças e é preciso orientar a maquinaria pesada para desentupir as vias de acesso até aos iglus. Deve ter prática em qualquer outra área que não foi revelada.
Obama, que foi eleito em 1996 senador de Illinois e reeleito em 2000 contribuindo durante este período para a legislação deste estado e em 2004 foi eleito senador dos EUA pelo estado de Illinois lugar que ocupa até hoje, só não ganhou experiência porque passava o tempo a fazer aviõezinhos de papel que lançava pela janela.
Sim, porque isto da experiência é coisa muito séria!
Obama, acusado de pouca experiência em política externa escolheu um perito no assunto, sendo, inclusivamente esse facto reconhecido pela oposição.
McCain desencantou Sarah Palin por ser perita em quê?
Claro que vai aparecer gente a explicar.
Ou não tendo explicação vão dizer mal da minha família.
Enfim, o costume para não variar.
A.M.

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa

Suponhamos que numa aula de português do 9º ano o professor mandava os alunos desenvolver o tema: “Amo o meu país”.
Um aluno sentado na primeira fila começou a suar e ao fim de 15 minutos ainda não tinha conseguido alinhavar uma frase que demonstrasse esse amor. Pelo contrário, tudo o que tinha escrito só revelava indiferença, desdém e desafecto.
Na carteira atrás da sua um colega cutucava-o com o bico do lápis:
- Eh pá, estou à rasca, dá-me aí uma dica!
No fundo da sala havia um outro aluno que tinha entrado em transe e evocava os seres extra terrenos que nas suas naves espaciais haveriam de vir salvar o mundo de professores deste quilate. Então não era muito mais edificante o tema “Odeio o meu país”?

Quem ama o seu país vai ao sítio onde morou contar as pedrinhas da calçada.
Quem ama o seu país sofre com as suas doenças.
Sofre com o seu atraso no desenvolvimento tecnológico,
Com o seu rendimento per capita,
Com o número de acidentes na estrada,
Com a insegurança nas ruas,
Com a morosidade na justiça,
Com as listas de espera nos centros de saúde e nos hospitais,
Com o baixo aproveitamento escolar,
Com o lugar na cauda de Europa.
Mas, embora sofrendo não deixa de o defender contra todos os Vasconcelos que o tentam apunhalar pelas costas depois de se conluiarem com novos donos.
Quem ama o seu país critica o que está errado e fica penalizado por esse facto.
Tem pena que seja assim e arrepela-se perante cada infortúnio.
Sofre porque existe corrupção e se adiam leis para minorar o flagelo.
Sofre porque a justiça impende rapidamente sobre os mais pobres mas permite aos mais ricos prolongá-la até à prescrição.
Sofre porque o leque salarial se alarga dia a dia tornando a sociedade mais injusta.

Quem ama o seu país critica dolorosamente os males de que ele padece e regozija-se com as pequenas vitórias.

Quem não ama o seu país critica com alegria e sobranceria o que está errado e até as pequenas vitórias são ou ignoradas ou ridicularizadas.

O Amor comanda uns e o ódio orienta os outros.
Esta a diferença.
A.M.